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Por Redação do ge — Mogi Mirim, SP


O Estádio Vail Chaves, que pertence ao Mogi Mirim, deve ir a leilão nos próximos meses. A determinação é da juíza Maria Raquel Campos Pinto Tilkian Neves, da 4ª Vara do Foro da cidade, devido a uma série de dívidas trabalhistas do clube com ex-atletas e ex-funcionários.

De acordo com a determinação, o leiloeiro Cezar Augusto Silva será responsável pela realização do leilão via sistema eletrônico. O imóvel está avaliado em R$ 63.770.694,58.

Estádio Vail Chaves — Foto: Jefferson Barbosa / EPTV

São mais de 100 ações que, somadas, dão quase R$ 10 milhões. Os dados fazem parte de um levantamento do jornal O Popular. Como garantia, a Justiça Trabalhista penhorou o Vail Chaves em 14 de agosto de 2019. Desde então, o estádio do Mogi corre o risco de ir a leilão.

O Mogi também enfrenta uma de ação da Segbras Serviços Empresariais e Comércio de Sistemas de Segurança. A empresa cobra uma dívida de R$ 1.016.205,52 por serviços prestados ao clube e empréstimos feitos ao clube entre 2016 e 2018.

Com o prazo de 90 dias para a conclusão do ato processual estabelecido pela Justiça, o advogado André Lopes, representante do departamento jurídico do Mogi Mirim, explicou ao ge que o clube está em contato com os credores em busca de acordos que evitariam o andamento do leilão nos próximos meses.

- O clube está em negociação com a empresa exequente a fim de formalizar um acordo, o que suspenderia o andamento processual e consequentemente paralisaria os procedimentos de leilão do estádio. Em resumo, estamos agindo de forma extrajudicial e judicial para proteger o patrimônio do Mogi Mirim.

No último dia 13, a juíza Fabiana Garcia Garibaldi, da 2ª Vara do Foro de Mogi Mirim, indeferiu o pedido de suspensão da penhora do Vail Chaves. A solicitação foi apresentada pelo Estado de São Paulo via Procuradoria Geral do Estado (PGE).

Martírio também em campo

Um dos times mais tradicionais do interior de São Paulo, o Mogi Mirim retornou ao futebol profissional na última semana e enfrentou o São Carlos na abertura da Bezinha, com derrota por 1 a 0 fora de casa. A equipe não participou da competição em 2022 por problemas na gestão.

Desde 2015, o Sapo amargou cinco rebaixamentos consecutivos, deixando a elite estadual e a Série B do Brasileiro para a última divisão do Campeonato Paulista e a ausência de calendário nacional. A derrocada do Mogi começou quando o pentacampeão Rivaldo deixou a presidência e passou o comando para Luiz Henrique de Oliveira, em julho de 2015. Durante a gestão de Luiz Henrique de Oliveira, o Mogi também passou a sofrer inúmeros processos trabalhistas.

Rivaldo deixou a presidência do clube em 2015 — Foto: Marcelo Gotti/ Mogi Mirim

O caso é mais um capítulo do declínio do Mogi, antes conhecido pelo histórico "Carrossel Caipirinha" de Vadão, Rivaldo e companhia, além de campanhas positivas no início da década de 2010, como a semifinal alcançada no Paulistão de 2013. E agora marcado pelos problemas extracampo.

Na última participação na quarta e última divisão do Paulista, em 2021, o Sapão acabou eliminado na primeira fase, com campanha de uma vitória, três empates e seis derrotas, sendo o lanterna do seu grupo.

Em 2023, o Mogi Mirim integra o Grupo 3, ao lado de Independente-SP, São Carlos, São-Carlense, União São João e XV de Jaú. O próximo jogo será no domingo, dia 30, contra o XV de Jáu, no Estádio Municipal Coronel Francisco Vieira, em Itapira - o clube escolheu o Itapirão para mandar os jogos enquanto o Vail Chaves segue penhorado.

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