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Portugal visto de dentro por um jornalista carioca

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Gian Amato

Jornalista há mais de 20 anos, fez diversas coberturas internacionais por O Globo. Escreve de Portugal desde 2017.

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Uma facção criminosa brasileira integrava quadrilha internacional que aplicava golpes financeiros a partir de Portugal.

A acusação de 29 brasileiros, 30 portugueses e 12 africanos foi feita pela direção do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Ministério Público (MP) de Faro.

“Parte dos acusados pertence à organização criminosa brasileira e se dedicava à captura de dados e códigos de acesso a contas bancárias (...) para subtrair dinheiro”, informou o MP.

Os suspeitos foram acusados pelo DIAP de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e falsidade informática.

De acordo com o MP, que baseou a acusação em investigação da Polícia Judiciária (PJ), a quadrilha criava uma falsa página de um banco na internet para enganar clientes.

“Quando a vítima acessava, dados eram capturados (...) os suspeitos entravam na conta bancária da vítima através da página verdadeira do banco e programavam transferência para a conta bancária de um acusado ligado à organização”, explicou o MP.

Na sequência, os criminosos telefonavam para a vítima como se fossem funcionários do banco. Pediam um código que iriam enviar por telefone para cancelar a transferência.

Quando a vítima informava o código, na verdade estava dando a confirmação que permitia aos criminosos fazer a transferência e lavar o dinheiro.

“O dinheiro circulava por várias contas bancárias entre Brasil e Portugal de modo a ser branqueado (lavagem)”, informou o MP.

A investigação suspeita que os computadores usados no golpe possam estar localizados em um país fora da União Europeia, mas o MP não especificou.

O sucesso do golpe estava concentrado na rapidez que as operações eram feitas a partir destes computadores internacionais e na encenação do falso contato telefônico do banco.

A organização estava dividida em três funções: o técnico de informática, o “ator” que assumia o papel de funcionário bancário e criminosos que cediam suas contas para lavar o dinheiro.

Questionado, o MP ainda não informou o total do dinheiro obtido pelos criminosos com o golpe.

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