Por Memória Globo

Zé Paulo Cardeal/Globo

Estreia

Na edição de estreia, de 3 de junho de 2008, um fato marcante deu o tom do programa. “No caso dessa reportagem sobre transplantes, a gente tinha a informação, pela pesquisa que a gente fez, que a situação era muito crítica e queríamos mostrar isso. E isso evidentemente precisava muito da confiança dos médicos, de abrir realmente as portas do hospital para mostrar como é que se dá esse processo que sempre envolve uma corrida contra o tempo. E eles ofereceram para a gente realmente a oportunidade de poder acompanhar isso com toda a intensidade. Então, as nossas equipes se dividiram assim: uma ficou dentro do hospital, acompanhando o drama das pessoas que esperavam pelo transplante, e ao longo também de semanas, e o tempo vai passando, e alguns vão diminuindo as chances de sobrevida, como aconteceu com um amigo pessoal meu, um jornalista que estava ali”, lembra Caco.

O amigo cuja experiência acompanhou para o programa terminou morrendo durante as gravações, e o público pôde acompanhar os bastidores do processo. “E aí o Caco, com autorização da família, óbvio, pega a chave do apartamento do amigo e entra no apartamento para mostrar o que ele deixou inacabado, o que tinha na tela do computador, o que tinha sobre a mesa, o que tinha do lado da cama. É uma coisa também muito forte e conduzida com muita delicadeza”, destaca o jornalista Marcel Souto Maior.

Programa de estreia do Profissão Repórter - 03/06/2008.

Programa de estreia do Profissão Repórter - 03/06/2008.

Reportagens internacionais

A primeira reportagem internacional do 'Profissão Repórter' foi na Indonésia. No programa do dia 13 de outubro de 2009, os repórteres Gabriela Lian e Thiago Jock e o repórter cinematográfico Emílio Mansur fizeram um retrato da devastação gerada pelo terremoto que havia atingido a região dias antes. Thiago Jock percorreu a cidade de Padang com a ajuda de um morador que o levou de moto por entre os destroços. Gabriela Lian e Emílio Mansur viajaram por uma área rural e acompanharam a busca por corpos em um local onde um casamento estava prestes a acontecer no momento do terremoto.

No ano seguinte, várias edições foram gravadas fora do Brasil. Caco Barcellos, o repórter cinematográfico Emílio Mansur e os repórteres Julia Bandeira e Caio Cavechini foram ao Haiti três meses depois do terremoto que deixou mais de 1,3 milhão de desabrigados e encontraram brasileiros que trabalhavam na reconstrução do país. A edição foi ao ar no dia 6 de abril de 2010. Em 27 do mesmo mês, a equipe do programa acompanhou o show de Roberto Carlos em Nova York. No dia 8 de junho, esteve na África do Sul para mostrar os bastidores das seleções e a vida de africanos envolvidos na primeira Copa do Mundo realizada no continente.

Em 2010, o 'Profissão Repórter' esteve no deserto do Atacama, no Chile, para acompanhar a operação de resgate dos mineiros que passaram mais de dois meses soterrados. Thiago Jock e Mariane Salerno chegaram à mina de San José no começo de setembro, um mês depois do desabamento. A uma semana do dia marcado para o começo do resgate, Thiago Jock voltou com o repórter cinematográfico Wellington Almeida. Caco Barcellos se juntou à equipe nos dias seguintes. O programa, que foi ao ar em 19 de outubro de 2010, seis dias depois de o último mineiro ser resgatado, mostrou o drama dos familiares que acampavam na região e também o trabalho do batalhão de repórteres do mundo inteiro que foram cobrir a história.

A estreia da temporada de 2012 foi em 3 de abril, com os bastidores do caso do brasileiro Roberto Laudísio Curti, que morreu em Sydney após ser atingido pela polícia. Enquanto Caco Barcellos e Paula Akemi acompanharam o caso da capital australiana, Gabriela Lian conversou com família e amigos do rapaz em São Paulo. O programa que foi ao ar no dia 17 do mesmo mês teve como objetivo contar a história de quem havia abandonado a vida no exterior, devido à crise econômica. Thiago Jock esteve em Portugal acompanhando a preparação de uma família para voltar ao Brasil.

No programa de 27 de novembro, a equipe do 'Profissão Repórter' mostrou os dois lados dos confrontos entre israelenses e palestinos. No sul de Israel, os jornalistas Felipe Bentivegna e Julia Gutnik registraram o momento do ataque israelense que matou o líder do grupo palestino Hamas; Caio Cavechini percorreu um dos túneis construídos na fronteira do Egito para furar o bloqueio comercial que Israel impõe à região; e Caco Barcellos esteve em Gaza logo após o cessar fogo.

