Pela televisão e em horário nobre, o brasileiro passou a ter mais acesso a análises de temas polêmicos da atualidade. A partir de 1989, um time de comentaristas especializados foi integrado a equipe do Jornal Nacional. As opiniões de Paulo Henrique Amorim, Joelmir Beting, Lillian Witte Fibe e Alexandre Garcia tornavam as informações de políticas e economia mais claras e críticas para o telespectador.
![Em sua estreia no Jornal Nacional, o jornalista Joelmir Beting comenta a saída do ministro Francisco Dornelles, Jornal Nacional, 26/08/1985. Em sua estreia no Jornal Nacional, o jornalista Joelmir Beting comenta a saída do ministro Francisco Dornelles, Jornal Nacional, 26/08/1985.](https://cdn.statically.io/img/s04.video.glbimg.com/x240/2432439.jpg)
Em sua estreia no Jornal Nacional, o jornalista Joelmir Beting comenta a saída do ministro Francisco Dornelles, Jornal Nacional, 26/08/1985.
A presença de comentaristas no Jornal Nacional não era uma novidade. Desde 1981, Paulo Francis entrava de Nova York, com opiniões que iam da política internacional (como a repercussão do assassinato de Anwar Sadat ou as eleições presidenciais norte-americanas) até arte e cultura (como a participação do cineasta Nelson Pereira dos Santos no Festival de Cinema de Nova York ou a exposição de quadros do pintor Miró, no Guggenheim). Joelmir Betting também começou mais cedo. Em 1985 fazia comentários no Jornal Nacional e no Jornal da Globo.
Mas a participação deles aumentou mesmo em meados de 89, quando as gravações passaram a ser feitas em externas. Saem os fundos neutros de estúdio, acabam as poses sóbrias. Os comentaristas ganham as ruas e gravam os textos em diferentes locais. O JN ganha jornalistas mais descontraídos e torna-se cada vez mais próximo ao telespectador. Um bom exemplo foi dado por Lilian Witte Fibe. Para explicar os efeitos da inflação na vida das donas de casa, a jornalista foi para a frente de um caixa de um supermercado, cercada de alimentos e produtos de limpeza. Joelmir Beting filmou em um sítio, rodeado de bois e tratores, para explicar como funcionava o crédito rural.
Em meados dos anos 1990, após a entrada de Evandro Carlos de Andrade no comando do Jornalismo, o Jornal Nacional sofreu outras mudanças. Foram criados novos quadros, com a participação de comentaristas especializados. Essa nova fase incluiu as participações de Galvão Bueno, comentando esporte, e do meteorologista Carlos Magno, que passou a comandar o quadro da previsão do tempo.
Arnaldo Jabor também começou a participar do telejornal, analisando os mais variados assuntos: da gravação do clip do cantor Michael Jackson na favela Santa Marta (fevereiro de 1996) ao acordo firmado entre o Brasil e os Estados Unidos para a utilização da base de lançamento de foguetes em Alcântara, no Maranhão (abril de 2001). Jabor comentou até futebol, na Copa da França, em junho de 1998.
De março de 2003 a maio de 2006, o noticiário político do Jornal Nacional contou com a participação de Franklin Martins. Uma vez por semana, o jornalista comentava os fatos importantes na política nacional e analisava as principais medidas do governo e suas repercussões.