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Por Marcel Merguizo — Tóquio


O desabafo de Arthur Nory, os olhos marejados de Nathalie Moellhausen, o pedido de desculpas de Gabriela Chibana. Dói, como disse a judoca. Deve doer ainda mais quando é logo no primeiro dia ou no primeiro combate, como foi com a brasileira da esgrima. Nathalie podia ser a primeira medalhista brasileira da esgrima e dos Jogos de Tóquio. Acabou como a primeira eliminada. E a dor era evidente.

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- Não adianta se deixar derrotar pela derrota. Apesar de estar muito triste, só o tempo me dará uma explicação. Esporte é uma coisa e vida é outra. Com certeza ainda quero trazer uma medalha para o Brasil. E com certeza tenho vontade de ir para Paris - disse Nathalie após acordar de um pesadelo logo no primeiro dia de disputas em Tóquio já sonhando com uma noite de verão melhor na cidade luz em 2024.

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Na saída da arena, a pergunta: "E Paris 2024?". Ela quer ir. Assim como Nory já disse que sonha com a volta por cima na capital francesa, após o dia de estreia da ginástica em que não conseguiu se classificar para as finais por aparelhos. Tanto Nory quanto Nathalie foram campeões mundiais em 2019. Dois anos depois, não conseguem dar nem sequer o segundo passo, o segundo salto rumo à glória olímpica. Como alívio para essa dor, o calendário: faltam apenas três para as Olimpíadas parisienses, o menor ciclo de todos os tempos.

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Assim, nem bem começaram os Jogos Olímpicos de Tóquio e já tem atleta de ponta pensando nos de Paris. Que luta injusta essa dos atletas contra o tempo. Luta que faz Gabriela pedir desculpas, emocionada, após perder no segundo combate no lendário Budokan. E ela caiu diante da judoca de Kosovo que acabou com o ouro contra uma japonesa no templo do judô mundial. Nem imagino a quantidade de "sumimasen" ou outras formas de desculpas que a japonesa deve estar pedindo aos senseis. O tempo cura?

Arthur Nory em Tóquio — Foto: Reuters

Blog Olímpico Marcel Merguizo — Foto: Reprodução

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