Em 2013, a equipe esteve na Índia para mostrar o festival religioso de Kumbh Mela e acompanhou a despedida de Nelson Mandela na África do Sul. Os programas foram exibidos em 23 de abril e 10 de dezembro, respectivamente. No ano seguinte, a situação dos cubanos que atravessam o mar para tentar a vida nos Estados Unidos foi destaque no dia 16 de dezembro.

Crack e Emmy Internacional

Em 2012, o 'Profissão Repórter' foi indicado ao Emmy Internacional, na categoria Atualidades, por um programa sobre crianças viciadas em crack, exibido em 17 de julho de 2011. O tema é recorrente nas pautas do programa. A primeira edição foi em 30 de junho de 2009, quando Caco Barcellos conversou com usuários na cracolândia de São Paulo, enquanto os repórteres Thiago Jock e Mikael Fox ficaram hospedados em uma clínica de tratamento de dependentes químicos durante uma semana. Lá, eles conheceram três irmãos dependentes da droga que tentavam a reabilitação.

“É uma história bem representativa, porque envolve risco – fumantes do crack ficam em um estado de total envolvimento com a droga, a ponto de perder de maneira severa o juízo. Então, se torna uma situação potencialmente perigosa. Como sou o mais experiente, em uma das matérias decidi ficar no meio dos usuários para dizer que é possível contar uma história não apenas de maneira distanciada no registro daquela cena tão triste, à distância. Acho que é importante que a gente conheça de perto quem são as pessoas que partiram para esse envolvimento radical” – Caco Barcellos

A repercussão foi tão grande que o assunto voltou ao ar no dia 14 de julho e no dia 4 de maio do ano seguinte, quando foram retomadas algumas das histórias, como a de Betinho, que fora reconhecido na televisão por amigos de sua cidade natal, que resolveram resgatá-lo. A repórter Thais Itaqui acompanhou sua volta para casa e sua recaída, duas semanas depois. Em 24 de setembro de 2013, mais uma edição revisitou as histórias abordadas nos programas anteriores. Caco Barcellos voltou à cracolândia de São Paulo mais uma vez para o programa exibido em 27 de maio de 2014.

Ao avaliar a grande repercussão gerada pelo tema, em depoimento ao Memória Globo, o jornalista afirmou que o público estava acostumado a ver os usuários da droga à distância e, com o programa, pôde perceber que se trata de pessoas comuns.

Webdoc jornalismo - 'Profissão Repórter': Crack nas grandes cidades (2009)

Webdoc jornalismo - 'Profissão Repórter': Crack nas grandes cidades (2009)

Manifestações de 2013

Em meio aos protestos que tomaram o país em junho de 2013, o 'Profissão Repórter' produziu dois programas sobre o tema, sempre em busca de pontos de vista diferentes do noticiário diário. No dia 11, a pauta destacou a rotina de passageiros e motoristas de ônibus no Brasil cujo aumento de passagem foi o motim dos protestos. A equipe também registrou as manifestações em São Paulo e no Rio de Janeiro nos dias 7 e 10 de junho e, no dia 17, quando milhares de pessoas foram às ruas de 12 capitais brasileiras, dividiram-se para mostrar os protestos que, àquela altura, já iam além do aumento das tarifas dos transportes e pediam investimentos em saúde e educação e melhorias nos serviços públicos. Caco Barcellos e sua equipe chegaram a ser hostilizados por um pequeno grupo de pessoas na concentração da manifestação no Largo da Batata, em São Paulo. Ainda assim, conseguiram realizar a cobertura, como mostrou a edição exibida no dia 18.

O cotidiano de passageiros e motoristas de ônibus no país. Profissão Repórter, 11/06/2013.

O cotidiano de passageiros e motoristas de ônibus no país. Profissão Repórter, 11/06/2013.

Manifestações de junho de 2013. Profissão Repórter, 18/06/2013.

Manifestações de junho de 2013. Profissão Repórter, 18/06/2013.

Programas especiais

Quando o 'Profissão Repórter' completou cinco anos no ar, uma edição de aniversário mostrou os sonhos e realizações de pessoas que conheceram em gravações históricas do programa. A edição foi ao ar no dia 16 de julho de 2013.

