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Ainda sobre o que atrapalha 'Verão 90'

Patrícia Kogut

Camila Queiroz em cena de 'Verão 90' (Foto: Reprodução)Camila Queiroz em cena de 'Verão 90' (Foto: Reprodução)

 

No capítulo de “Verão 90” desta segunda-feira, 11, Claudia Raia (Lidiane) apareceu com Rafael Vitti (João Guerreiro). Ela foi à cadeia pedir ao rapaz para se afastar da sua filha, Isabelle Drummond (Manu). Era uma cena dramática, que dava a chance à atriz de baixar a voltagem do histrionismo que acomete todo o elenco da novela das 19h. Ela aproveitou a oportunidade: a sequência correu no tom correto, deixando no ar a certeza de que acertos fariam bem à produção.

Mas não são apenas as caretas e o gestual exagerado que vêm atrapalhando o resultado final, embora eles incomodem bastante. Há também a falta de cuidado com os detalhes. Ela compromete o acabamento. Foi o que aconteceu no capítulo de 2 de março. Numa sequência na rua em frente à pensão ambientada no Catete, lia-se numa pichação na parede: “Ele não”. Ué, a trama não se passa nos anos 1990? O espectador nota essas distrações.

E por falar em 1990, as citações feitas na história em geral parecem deslocadas e gratuitas. Um exemplo foi a cena (também desta semana) em que Vanessa (Camila Queiroz) embarcou para Londres. Ela chegou ao aeroporto acompanhada de Galdino (Gabriel Godoy) e prometeu nunca mais pisar por aqui. Antes de desaparecer pelo portão do aeroporto, virou-se para a câmera e repetiu o gesto de Marco Aurélio (Reginaldo Faria) em “Vale tudo”: deu uma banana. Naquele momento, naquela história, em 1989, a sequência veio carregada de simbolismo político, era a imagem de um corrupto escapando impune do país. Em “Verão 90”, pareceu apenas uma malcriação boba.

 

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