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    Ato do governo colombiano e das Farc celebra entrega de armas da guerrilha

    SYLVIA COLOMBO
    DE BUENOS AIRES

    27/06/2017 14h47

    Em um ato realizado nesta ter�a-feira (27), em Mesetas, no Departamento de Meta, o governo colombiano e as Farc (For�as Armadas Revolucion�rias da Col�mbia) comemoraram a entrega de todo o armamento que estava nas m�os dos ex-guerrilheiros.

    As 7.132 armas foram, ent�o, guardadas dentro de cont�ineres colocados � disposi��o da ONU. Ser�o agora destru�das e seus restos, usados para fazer esculturas que ser�o instaladas em Bogot�, em Havana (onde se deram as negocia��es) e em Nova York, sede da organiza��o, como s�mbolos do fim da guerra.

    "Por um dia como hoje, j� valeu a pena ser presidente da Col�mbia. � com grande emo��o que constatamos o fim dessa guerra absurda de mais de 50 anos", disse Juan Manuel Santos.

    "Que a �nica arma das Farc agora seja a sua palavra. N�o estou de acordo com suas ideias pol�ticas, mas serei um defensor de seu direito de express�-las de forma democr�tica", afirmou o presidente, dirigindo-se a Rodrigo "Timotchenko" Londo�o, o l�der da guerrilha.

    Este, por sua vez, em seu discurso, disse que "as Farc n�o est�o deixando de existir, apenas iremos continuar nossa atividade pela via da democracia".

    Apesar do tom celebrat�rio, por�m, Timotchenko fez cr�ticas � lentid�o dos avan�os em alguns aspectos do acordo de paz, que dependem de regulamenta��o por parte do Congresso e que est�o tomando mais tempo do que o esperado por conta de press�es da oposi��o.

    Os mais ferrenhos cr�ticos do acordo s�o os parlamentares do Centro Democr�tico, liderados pelo ex-presidente �lvaro Uribe.

    "J� se passaram mais de seis meses da aprova��o do acordo, e ainda temos companheiros presos", disse Timotchenko, referindo-se ao atraso da instala��o dos tribunais especiais e da entrega das anistias, segundo previa o tratado.

    Refor�ou, ainda, que "s�o necess�rios avan�os mais r�pidos na regulamenta��o desses passos, da reforma agr�ria e de nossas garantias jur�dicas. De nossa parte, estamos cumprindo o que acordamos", concluiu.

    Os ex-guerrilheiros permanecer�o nas 26 zonas de seguran�a at� pelo menos 1� de agosto, quando os que foram anistiados devem voltar � vida civil, enquanto outros ser�o encaminhados aos tribunais especiais.

    Tamb�m em agosto ocorrer� a primeira assembleia do partido das Farc, na qual se definir�o os candidatos aos dez postos no Congresso a que ter�o direito —cinco no Senado e cinco na C�mara dos Deputados.

    Se n�o conquistarem os votos necess�rios, os ex-guerrilheiros poder�o mesmo assim ocupar essas cadeiras. O acordo garante a presen�a desses dez parlamentares escolhidos pelas Farc nas duas pr�ximas legislaturas.

    Apesar de considerar a entrega das armas uma boa not�cia, a ONU sinalizou, nos �ltimos dias, preocupa��o com rela��o a fossas clandestinas, descobertas h� pouco mais de um m�s em v�rias regi�es do pa�s e que guardam armamento n�o declarado de distintas frentes das Farc. A guerrilha estima que se tratam de 900 fossas, das quais at� agora apenas 77 foram esvaziadas.

    ATENTADO

    O governo desvinculou as Farc do atentado ocorrido h� mais de uma semana no Centro Comercial Andino, quando uma bomba matou tr�s mulheres, depois que a pol�cia local prendeu oito suspeitos, identificados por meio de c�maras internas de seguran�a.

    "Foi um atentado perpetrado por aqueles que n�o querem que a paz se concretize", declarou.

    Segundo as autoridades locais, os suspeitos s�o membros do MRP —Movimento Revolucion�rio do Povo, uma nova organiza��o extremista contr�ria ao acordo de paz, criada por ex-membros do ELN (Ex�rcito de Liberta��o Nacional) e militantes de oposi��o ao governo Santos.

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