O programa de 8 de junho de 2016 relembrou histórias registradas nos primeiros programas, para comemorar os 10 anos no ar. Repórteres que passaram pelo programa, como Julia Bandeira e Nathalia Fernandes, integrantes da primeira geração, Eliane Scardovelli e o próprio Caco Barcellos refizeram reportagens marcantes. Caco emocionou-se ao lembrar a história do amigo que perdeu durante as gravações do primeiro programa, à espera de um transplante no coração.

Profissão Repórter - Trabalhadores: 10 anos depois (2016)

Profissão Repórter - Trabalhadores: 10 anos depois (2016)

Em 2019, o programa atingiu a marca de 400 edições com uma matéria sobre povos isolados na Amazônia. Danielle Zampollo e Maycom Mota passaram 25 dias na região na expedição mais longa feita por repórteres da equipe. O resultado foi ao ar no dia 16 de outubro.

Em 22 de junho de 2021, em meio à pandemia de Covid-19, o 'Profissão Repórter' celebrou os 15 anos no ar mostrando o retorno de Caco Barcellos ao trabalho – depois de mais de um ano afastado por ser do grupo de risco – com uma edição sobre música. Entre os destaques, o primeiro meme gerado pelo programa, a partir de uma entrevista feita em 2009 com a cantora Cariúcha.

GloboLab

Em 2017, o 'Profissão Repórter' se uniu ao Globo Universidade para conversar sobre a linguagem do programa com universitários e integrantes de coletivos de mídia em cinco capitais brasileiras e fazer uma convocatória para participação no programa. As duplas cujos trabalhos fossem pré-selecionados seriam convidadas a um laboratório com a equipe do programa para debater e aprimorar suas reportagens e, como resultado, um programa especial seria produzido com os bastidores da experiência. A edição de 2017 foi exibida em 15 de novembro, sendo a segunda de maior audiência no ano.

A experiência foi tão bem sucedida que foi reproduzida em 2018 e 2019. No ano seguinte, a pandemia de Covid-19 levou ao cancelamento do programa, cuja convocatória já havia sido anunciada. Nas três primeiras edições, o Globo Lab Profissão Repórter passou por 36 cidades, incluindo capitais e interior, em todas as regiões do Brasil. Na primeira delas, foram 70 vídeos inscritos e 10 selecionados para a semana de imersão. O projeto atingiu 235 inscrições em 2019, para o programa exibido em 31 de julho.

Profissão Repórter – Globo Lab (2017)

Profissão Repórter – Globo Lab (2017)

Nuances da violência e prêmio Herzog

O programa de 5 de setembro de 2018 teve como base o Monitor da Violência, um levantamento inédito feito pelo G1 em parceria com o Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP e com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Caco Barcellos, Guilherme Belarmino, Mayara Teixeira e Alana de Oliveira foram a diversas localidades dar corpo aos dados da pesquisa, ouvindo vítimas da violência no Brasil. Especialistas e a equipe responsável pelo projeto, entre os quais o jornalista Thiago Reis, do G1, também foram ouvidos para a edição.

O tema da violência, no entanto, é abordado no programa desde a primeira temporada, em diversas edições, sob diferentes ângulos. A edição de 22 de julho de 2008, por exemplo, mostrou o drama das pessoas que vivem em áreas de conflito, com destaque para a rotina de escolas afetadas por estarem na linha de trocas de tiro entre policiais e traficantes. Em 20 de julho de 2010, Caco Barcellos e equipe mostraram histórias de órfãos de crimes passionais e o trabalho dos jornalistas que cobriam o caso Eliza Samúdio e outros crimes da mesma natureza. Em 17 de maio de 2011, o programa contou com a participação do jornalista Valmir Salaro, que trabalhou ao lado de Paula Akemi para mostrar um crime de grande repercussão em uma zona nobre de São Paulo, que cobriu em 1988. O primeiro 'Profissão Repórter' de 2014, exibido em 8 de abril, mostrou casos de atos violentos praticados por justiceiros, a partir da história de um garoto que foi espancado e amarrado a um poste, após ter sido acusado pelos moradores de roubos em bairros da zona sul do Rio de Janeiro.

A polêmica sobre a maioridade penal, com destaque para uma extensa pesquisa dos repórteres Mayara Teixeira e Guilherme Belarmino sobre o destino dos 337 adolescentes que participaram de uma rebelião na antiga Febem, em 2005, e as condições do sistema penitenciário brasileiro foram assuntos abordados em duas edições do 'Profissão Repórter', em 2015. Os programas foram ao ar, respectivamente, em 14 de abril e 10 de novembro. Neste mesmo ano, uma chacina nas cidades de Osasco e Barueri levou a equipe a se dividir entre os dois locais para conversar com as famílias das vítimas. No dia do crime, 13 de agosto, Guilherme Belarmino e Adriano Ferreira se deslocaram até Barueri, enquanto Caco Barcellos e Mayara Teixeira foram a Osasco. O programa foi ao ar no dia 18 do mesmo mês e ganhou o prêmio Vladimir Herzog no ano seguinte. Em 9 de agosto de 2017, a equipe revisitou o caso, mostrando seus impactos na vida dos familiares.

