Suspeita de ataque em Bogot� recai em grupos contra di�logo governo-Farc
Raul Arboleda - 17.jun.2017/AFP | ||
Escadas rolantes s�o isoladas no shopping Andino, em Bogot�, ap�s explos�o |
S�o pelo menos tr�s os grupos considerados suspeitos pelas autoridades colombianas de ter colocado uma bomba no Centro Comercial Andino, um dos mais luxuosos shoppings de Bogot�, no s�bado (17), e que resultou na morte de tr�s pessoas, deixando nove feridas.
O ataque pegou de surpresa a Col�mbia, exatamente na semana em que se deve concluir a entrega total das armas das Farc (For�as Armadas Revolucion�rias da Col�mbia), de acordo com acordo aprovado no fim do ano passado.
Ao mesmo tempo, a segunda maior guerrilha, o ELN (Ex�rcito de Liberta��o Nacional), est� sentada numa mesa de negocia��o com o governo, em Quito, tentando tra�ar as linhas gerais para seu pr�prio acordo de paz.
Justamente o ELN � um dos suspeitos da a��o no shopping, uma vez que h� divis�o interna entre os que buscam o acordo com o governo e os que preferem seguir atuando. Al�m disso, n�o se chegou a um consenso sobre a liberta��o total de presos pol�ticos e sobre o cessar-fogo.
O �ltimo ataque do ELN em Bogot� ocorreu em dezembro do ano passado, quando a guerrilha matou um policial e instalou explosivos em seu corpo, ferindo os que vieram socorr�-lo. Desta vez, por�m, a guerrilha disse n�o ter qualquer rela��o com a explos�o no Centro Andino.
Outra organiza��o sob suspeita � o Cl� do Golfo. Trata-se de um grupo de narcotraficantes que vem pressionando o governo para ser considerado um grupo pol�tico guerrilheiro. Desta forma, pretende pedir a inicia��o de uma negocia��o de paz que lhes possa conceder tratamento jur�dico especial, como ocorre com as Farc.
O Cl� do Golfo tem promovido ataques a for�as da pol�cia e do Ex�rcito, que j� deixaram 10 mortos e 40 feridos. Seus ataques, por�m, nunca tiveram civis como alvo.
O terceiro grupo investigado � o MRP (Movimento Revolucion�rio do Povo), que come�ou a atuar no ano passado. Respons�vel por espalhar bombas de pequeno alcance em alguns pontos movimentados de Bogot�, o MRP tamb�m distribui cartazes e panfletos de tom pol�tico, em que recha�am as principais lideran�as: "Nem Santos, nem Uribe" � um deles.
Analistas consideram que se trata de um grupo de civis descontentes com o processo de paz levado adiante entre o governo e as Farc.
As autoridades consideram pouco prov�vel, por ora, que o ataque tenha sido obra das Farc, uma vez que a maioria dos guerrilheiros est� reclusa nas zonas de seguran�a, enquanto seus dissidentes se aliaram a grupos narcotraficantes nas fronteiras.
O l�der da guerrilha, Rodrigo Londo�o, o "Timotchenko", disse que o ataque "s� pode vir daqueles que querem fechar os caminhos da paz e da reconcilia��o".
O ATAQUE
Segundo relatos de quem estava no local, um homem foi visto entrando num dos banheiros femininos do Centro Andino –o que causou a explos�o foi um artefato instalado numa das privadas.
J� movimentado por natureza nesse dia e hor�rio, o shopping recebia um p�blico extra, por ser v�spera do Dia dos Pais na Col�mbia.
Os tr�s mortos s�o mulheres: a francesa Julie Hyunh, 23, e as colombianas Paola Jaimes Ovalle, 31, e Ana Mar�a Guti�rrez, 41.
Logo que soube do ataque, o presidente Juan Manuel Santos interrompeu uma viagem a Cartagena, foi ao shopping e pediu que o local fosse reaberto no dia seguinte. "O terrorismo quer mudar a agenda do pa�s, e a resposta deve ser a normalidade."
Apesar de Bogot� ter assistido a mais de 15 explos�es nos �ltimos dois anos, a maioria se tratou de artefatos de pequeno alcance e com inten��o apenas de atrair a m�dia.
O atentado de s�bado fez lembrar a explos�o no clube El Nogal (a poucas quadras do centro comercial), em 2003, pelas Farc, que matou 36 pessoas.
Reavivou, ainda, a mem�ria da viol�ncia da �poca da guerra dos cart�is e dos ataques arquitetados por Pablo Escobar nos anos 80 e 90.
A pouco menos de um ano das elei��es presidenciais, o atentado pode ter consequ�ncias pol�ticas, pois d� muni��o aos inimigos de Santos e aos cr�ticos dos acordos de paz com as guerrilhas. Num post logo ap�s o ocorrido, o ex-presidente �lvaro Uribe, seu principal rival, culpou o atual mandat�rio: "No lugar do mau exemplo da impunidade, a Col�mbia necessita de autoridade".
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