Míriam Leitão
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Míriam Leitão

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Informações da coluna

Os versos da marchinha de carnaval "Vagalume", dos anos 1950, voltou a ser atual: “Rio de Janeiro/ Cidade que nos seduz/ De dia falta água/ De noite falta luz”. Em pleno século XXI, os moradores da Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio, enfrentam apagões diários e terão o fornecimento de energia garantido por geradores a diesel até o fim deste ano. As interrupções do fornecimento de energia não se restringem a capital, em janeiro, sem luz, os moradores de Maricá foram dormir na praia para driblar o calor. Há muitos outros exemplos que mostram a deterioração do serviço no Estado do Rio.

Um indicador da piora do fornecimento de energia é o fato de ter dobrado o número de procedimentos implementados pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro relacionados a falta de luz: foram 36, em 2023, contra 16 no ano anterior. Soma-se a essa conta sete ações civis públicas, em 2022 não houve nenhuma sobre o tema. E este ano, estamos ainda no segundo dia de fevereiro, já um inquérito civil e um procedimento preparatório em andamento.

- Verificamos um crescimento abrupto das demandas de consumidores relacionadas a interrupções no fornecimento de energia elétrica, resultando em um aumento exponencial do número de procedimentos instaurados e ações ajuizadas pelo MPRJ em 2023, e a situação persiste em 2024. Boa parte das demandas se refere às fortes chuvas que atingiram o estado e o MPRJ já ajuizou pelo menos duas ações civis públicas cobrando um plano de contingência específico da concessionária, que deve aprimorar sua capacidade de resposta e restabelecimento do serviço - diz Christiane Cavassa, coordenadora do Centro de Apoio das Promotorias do Consumidor do MPRJ.

Segundo Christiane, as concessionárias de energia elétrica foram os fornecedores mais reclamados na ouvidoria do MPRJ, em 2023. O setor ficou em segundo lugar nas ações ajuizadas pelas promotorias estaduais e terceiro em procedimentos.

Em São Paulo, a situação não é diferente. O Ministério Público do Estado de São, que cuida das demandas da capital e mais 23 cidades ao redor, optou pelo ajuizamento de ação única para toda a área de concessão no estado que contempla 24 municípios e 143 conjuntos elétricos. A promotoria já obteve tutela de urgência, que determina que a concessionária não exceda os indicadores de interrupção de fornecimento de energia (DEC e FEC) e estabelece multa de um milhão de reais cada conjunto elétrico com indicadores acima do fixado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

- Conforme apurado em inquérito civil e exposto na ação civil pública, a Eletropaulo Metropolitana Eletricidade de São Paulo - Enel Distribuição São Paulo, desde, pelo menos, 2019, não presta serviço adequado, eficiente e contínuo às pessoas consumidoras, com constantes interrupções no fornecimento de energia elétrica; consoante dados da Agência Nacional de Energia Elétrica - Aneel, a Eletropaulo

Enel não cumpre os limites de indicadores como a Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora - DEC (limite de horas anuais sem energia) e a Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora - FEC (limite de ocasiões anuais sem energia) na área de concessão no Estado de São Paulo, que alcança 24 municípios e 143 conjuntos elétricos.- ressalta Denilson de Souza Freitas, 3º Promotor de Justiça do Consumidor do MPSP.

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