Ir para o conteúdo


Publicidade

'O homem das castanhas': série pronta para fisgar o público

Patrícia Kogut

Naia Thulin (Danica Curcic) e Mark Hess (Mikkel Boe Folsgaard) em 'O homem das castanhas' (Foto: Netflix)Naia Thulin (Danica Curcic) e Mark Hess (Mikkel Boe Folsgaard) em 'O homem das castanhas' (Foto: Netflix)

 

Os países nórdicos são exímios produtores de séries policiais. “Forbrydelsen” — que ficou conhecida pelo mundo como “The killing” — prova isso. Agora, é a vez de uma produção interessantíssima chegar ao catálogo da Netflix. Esqueça o título pouco atraente de “O homem das castanhas”. Vale embarcar nos seis episódios de quase uma hora. A trama, bem engendrada, é levada por um elenco excelente e pouco conhecido por aqui. Não citei “Forbrydelsen” à toa: esse lançamento também é criação de Soren Sveistrup, autor do livro “O homem das castanhas” (saiu aqui pela Companhia das Letras). Atenção, tem spoiler.

O enredo abre com uma série de assassinatos ocorridos em 1987. Um policial se dirige a uma casa numa área rural e lá encontra uma cena de um crime. Esse fato avulso só será explicado mais tarde. Já nos minutos seguintes, a ação se transfere para os dias atuais, em bairros afastados do centro de Copenhague. A aventura transcorre às vésperas do outono, com aquele gradiente de cores entre o verde e o marrom se espalhando pelos parques da cidade. O corpo de uma mulher com uma das mãos decepada amarrado a uma árvore é achado perto de sua casa. Ao seu lado, está um bonequinho confeccionado com castanhas e gravetos. O objeto é a única pista que os investigadores, Naia Thulin (Danica Curcic) e Mark Hess (Mikkel Boe Folsgaard), acham por ali. A morta tem um filho com autismo e um namorado. Dias mais tarde, outro crime parecido, só que mais violento ainda, acontece. Outra mãe de duas crianças é encontrada, desta vez, sem as duas mãos.

Em outra ponta, acompanhamos a ministra Rosa Hartung (Iben Dorner). Ela volta ao trabalho depois de quase um ano afastada por causa de uma tragédia: sua filha adolescente desapareceu. Um homem confessou tê-la matado e esquartejado. Ele está preso, mas alega não se lembrar de onde enterrou a vítima. A família de Rosa — o marido, Steen (Esben Dalgaard Andersen), e o caçula Gustav (Louis Naess-Schmidt) — tenta se recuperar do que houve, mas é difícil. Numa terceira camada narrativa, há a vida pessoal de Naia. Mãe solteira, ela tenta uma transferência para poder passar mais tempo com a filha pré-adolescente, Le (Liva Forsberg).

Os crimes vão se interconectando numa teia muito bem construída pelo roteiro. “O homem das castanhas” trata de temas pesados: violência contra crianças, famílias disfuncionais e pedofilia. Como “The killing”, humaniza os personagens policiais, expondo suas falhas. Merece a sua atenção.

 

SIGA A COLUNA NAS REDES

No Twitter: @PatriciaKogut

No Instagram: @colunapatriciakogut

No Facebook: PatriciaKogutOGlobo

Mais em Kogut

Publicidade