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Séries que nunca terminam mesmo quando se sucateiam

Patrícia Kogut

Cena de 'The killing' (Foto: Reprodução)Cena de 'The killing' (Foto: Reprodução)

O que “The killing” e “24 horas” têm em comum? Ambas são donas de um público cativo, estavam extintas e ganharam uma sobrevida inesperada (atenção, tem spoiler). Com isso, se tornaram as expressões concretas da ideia de que a esperança é a última que morre. E, por esse motivo, jamais tiveram um desfecho de temporada definitivo. Nem dessa última vez.

Veja o caso de “24 horas”. Embora tenha granjeado muitos fãs, nunca foi uma produção de alta qualidade. Por um lado, inovou, com sua ação concentrada em uma dia com o suspense crescendo hora a hora, e ritmo acelerado. Porém, ficou no ar tempo demais, o que esvaziou toda essa impressão de novidade e frescor. Caiu na repetição rasgada. Mesmo com ótimos roteiristas, não escapou de se tornar alvo fácil daquele espectador que brinca de adivinhar a próxima cena. Tudo isso fez a potente “24 horas” virar a surrada “24 horas”. Mesmo assim, o último episódio de “Live another day” (ainda no ar na Globo) deixou aberta a possibilidade de um dia Jack Bauer voltar. Afinal, não foi a primeira vez que ele embarcou para uma prisão num país inimigo.

Em “The killing”, a história é um pouco diferente, no bom sentido. A primeira temporada foi muito criticada por seu desfecho inconclusivo. A segunda resolveu o problema, mas com roteiro ainda cheio de gorduras. A melhor de todas foi a última, de apenas seis episódios e produzida pela Netflix. A trama contemplou duas investigações paralelas. Uma delas, se concluída com justiça, levaria os dois protagonistas para a cadeia para sempre. Ou seja, impossibilitaria uma quinta temporada. E isso não aconteceu.

Portanto, quando você menos esperar, eis que pode vir boa coisa velha por aí.

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