Memoria Globo

Mad Maria foi levada ao ar em comemoração aos 40 anos da Rede Globo. O título da minissérie é uma junção da palavra inglesa mad – que significa louca, representando o sonho ufanista de construir a ferrovia – e Maria, nome das antigas locomotivas movidas a carvão.

Pela segunda vez os atores Fábio Assunção e Ana Paula Arósio fizeram par romântico em uma minissérie da Rede Globo. Em 2001, eles deram vida a Carlos Eduardo e Maria Eduarda, em Os Maias, minissérie de Maria Adelaide Amaral, baseada na obra de Eça de Queiroz, com direção de Luiz Fernando Carvalho.O ator Fidelis Baniwa, que deu vida ao índio Joe Caripuna na história, é da tribo dos baniuas, que vivem na fronteira do Brasil com a Colômbia e a Venezuela. O ator, nascido em Santa Isabel do Rio Negro, no Amazonas, mudou-se para Manaus para estudar teatro. Mad Maria foi seu primeiro trabalho em televisão.

Como o mosquito transmissor da malária costuma atacar ao amanhecer e ao anoitecer, a equipe procurava gravar a minissérie a partir das 8h e nunca passar das 17h, como lembra o ator Fábio Assunção. A estrada de ferro foi construída no coração da Floresta Amazônica, cortando a selva, e modificou a vida da região. A ferrovia atendia a interesses políticos e comerciais de autoridades nacionais e estrangeiras e custou a vida de milhares de trabalhadores, que durante anos se dedicaram à construção.

Fábio Assunção em Mad Maria, 2005. Renato Rocha Miranda/Globo — Foto: Globo

Fábio Assunção na minissérie Mad Maria, 2005/ Globo.

Gravação de Mad Maria, 2005. Renato Rocha Miranda/Globo — Foto: Globo

Filmagem da cena em que um grupo de trabalhadores alemães que logo no quarto capítulo da minissérie se desentendem com os barbadianos.

O acordo para a construção da ferrovia data de 1903, quando foi assinado o Tratado de Petrópolis, uma vitória diplomática do governo brasileiro, que queria evitar desavenças com o governo boliviano na disputa do território do Acre. O acordo facilitou o desenvolvimento das relações de comércio e boa vizinhança. Nesse tratado, ficou acertado que o governo brasileiro construiria uma ferrovia em Rondônia, ligando a vila de Santo Amaro a Guajará-Mirim, em troca do estado do Acre.

Em agosto de 1912, foi concluída a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, com mais de 360km de extensão. A empreitada coube à empresa Madeira Mamoré Railway Co., de Percival Farquhar, que comprou de outra empresa a concessão do governo para construí-la. O objetivo da obra era facilitar o transporte da borracha, produzida na Bolívia, até o rio Amazonas e, de lá, ao oceano Atlântico, de onde seria exportada. Antes esse transporte era feito pelas águas, mas o processo era atrapalhado por 19 cachoeiras, que impediam a navegação no trecho entre os rios Madeira e Mamoré. No entanto, quando a estrada finalmente ficou pronta, a borracha já não dava tanto lucro como antes.

Durante a exibição da minissérie, três livros sobre a estrada Madeira-Mamoré foram relançados: Mad Maria, de Márcio Souza; Trem-Fantasma, de Francisco Foot Hardman; e A Ferrovia do Diabo, de Manoel Rodrigues Ferreira. O livro de Márcio de Souza, sucesso editorial nos anos 1980, chegou a vender 17.000 exemplares em apenas um mês. Em 2005, a Editora Globo lançou o livro Uma Saga Amazônica através da Minissérie Mad Maria, que contava a história da construção da ferrovia e falava sobre os bastidores e a estrutura de produção da minissérie da TV Globo.

Para dar vida à Consuelo, Ana Paula Arósio precisou aprender a tocar piano, especialmente O Guarani, de Carlos Gomes. Suas aulas começaram dois meses antes do início das gravações da minissérie.

Fidellis Baniwa e Ana Paula Arósio em Mad Maria, 2005. Márcio de Souza/Globo — Foto: Globo

Ana Paula Arósio em Mad Maria, 2005/ Globo.

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