![Helen Mirren em 'Catarina, a Grande' (Foto: HBO) Helen Mirren em 'Catarina, a Grande' (Foto: HBO)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/eUhflNm7Eks9bdXRnSekVkqfBCg=/640x424/top/i.glbimg.com/og/ig/infoglobo/f/original/2019/12/18/catarina.jpg)
Filão que prospera na literatura e na televisão, o romance histórico mistura fatos reais a enfeites inventados, destinados a aprofundar o sabor daqueles acontecimentos. Foi assim com séries com “Victoria”, “Os últimos czares” e “The Spanish Princess”. São produções formalistas, que desviam mais ou menos do que contam os livros e, por isso mesmo, sofrem sua dose de críticas. Mas costumam fazer sonhar e encantam. Com “Catarina, a Grande”, da HBO, é diferente.
Estrelada por Helen Mirren, a série em quatro episódios já chegou cercada de muita expectativa por diversas razões. Para começar, a HBO não brinca em serviço e a qualidade de seus originais costuma ser muito boa. Depois, a atriz tem uma coleção de credenciais para interpretar uma imperatriz: fez várias vezes papéis de figuras de sangue azul e ganhou o Globo de Ouro e o Oscar com elas. “Catarina, a Grande” tem investimento: cenários deslumbrantes de palácios russos, figurinos farfalhantes e tudo o mais que o dinheiro pode comprar. Finalmente, a personagem também é interessante. Catarina II viveu no século XVIII e era uma déspota esclarecida. Tinha ideais iluministas e, já no primeiro episódio, é vista discursando contra a escravidão diante de uma plateia que torce o nariz para ela.
Mas apesar de tantas variáveis a favor, a série não empolga. Talvez graças ao roteiro esquemático ou às cenas apelativas. Ou ainda por causa da monotonia da trama, apoiada quase que exclusivamente na grandiosidade da produção. É uma boa história desperdiçada com embrulho de luxo.
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