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'This is us' volta a driblar a tentação do truque

Patrícia Kogut

Elenco de 'This is us' (Foto: NBC)Elenco de 'This is us' (Foto: NBC)

 

Demorou, mas a terceira temporada de “This us us” chegará ao Brasil finalmente em 25 de março, às 22h, na Fox Premium 1 e no aplicativo da Fox. Nos Estados Unidos, ela está no ar desde setembro do ano passado. De lá para cá, a trama só se aprofundou na escavação do passado da família Pearson. Daqui para a frente, tem spoiler.

Essa produção faz um irresistível retrato do cotidiano de uma família burguesa, pai, mãe e trigêmeos, sendo um deles, adotivo. A trama dança na linha do tempo, de antes de o trio nascer, nos anos 1980, aos dias de hoje. Essa construção, aos pedaços, sempre acaba amarrando uma cronologia na outra. Em geral, a costura segue uma lógica de causa e consequência. Fatos da infância levaram aqueles personagens a agir assim ou assado na vida adulta. Tal dinâmica abre muitas possibilidades para DRs retroativas ou para a simples nostalgia. Não há vilões aqui. Os malfeitos são obra do acaso, do destino etc. Portanto, desgraças também acontecem, atrapalhando a alegria dos Pearson. A principal delas é a morte do pai, Jack (Milo Ventimiglia). As circunstâncias dessa tragédia representaram um mistério que atravessou muitos episódios.

Na terceira temporada, um outro suspense, mais bem construído e com um desfecho inesperado, se apresenta. Kevin (Justin Hartley) decide investigar um período obscuro da vida do pai: o da Guerra do Vietnã. Ele viaja para a Ásia, em busca de respostas sobre o que teria levado Jack, sempre tão alegre, a assumir uma expressão sombria quando alguém aludia àquele tempo. Para ajudar na sua empreitada, leva o pingente que herdou do pai. Acredita que a joia possa ser uma pista. Não é. A uma certa altura, tudo faz crer que ele está num beco sem saída e daquele mato não sairá cachorro. Até que uma sensacional virada acontece (entrar nisso seria um megaspoiler até para os leitores que não se incomodaram com o aviso no início deste texto).

Tudo isso colabora para o enredo avançar em novas direções e evita cansar o espectador com as repetições esquemáticas que volta e meia afetam a série. “This is us” começou bem, encantando o público desavisado com seu trançado de cronologias. Depois, flertou bastante com os truques para fazer chorar e rir e perdeu muito de sua graça. Agora, recobrou o frescor, exibindo episódios que vão além dos recursos manjados para provocar lágrimas. A história fica triste de verdade, faz pensar, mas não perde a ternura jamais. Esse equilíbrio constante de forças opostas não é fácil. Ainda mais quando o roteiro tenta (e consegue) evitar o melodrama puxado. A série cumpre o que promete. Vale conferir.

 

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