Ir para o conteúdo


Publicidade

Algumas observações sobre o Emmy

Patrícia Kogut

Ryan Murphy e a equipe e o elenco de 'American crime story' (Foto: Robyn Beck/AFP)Ryan Murphy e a equipe e o elenco de 'American crime story' (Foto: Robyn Beck/AFP)

 

A expressão surpresa de Ryan Murphy ao receber o Emmy por “American crime story: O assassinato de Gianni Versace”, nesta segunda-feira, 17, se justificou plenamente. Não que ele não mereça as maiores láureas. É um profissional brilhante e fundamental para a era de ouro da televisão americana. Mas, de todas as suas criações (só para citar algumas, “Feud” e “American horror story”), essa temporada de “ACS” foi a mais fraca. Por isso, todo mundo estranhou esse reconhecimento. Até ele.

Vale lembrar, no entanto, que as zebras sempre fizeram parte da festa. E essa não foi a única. Regina King levou a estatueta por seu desempenho — forte e comovente — em “Seven seconds”. Ninguém apostava nela, já que a série acabou cancelada depois de só uma temporada. Foi dura a tarefa no júri porque a atriz concorria com Edie Falco (maravilhosa em “Law & Order: True crime”); Sarah Paulson (“American horror story”); Jessica Biel (“The sinner”) e Laura Dern (“The tale”). Só feras. Mas Regina mereceu.

Fãs de “The handmaid’s tale” ficaram decepcionados. Favorita, a série do Hulu não levou quase nada. “Game of thrones” foi considerada a melhor série dramática (viva ela). Nesse caso, houve lógica nas escolhas. Com o perdão dos defensores de “Handmaid’s”, ela caiu muito na segunda temporada. Ainda assim, ficou no ar uma dúvida: não teria sido legítimo agraciar Elisabeth Moss?

A academia também foi justa com Matthew Rhys, astro de “The americans”, a trama que retratou a espionagem soviética nos EUA na época da Guerra Fria. Durante anos, ela esnobou a série da Fox até finalmente se curvar. Valeu.

Em quase todos os momentos, o páreo pareceu apertado. Foi um sinal da qualidade do que se produz hoje na televisão americana. Com crise ou sem crise, o setor segue vibrante, potente e criativo.

A HBO, vitoriosa histórica da cerimônia, se manteve em posição de honra, mas a Netflix teve grande presença, assim como a Amazon. De 2013 para cá, quando o streaming chegou timidamente ao Emmy, ainda como um intruso, tudo mudou. O embaralhamento de mídias hoje é um fato naturalizado por todos. Resta saber quais serão as novas plataformas presentes à cerimônia nos próximos anos.

 

SIGA A COLUNA NAS REDES

No Twitter: @PatriciaKogut

No Instagram: @colunapatriciakogut

No Facebook: PatriciaKogutOGlobo

Mais em Kogut

Publicidade