Cultura
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Por O GLOBO — Rio de Janeiro

Temida e respeitada na mesma medida, Barbara Heliodora foi a maior crítica de teatro da imprensa brasileira. Tradutora, historiadora teatral, jornalista, professora e gestora no serviço público, ela marcou sucessivas gerações e sua presença ainda é sentida.

Em homenagem ao centenário do nascimento de Barbara Heliodora, completado ano passado, O GLOBO selecionou os textos mais célebres publicados por ela no Segundo Caderno. As coletâneas de críticas podem ser encontradas no site do jornal (oglobo.globo.com) e estão divididas em seis temas: 1) amor por Shakespeare; 2) prazer dos clássicos; 3) críticas mais polêmicas e os confrontos com autores teatrais; 4) cultura popular brasileira; 5) desafio da adaptação; 6) elogio do ator.

Publicadas no GLOBO de 1990 até 2013 (ano em que se aposentou), suas críticas podiam catapultar as carreiras de profissionais ou abreviá-las. Uma das maiores estudiosas de Shakespeare no país, Barbara Heliodora parecia ser mais severa em suas apreciações quando ia assistir às montagens de peças do bardo inglês. O que mais a irritava nos espetáculos que via era a não compreensão do texto e dos conflitos criados pelo dramaturgo. Por isso, lhe dava imenso prazer recomendar produções como o “Romeu e Julieta” do Grupo Galpão e “Os dois cavalheiros de Verona” do Nós do Morro. Por outro lado, era implacável com montagens, na sua opinião, malsucedidas.

Barbara Heliodora também tinha prazer em assistir aos clássicos. Lamentava muito que textos de autores gregos, como “Medeia” e “Édipo Rei”, fossem tão pouco montados por aqui. Por outro lado, reconhecia como proveitosa a profusão de encenações de cânones da dramaturgia ocidental, como Molière e Tchekov.

Para ela, no entanto, poucos romances e poemas sobrevivem bem quando levados ao palco, e ela abominava o que chamava de modismo da adaptação. Aproveitava o espaço da crítica para discutir o que era e o que não era teatro, mas não se furtava em aplaudir quando o resultado a surpreendia.

Assistia com especial interesse a espetáculos que falavam de aspectos da cultura popular brasileira. Vibrava com o que chamava de “brasilidade”, presente tanto na aprofundada pesquisa de linguagem sobre o sertanejo realizada pela Cia. Balagan em Tauromaquia, ou na figura das carpideiras de um “Nordeste comovente e hilariante”, representadas por Marieta Severo e Andrea Beltrão em “As centenárias”.

Seu humor, inteligência e rigor se destacavam sobretudo na crítica sem nenhum atenuante ao trabalho de diretores e atores, a colocou em debates acalorados com alguns dos mais importantes encenadores brasileiros, incluindo Aderbal Freire-Filho, Marília Pêra e Gerald Thomas. O último chegou a dizer publicamente que gostaria que Barbara morresse, ao que ela respondeu: “Isso é irrelevante, como é irrelevante falar do trabalho dele.”

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