Em 2016, além de edições sobre violência urbana e sexual, o programa de 24 de agosto mostrou o número alarmante de homicídios no Brasil revelado pelo Mapa da Violência daquele ano. Em 26 de abril de 2017, o tema foi a violência contra transexuais e travestis no Brasil, o país que mais mata membros dessa comunidade no mundo; e em 4 de outubro, a edição tratou de feminicídio – assunto que seria abordado novamente em 15 de maio de 2019. Ainda em 2017, Caco Barcellos, Danielle Zampollo e Erik Von Poser acompanham plantões de emergência em diferentes hospitais do Estado Rio de Janeiro, relevando a rotina de socorros às vítimas de violência, em programa que foi ao ar em 26 de julho. Os efeitos da violência na vida dos moradores da cidade do Rio de Janeiro também foram assunto da edição de 5 de dezembro de 2018. O programa de 13 de novembro de 2019 revelou aspectos alarmantes da vida na cidade de Altamira, o segundo município mais violento do país.

Profissão Repórter: Monitor da Violência (1º bloco)

Profissão Repórter: Monitor da Violência (1º bloco)

Tragédias

Os episódios de maior impacto da primeira temporada do 'Profissão Repórter' foram sobre a tragédia causada pelas chuvas em Santa Catarina, quando cerca de quatro mil deslizamentos causaram a morte de mais de cem habitantes. Para dar a dimensão do acontecimento, os repórteres mostraram a dor das pessoas que perderam a casa e a família, o risco das missões voluntárias e das equipes de resgate, e cenas chocantes, como a invasão de um supermercado inundado e os rebanhos mortos nas fazendas cobertas de água. Três semanas depois da tragédia, o programa voltou a Santa Catarina para mostrar o trabalho e a luta dos moradores para recomeçar a vida. As edições foram exibidas em 2 e 16 de dezembro de 2008, fechando a primeira temporada.

Em 2010, a tragédia das chuvas que levaram ao desabamento do morro do Bumba, em Niterói, também ganhou uma edição, que foi ao ar em 13 de abril. Foi a estreia dos repórteres Eliane Scardovelli e Theo Ruprecht, que mostraram a dor das famílias que perderam parentes, enquanto Caco Barcellos acompanhava o trabalho do Corpo de Bombeiros. Com a câmera na mão, Thiago Jock pegou carona em uma moto para mostrar a tensão entre os moradores da região.

Em 2016, um ano depois da maior tragédia ambiental do Brasil até o momento – o rompimento de uma barragem de rejeitos de mineração na cidade de Mariana, em Minas Gerais – a equipe do 'Profissão Repórter' visitou a região para verificar como andava a vida das pessoas afetadas. A edição foi ao ar em 26 de outubro. No mesmo ano, outra triste tragédia foi tema do programa de 30 de novembro: a queda do avião que levava a equipe da Chapecoense. No dia 22 de novembro de 2017, uma edição abordou a vida das famílias das vítimas, um ano depois.

No dia 4 de dezembro de 2019, o destaque foi a morte de nove jovens durante operação da Polícia Militar em um baile funk na comunidade de Paraisópolis, em São Paulo. Os repórteres contaram as histórias de algumas das vítimas e contextualizaram a cena do funk no local. Foram atrás dos vídeos feitos pelos moradores com os flagrantes do acontecimento e revelaram a rotina de tensão em que vivem frente à truculência policial.

Profissão Repórter: crime ambiental em Mariana (2015)

Profissão Repórter: crime ambiental em Mariana (2015)

Refugiados

A situação dos refugiados no mundo é pauta do programa desde 2014, quando uma primeira edição abordou a jornada de pessoas que chegaram ao Brasil, fugindo de conflitos e crises na Síria, no Haiti e no Senegal. Além dos repórteres Estevan Munizo, Danielle Zampollo e Felipe Bentivegna, a edição, que foi ao ar em 3 de junho, contou com a participação de Manoel Soares, da RBS, afiliada da Globo no Rio Grande do Sul. Um ano depois, Estevan Muniz, Caco Barcellos e Pierre Morel voltam ao tema para mostrar como estão vivendo as famílias que vieram para o país, em programa de 25 de agosto de 2015. No primeiro dia de dezembro deste mesmo ano, mais uma edição acompanha refugiados que fugiram do terror do estado islâmico.

