O livro “Millôr definitivo: a Bíblia do caos” é um raio-x da irreverência do autor, reunindo mais de cinco mil frases. São observações que entraram na cultura popular.
Os aforismos de Millôr foram tão difundidos que sofrem com o “fenômeno Clarice Lispector”: circula muita coisa nas redes falsamente atribuída a ele. Mas é possível que não se importasse. Afinal, ele disse: “Devo ter feito cem frases magníficas; quando eu morrer essas frases vão ficar sendo repetidas por aí. Agora — o que isso me interessa? Eu estou morto!”
- “Eu nunca tive um papel importante nas artes deste país, nem na literatura nem na política. Mas na minha biografia, pelo menos, continuo sendo o personagem principal”
- “Democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim”
- “Sempre que te derem um pontapé, oferece a outra nádega”
- “Brasil: um país governado por um gigantesco tour-de-farsa”
- “Imprensa é oposição, o resto é armazém de secos e molhados”
- “O intelectual é a empregada doméstica dos poderosos”
- “O pior mudo é o que quer falar”
- “Chama-se de monogamia a capacidade de ser infiel à mesma pessoa a vida inteira”
- “Poligamia é uma espécie de ângulo equilátero”
- “Marido que só fala em honra já está meio desonrado”
- “Sexo é a única atividade que pode dar prazer a duas pessoas que se detestam”
- “Fiquem tranquilos: nenhum humorista atira para matar”
- “O homem tem a idade da mulher que está com ele”
- “A ideologia é o caminho mais longo entre o projeto e a sua realização”
- “Sou um homem acima de qualquer corrupção das que já me ofereceram até hoje”
- “Tinha uma letra linda quando escrevia à máquina"
- “A semântica é o ópio dos psicanalistas”
- “O ser humano é inviável”