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Por Marcel Merguizo — São Paulo


Choro, discussão com técnico, emoção ao lado do pai. Nathalie Moellhausen entrega tudo e se entrega. Na esgrima, na dança, nas palavras, essa é a arte dela: se doar. E a última doação demorou 12 anos para ser entregue. É o documentário "Touché", sobre a vida e a carreira da esgrimista ítalo-brasileira campeã mundial em 2019.

Nathalie Moelhausen, campeã mundial de esgrima, lança filme autobiográfico

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Nathalie está no centro do filme da diretora italiana Martina Moor. A obra vai ser lançada neste sábado, dia 16, no Visioni Dal Mondo, Festival Internacional do Documentário de Milão, cidade natal das amigas Nathalie e Martina.

- Desejo que todas as crianças do mundo com um sonho de ouro tenham a chance que eu tive para torná-lo real. Espero que o filme inspire a próxima geração a lutar por isso - disse Nathalie, antes da estreia.

O que chama a atenção no documentário de 86 minutos são os bastidores, desde os treinamentos até a relação pessoal da atleta com o técnico francês Daniel Levavasseur, mentor na esgrima, e o pai, Philippe Moellhausen, grande inspiração de Nathalie, mesmo após a morte repentina em 2018.

Pôster do file "Touché", sobre a vida e a carreira de Nathalie Moellhausen — Foto: Divulgação

Três Olimpíadas disputadas, uma pela Itália (Londres 2012) e duas pelo Brasil (Rio 2016 e Tóquio 2020) depois, Nathalie continua sua busca exaustiva pela perfeição, uma obsessão pela vitória. Fora do esporte a atleta, hoje com 37 anos, se transforma em artista, mas não se distancia da enorme exigência que tem consigo mesma.

A ligação de Nathalie com a arte permeia a vida da atleta. Ela trabalhou como diretora de arte da Federação Internacional de Esgrima em 2013, quando parou de competir pela seleção italiana, com a qual foi medalhista mundial por equipes.

Nathalie Moellhausen em sala de esgrima — Foto: Divulgação

Nascida em Milão, ela cursou Filosofia pela conceituada universidade francesa Sorbonne, em Paris, onde mora desde os 20 anos de idade. A família também tem ligações com a moda. A mãe, a italiana Valeria Ferlini, é estilista. A própria Nathalie já desfilou, mas não seguiu carreira nas passarelas.

Durante a pandemia, a atleta neta da brasileira Marcela Farotti (maior incentivadora para que ela defendesse o Brasil) ganhou repercussão mundial ao gravar um vídeo misturando dança e esgrima, na Praça das Vitórias, em uma escura e vazia Paris do ano 2000. Agora, em 2024, na Cidade Luz, Nathalie vai buscar a primeira medalha olímpica brasileira na história da esgrima. Um capítulo final que não estará no filme "Touché", mas que certamente é o epílogo sonhado por Nathalie.

Artista Kobra produzirá obra para receber atletas brasileiros na Olimpíada de 2024

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Blog Olímpico Marcel Merguizo — Foto: Reprodução

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