A cena chamou a atenção: duas jogadoras trocando socos durante a decisão de um campeonato de polo aquático em São Paulo. Uma delas, Izabella Chiappini, exibiu hematomas após o jogo. Ela já sabia, ali, que as agressões trocadas com Luana Bonetti, da ABDA (Bauru), eram mais uma gota na piscina de decepções dos últimos meses. Dias antes, a jogadora do Pinheiros que já foi eleita a segunda melhor do mundo anos atrás havia assinado um contrato para ir jogar por um ano na França.
Craque do Pólo Aquático teve que enfrentar rivais dentro e fora d'água
Antes de se despedir novamente do clube paulista, no último sábado, do banco de reservas, Izabella viu sua equipe ser campeã do Brasil Open de Polo Aquático, disputado no Rio de Janeiro. Na final, vitória sobre a ADBA, a mesma equipe da decisão no torneio paulista há uma semana. Desta vez, sem Luana e sem Iza na piscina. Agora, a atleta paulistana de 27 anos embarca para a cidade francesa de Mulhouse, onde vai jogar pelo time local, atualmente o vice-campeão nacional.
Outra decisão: Iza não deve defender a seleção brasileira nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, no Chile, entre 25 de outubro e 5 de novembro deste ano. Apesar de a Confeferação Brasileira de Desportos Aquáticos já ter avisado o clube francês que haverá um período de treino e, posteriormente, a competição continental, hoje não há acordo sobre a participação de Iza nos Jogos. O Pan vale vaga olímpica direta para a seleção campeã. Os Estados Unidos são favoritos a ficarem com o ouro e a classificação para Paris 2024. Izabella foi medalhista de bronze com o Brasil em Guadalajara 2011 e Toronto 2015. Em Lima 2019, a seleção brasileira ficou novamente em terceiro lugar, mas Iza já estava defendendo a seleção da Itália.
Final de torneio de polo aquático em São Paulo termina em briga
Na França, Izabella vai reencontrar uma amiga e parceira de seleção brasileira, Viviane Bahia. Para quem ainda não conhece a história, Iza superou uma depressão nos últimos anos, após trocar o Brasil pela Itália, ser rejeitada por atletas da seleção europeia e precisar voltar a São Paulo para tratar da saúde mental. Por isso a importância de ter uma colega tão próxima dentro e fora das piscinas nessa nova mudança. Além, claro, da proposta profissional da equipe que tem, entre as ambições para a próxima temporada, vencer o Campeonato e a Copa da França, assim como avançar de fase na Champoins League.
Desiludida com o polo aquático no Brasil, Izabella parte para respirar ares olímpicos novamente -- ela disputou a Rio 2016 pela seleção brasileira -- mesmo que apenas como uma ilustre atleta profissional no país que vai receber os Jogos de 2024. Novos ares, novas perspectivas. Novas piscinas e, quem sabe, de novo uma nova Izabella.
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