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Por Paulo Taroco — Izmir, Turquia


Feito o anúncio oficial da aposentadoria como atleta, após 23 anos de conquistas e dedicação ao vôlei, o momento seguinte serviu para João Paulo Bravo avaliar a trajetória de mais de duas décadas como profissional, seja atuando na posição de ponteiro ou de líbero. Mas não foi só isso. O ex-atleta da seleção brasileira também falou sobre as metas deste novo desafio, agora exclusivamente na função de auxiliar técnico, e ainda respondeu sobre como vê o momento atual do time brasileiro.

João Paulo Bravo inicia trajetória como assistente técnico do Arkas, equipe em que atuou nas últimas temporadas — Foto: Arkas Spor

Natural de Presidente Prudente, no Oeste Paulista, Bravo passa a ser auxiliar técnico do Arkas, equipe defendida pelo brasileiro nas últimas temporadas. Porém o posto não será novidade, uma vez que, desde 2018, ele já dividia seu tempo entre a vida de atleta e o cargo de assistente na seleção masculina sub-21 do Canadá. Além de comentar o fechamento natural de um ciclo, veja mais detalhes do bate-papo com o agora auxiliar João Paulo Bravo.

O que motivou sua decisão?

– Não teve um motivo muito especial não esta minha decisão. Desde que comecei a trabalhar como técnico da seleção canadense sub-21, em 2018, já estava preparado para parar. Acontece que, neste ano, eu e o Arkas chegamos a um consenso que seria hora de mudar de função, e para mim foi supertranquilo. Só fiz um post de anúncio porque o clube publicou uma foto onde eu passei a responsabilidade de ser capitão a outro jogador, dizendo que eu faria parte da comissão técnica, e todos começaram a perguntar. Na verdade, eu tinha até esquecido de fazer um anúncio oficial.

Como será esta fase de transição?

– Como disse antes, querem que eu comece a trabalhar em outra função, que é a de assistente técnico e seguir um projeto dentro do clube.

Você segue com os trabalhos na equipe canadense?

– A respeito do Canadá, eu deveria ter ido neste ano, mas agora com a seleção B. Devido às restrições da Covid, não consegui entrar no país, mas segue o convite para o próximo ano.

Aposentadoria como atleta foi divulgada oficialmente nesta quinta-feira (12), e postagem contou com a interação de várias feras do vôlei — Foto: Instagram / Reprodução

O que mais te marcou positivamente? E o que poderia ter sido diferente na sua avaliação?

– O que marca positivamente é como a gente cresce como ser humano. Conhecer outros países, outras culturas, aprender outros idiomas, e fazer o que você mais gosta. Posso dizer que sou abençoado. Não sei dizer o que poderia ter sido diferente, sou feliz por tudo o que passei na minha carreira e grato por tudo o que conquistei.

Como ficam os sonhos do João a partir deste novo ciclo que começa?

– Não digo que são sonhos, mas são novos objetivos que quero ir conquistando aos poucos e da mesma maneira que me dediquei como atleta. Irei me dedicar daqui para frente como assistente técnico aqui na Turquia, como técnico no Canadá.

Pensa em voltar ao Brasil e trabalhar com o vôlei por aqui?

– No momento não penso em voltar, porque quero poder retribuir ao Arkas tudo o que fez por mim durante esses nove anos, mas no futuro tudo pode acontecer.

A participação olímpica em Tóquio do nosso vôlei masculino gerou algumas avaliações com pouca satisfação. Como você avalia esse cenário? O que é preciso melhorar?

– Penso que o Brasil fez uma boa campanha apesar de não ter ganho nenhuma medalha. O vôlei está tão nivelado que uma partida que se perde pode definir o futuro de uma equipe dentro da competição. É difícil quando estamos do lado de fora, dizer o que é preciso melhorar (criticar o trabalho que vem sendo feito).Vendo os jogos da fase de grupos, ninguém apostaria um real em uma França campeã olímpica, uma Argentina eliminando os Estados Unidos, Itália nas quartas de final, e vencendo o Brasil na disputa pelo bronze. Então essas oscilações acontecem, e as duas equipes consideradas favoritas e que fizeram a final da VNL neste ano, nem chegaram à final.

– Entre os títulos de João Paulo Bravo nesta trajetória, estão a Liga Mundial, em 2009, e o Campeonato Mundial, em 2010, com a seleção brasileira. O currículo como atleta ainda tem passagens por países como Itália e Bélgica.

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