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Portugal visto de dentro por um jornalista carioca

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Gian Amato

Jornalista há mais de 20 anos, fez diversas coberturas internacionais por O Globo. Escreve de Portugal desde 2017.

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Golpistas têm aproveitado a crescente procura de milhares de brasileiros por empregos em Portugal e em outros países da Europa.

Os criminosos criam falsos perfis nas redes sociais e se apresentam como caçadores de talentos. Elaboram propostas de emprego irrecusáveis como isca para um golpe que já existia e voltou a circular.

A primeira fase seletiva segue todos os passos tradicionais e inclui uma entrevista por telefone, que pode ser em outro idioma, dando mais veracidade à encenação.

Ao ser aprovado para a etapa seguinte, o profissional é informado que precisa depositar uma quantia para avançar no processo seletivo. Quando o dinheiro é transferido, o caça talentos some.

Especialista em recolocação, Cláudia Pinheiro conta como um brasileiro caiu no golpe. Ele recebeu de um falso caça talentos de São Paulo a proposta para ser gerente de engenharia em Lisboa.

— Ele nunca havia feito processo seletivo, porque está muito bem colocado no Brasil. Mas acabou caindo neste golpe, que parte do Brasil — disse Pinheiro ao Portugal Giro.

A suposta vaga dava suporte para o visto e prometia pagar um salário de € 5 mil (R$ 26 mil).

— Para avançar na entrevista final, ele teria que pagar uma taxa de R$ 2,6 mil (€ 487). Foi dito a ele que o valor seria descontado depois dos custos do visto. O profissional fez a transferência e nunca mais teve retorno — disse ela.

Depois do golpe, Pinheiro conta que o perfil do falso caça talentos foi excluído do LinkedIn. O profissional entrou em contato com o banco para reaver o dinheiro, mas não teve sucesso.

Ao publicar o alerta em seu perfil no LinkedIn, Pinheiro recebeu mensagens de outras pessoas que caíram o mesmo golpe.

A especialista elaborou uma lista com sinais vermelhos. Os principais: empresas não cobram pelo processo seletivo, vistos ou envio de equipamentos para trabalho à distância.

— As empresas não cobram nada pela seleção, não é prática do mercado. Nem o candidato tem que pagar pelo envio de equipamentos, o que tem acontecido com falsas promessas de trabalho para os Estados Unidos — alertou Pinheiro.

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