![Cena de 'Ted Lasso' (Foto: Divulgação) Cena de 'Ted Lasso' (Foto: Divulgação)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/tUuVnDpLOqQvRVkMk0d5GCM5_rc=/640x424/top/i.glbimg.com/og/ig/infoglobo/f/original/2022/01/31/tedlasso2.jpg)
Na crítica de domingo sobre “Ozark” (leia aqui), falei sobre os anti-heróis que marcam a teledramaturgia moderna. No caso dessa série, eles estão muito bem representados pelo casal central. Marty (Jason Bateman) e Wendy Byrde (Laura Linney) são capazes dos piores crimes, mas, ao mesmo tempo, encarnam valores “do bem”, como a defesa incondicional da família. É uma carpintaria fina, multidimensional, que leva o espectador a torcer pelo triunfo dos (não apenas) maus. Os sinais trocados funcionam como um desafio-surpresa. Tony Soprano (James Gandolfini) inaugurou essa era. Depois dele, vieram inúmeras outras figuras assim, multifacetadas: o professor de ensino médio que vira bandido, o Walter White (Bryan Cranston) de “Breaking bad”, e o publicitário bonitão e genial Don Draper (Jon Hamm), de “Mad men”, são dois exemplos. Seu sucesso mostra um grau de requinte dos roteiros. E prova a capacidade do público de compreender que a ficção não precisa se dividir entre simples bonzinhos e malvados. Mais do que isso, é um mosaico.
Nas séries recentes, entretanto, acompanhamos a ascensão de um novo tipo: o herói falho, mas com um desejo de evolução moral. A sinceridade e o espírito “positivo” estão em alta. Prova disso é Ted Lasso. Outro exemplo: a família de “Schitt’s Creek”. Um artigo muito interessante sobre isso saiu na “Esquire.com” (“TV’s antihero era is over. Welcome to the golden age of hope”. Em português: A era dos anti-heróis acabou. Bem-vindo à era da esperança). Vale observar.
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