O tema seguiu ganhando espaço no 'Profissão Repórter' em pelo menos mais duas edições: em 10 de maio de 2017, quando mostrou a vida em um campo de refugiados na Síria, e em 19 de outubro de 2021, ao tratar da situação do refúgio na América do Sul, à luz da pandemia de Covid-19.

Profissão Repórter - Refugiados que buscam abrigo no Brasil (2014)

Profissão Repórter - Refugiados que buscam abrigo no Brasil (2014)

Profissão Repórter – Refugiados (2015)

Profissão Repórter – Refugiados (2015)

Profissão Repórter – Refugiados (2017)

Profissão Repórter – Refugiados (2017)

Juventude, comportamento e educação

A vida e os desafios de crianças e jovens foram destaque do programa em diversas edições. Em 26 de junho de 2009, o programa mostrou a realidade de uma escola localizada em uma região sem opções de lazer e a realidade de garotas com a infância interrompida pela maternidade, algumas vítimas de abuso. No dia 10 de novembro de 2017, um programa inteiro foi dedicado à situação dos jovens frente à falta de lazer nas periferias, contextualizando o fenômeno dos “rolezinhos”, comuns na época. E em 6 de dezembro deste mesmo ano, foi a vez de o problema da gravidez na adolescência ser novamente retratado.

O tema aparece no programa sob diversos ângulos. Em 2010, o impacto de brigas familiares na vida dos filhos e a ausência de pais em casas comandadas por mulheres foram pauta em 22 de junho e 26 de outubro, respectivamente. Em 10 de julho de 2012, foi feita uma edição com um retrato do trabalho infantil no Brasil. Muitas vezes, o assunto é atravessado pelo da educação, como, em 26 de junho de 2012, o desafio dos brasileiros que enxergam no ensino superior a chance de melhorar de vida, ou, em 23 de maio de 2018, ao abordar a evasão escolar em Fortaleza, São Paulo e Arapiraca.

Em 2019, em meio à emergência de pautas conservadoras na educação e à crise de verbas e investimentos no setor, o 'Profissão Repórter' dedicou duas edições ao assunto. No dia 5 de junho, um panorama da situação no país, que enfrentava protestos com os recentes anúncios, e, no dia 26 do mesmo mês, os resultados da política de educação sexual nas escolas.

Profissão Repórter: Briga de casais (2010)

Profissão Repórter: Briga de casais (2010)

Profissão Repórter - Trabalho Infantil (2012)

Profissão Repórter - Trabalho Infantil (2012)

Pandemia de Covid-19 e mais uma indicação ao Emmy

A pandemia de Covid-19 interrompeu a produção da temporada de 2020. O programa saiu da grade da TV Globo, mas sua equipe participou ativamente da cobertura da pandemia com matérias especiais para telejornais e programas, além da presença no documentário 'Cercados', do Globoplay. Poucos meses antes da eclosão da crise sanitária, no entanto, a repórter Mayara Teixeira foi à Antártica acompanhando o trabalho dos cientistas que atuavam no módulo brasileiro na região. O resultado foi ao ar na forma de um documentário, no 'Fantástico' de 19 de julho de 2020.

Em 2021, o programa voltou à grade regular da Globo, estreando, em 23 de fevereiro, com uma espécie de raio-x da pandemia no momento: a crise de oxigênio em Manaus, o início da vacinação, a situação dos profissionais de saúde. Em 30 de março, a edição levou ao ar imagens feitas por médicos que lutavam, dentro de hospitais e emergências, na guerra contra o vírus. Ao longo do ano, o programa mostrou a situação das crianças na pandemia, acompanhou a recuperação de pessoas que tiveram casos graves da doença e famílias que perderam entes e até mesmo um teto com a soma das crises sanitária e econômica. Ainda este ano, o 'Profissão Repórter' foi, mais uma vez, indicado ao Emmy Internacional, na categoria Atualidade, devido a uma reportagem exibida no 'Fantástico' mostrando a rotina de médicos no combate à pandemia, em 29 de março de 2020. Na matéria, a dura realidade de profissionais que precisavam escolher quem iria para a UTI em função da chance de sobrevivência.

Profissão Repórter - Vacinação contra Covid no Brasil e crise em Manaus (2021)

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