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O arco é a vida: dele vem toda a energia. A flecha é o propósito. O alvo é o objetivo a ser alcançado. A partir destes princípios, Paulo Coelho constrói “O arqueiro”, livro no qual o autor parte da história de Tetsuya para mostrar ao leitor como persistir em seus propósitos, buscar paz de espírito e ser grato por sua jornada.

Lançado no exterior em 2020, o livro está sendo publicado no Brasil pela Companhia das Letras com ilustrações de Joana Lira. Nesta matéria, O GLOBO antecipa uma sequência de três capítulos da obra, que chegou às livrarias em 15 de agosto.

“O arqueiro” é uma parábola dividida em breves capítulos que flerta com autoajuda, seguindo a linha de best-sellers como “O alquimista” e “O mago”, sucessos que transformaram o brasileiro num fenômeno literário global, com sua obra publicada em mais de 170 países e traduzida para 88 idiomas. Juntos, seus livros já venderam 320 milhões de exemplares em todo o mundo.

ilustração de Joana Lira para edição brasileira do livro 'O arqueiro', de Paulo Coelho — Foto: Divulgação
ilustração de Joana Lira para edição brasileira do livro 'O arqueiro', de Paulo Coelho — Foto: Divulgação

Em um texto publicado em seu blog, Coelho diz que escrever “O arqueiro” foi um desdobramento da sua experiência no tiro com arco. “Ao ler, você aprende tudo o que aprendi. Atirar flechas não é simplesmente acertar um alvo em branco, mas realmente tentar ver o mundo através do arco. O momento de tensão total antes de abrir a mão, a conexão. Se você atingir o alvo ou não é irrelevante. O que importa é tornar-se o arco, a flecha, e o alvo.”

O ARCO

O arco é a vida: dele vem toda a energia.

A flecha irá partir um dia.

O alvo está longe.

Mas o arco permanecerá sempre com você, e é preciso saber cuidar dele.

Ele precisa de períodos de inação — um arco que sempre está armado, em estado de tensão, perde sua potência. Portanto, deixe-o repousar, recuperar sua firmeza: assim, quando você esticar a corda, ele estará contente e com sua força intacta.

O arco não tem consciência: ele é um prolongamento da mão e do desejo do arqueiro.

Serve para matar ou para meditar. Portanto, seja sempre claro em suas intenções.

Um arco tem flexibilidade, mas também tem um limite.

Um esforço além de sua capacidade vai quebrá-lo ou deixar exausta a mão que o segura. Portanto, procure estar em harmonia com seu instrumento e não exigir mais do que ele pode lhe dar.

Um arco está repousando ou estendido na mão do arqueiro: mas a mão é apenas o lugar onde todos os músculos do corpo, todas as intenções daquele que atira, todo o esforço para o tiro estão concentrados. Portanto, para manter com elegância o arco aberto, faça com que cada parte dê apenas o necessário, e não disperse suas energias. Assim, você poderá disparar muitas flechas sem se cansar.

Para entender seu arco, ele precisa passar a fazer parte de seu braço e ser uma extensão de seu pensamento.

A FLECHA

A flecha é o intento.

É o que une a força do arco com o centro do alvo.

O intento deve ser cristalino, reto, bem equilibrado.

Uma vez que ela parte, não voltará, então é melhor interromper um tiro — porque os movimentos que o levaram até ele não estavam precisos e corretos — a agir de qualquer maneira, só porque o arco já estava retesado e o alvo estava esperando.

Mas jamais deixe de soltar a flecha se a única coisa que o paralisa é o medo de errar. Se fizer os movimentos corretos, abra sua mão e solte a corda. Mesmo que ela não atinja o alvo, você saberá corrigir sua pontaria da próxima vez.

Se não arriscar, jamais saberá quais mudanças eram necessárias.

Cada flecha deixa em seu coração uma lembrança — e é a soma dessas lembranças que o fará disparar cada vez melhor.

O ALVO

O alvo é o objetivo a ser alcançado.

Foi escolhido pelo arqueiro, mas está distante, e não podemos jamais culpá-lo quando não é atingido. Nisso reside a beleza do caminho do arco: você não pode jamais se desculpar, dizendo que o adversário era mais forte.

Foi você que escolheu seu alvo e é responsável por ele.

O alvo pode ser maior, menor, estar à direita ou à esquerda, mas você tem sempre de se colocar diante dele, respeitá-lo e fazer com que ele se aproxime mentalmente. Só quando ele estiver na ponta de sua flecha é que você deverá soltar a corda.

Se você olhar o alvo como inimigo, poderá até mesmo acertar seu tiro, mas não conseguirá melhorar nada em você mesmo. Passará sua vida tentando acertar apenas uma flecha no centro de uma coisa de papel ou madeira, o que é absolutamente inútil. E quando estiver com outras pessoas viverá reclamando que não faz nada de interessante.

Por isso, você precisa escolher seu alvo, dar o melhor de si para atingi-lo, e sempre olhá-lo com respeito e dignidade: precisa saber o que ele significa e quanto custou do seu esforço, do seu treinamento, da sua intuição.

Ao olhar o alvo, não se concentre apenas nele, mas em tudo o que acontece ao seu redor: porque a flecha, ao ser disparada, vai se encontrar com fatores que você não conta, como o vento, o peso, a distância.

Você deve entender o alvo. Precisa se perguntar constantemente: “Se sou o alvo, onde estou? Como gostaria de ser atingido, de modo a dar ao arqueiro a honra que ele merece?”.

Porque um alvo só existe na medida em que o arqueiro existe. O que justifica sua existência é o desejo do arqueiro de atingi-lo — ou ele seria uma coisa morta, um pedaço de papel ou madeira, em que ninguém prestaria atenção.

Assim, da mesma maneira que a flecha busca o alvo, o alvo também busca a flecha, porque é ela que dá sentido à sua existência: já não é mais o papel, mas o centro do mundo de um arqueiro.

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