O árbitro de polo aquático Matheus Borges foi vítima de racismo nesta sexta-feira durante jogo do Campeonato Brasileiro Interclubes Sub-16. O ato de preconceito aconteceu na partida entre Sesi-Ribeirão Preto-SP e Fluminense-RJ no Centro Esportivo Rebouças, em Santos-SP. Responsável pela organização da competição, a Polo Aquático Brasil (PAB) emitiu nota sobre o caso em suas redes sociais, assim como a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), que chancela a entidade.
Sesi x Fluminense pelo Campeonato Brasileiro Sub-16 foi interrompido no último quarto — Foto: Divulgação
Matheus foi ofendido a 1min42s para o fim do último quarto, quando um torcedor não identificado proferiu as seguintes palavras:
- E aí, neguim?! E aí, neguim, não vai fazer nada?! - disse o homem, que estava na área reservada à torcida do Sesi.
Relatada a ofensa, o chefe de arbitragem Yuri Machado interrompeu o jogo e determinou que o delegado de arbitragem responsável, João Rene Cardenuto, conduzisse o procedimento de retirada de todos os presentes da arquibancada para fora das dependências do complexo. A partida foi reiniciada depois disso.
Nota da Liga Brasileira de Polo Aquático sobre caso de racismo — Foto: Reprodução/Instagram
A CBDA não soube informar se o árbitro registrou um boletim de ocorrência. O caso será analisado pelo Superior Tribunal de Justiça da entidade.
- A CBDA repudia veementemente qualquer ato discriminatório seja na esfera racial, sexual, religiosa ou em qualquer espaço da nossa sociedade. O relatório da arbitragem será encaminhado ao STJD da CBDA, que analisará as medidas cabíveis a partir deste momento - informou a Confederação por meio de nota.
A PAB, por sua vez, ressaltou que não tolera atos do tipo, relembrando que injúria racial no Brasil é crime previsto por lei.
- Em nenhum espaço social o racismo deve ser tolerado, o ambiente esportivo é caracterizado por construção de valores morais, éticos e de cidadania. Atitudes que contemplam a discriminação não contribuem ao desenvolvimento humano - disse a PAB.
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