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'Seinfeld' e a chegada do politicamente correto às séries

Patrícia Kogut

Cena do episódio 'The cigar store indian', de 'Seinfeld' (Foto: Reprodução)Cena do episódio 'The cigar store indian', de 'Seinfeld' (Foto: Reprodução)

 

Já contei aqui que estou assistindo a “Seinfeld” quase todos os dias. É humor instantâneo e inteligente que ajuda a dormir bem. Porém, em 2022, um filtro se impõe entre o espectador e a série. Os anos 1990 às vezes parecem muito antigamente até para quem acha que foi ontem. Refiro-me ao politicamente correto. A história foi escrita quando essa visão de mundo estava chegando com toda força aos Estados Unidos. É um estágio que faz pensar no que estamos vivendo agora por aqui.

Nas primeiras temporadas, os personagens atravessam a linha do (hoje) inaceitável sem grandes questionamentos. Até que os freios começam a aparecer. É interessante observar a virada.

O décimo episódio da quinta temporada, “The cigar store indian”, marca esse momento. Jerry compra uma estátua de madeira de um índio fumando um charuto. Essas esculturas atualmente são vistas como representações que perpetuam estereótipos. Mas eram objetos de decoração de lojas de tabaco. É o pretexto para uma trama sobre preconceito. Jerry tenta um namoro com uma moça de ascendência indígena. Comete gafes terríveis. E o programa todo gira em torno desse aprendizado.

As piadas, no entanto, são politicamente incorretas. Talvez hoje elas dessem em cancelamento.

 

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