O mundo da F1 segue aguardando uma definição sobre a possível entrada de novas equipes no grid - e nenhuma candidatura tem sido mais discutida que a da Andretti Cadillac. Enquanto espera um retorno oficial, o campeão da F1 1978 Mario Andretti revelou que a equipe está aberta a "qualquer oportunidade" de participar da categoria e até planos por um piloto americano.
- Do ponto em que estamos, só estamos indo junto com o processo e tentando preencher todos os requisitos. Fizemos tudo, e agora está nas mãos (da FIA e da F1). É só uma situação de espera agora, mas deveremos saber algo em breve. Não há uma linha do tempo específica, mas fomos ditos que (a resposta viria) no início de setembro - disse Mario ao RacingNews365, acrescentando:
- Obviamente estamos abertos a qualquer oportunidade. Mas muito no que diz respeito a comprar outra equipe já foi esgotado, honestamente.
A declaração é uma resposta à sugestão de Helmut Marko, consultor da RBR, de que o grupo americano deveria comprar a Alpine. Já presente no grid, a equipe francesa vive má fase na F1: é sexta colocada no Mundial de construtores e passou por recente reformulação na estrutura diretiva, com a saída até do chefe de equipe Otmar Szafnauer.
Mario Andretti acompanha treino para as 500 Milhas de Indianápolis em 2023 — Foto: Justin Casterline/Getty Images
Além disso, o motor Renault estaria cerca de 30 cv abaixo dos concorrentes, segundo a imprensa inglesa. Em relatório divulgado após a reunião da Comissão da F1 na Bélgica, a FIA confirmou que há uma "lacuna notável" entre equipes referente à performance das unidades de potência.
- Andretti deveria comprar a Alpine. Isso seria o melhor para todo mundo. A Fórmula 1 mantém seus dez times, a Andretti enfim consegue entrar e a Renault seguiria envolvida - opinou Marko.
Segundo Mario, os planos da Andretti incluíam entrar na F1 já em 2024, mas enquanto "o processo se arrastou, 2025 tornou-se mais viável". O campeão de 1978 também garantiu que, caso a candidatura seja bem-sucedida, um dos pilotos da dupla Andretti Cadillac seria obrigatoriamente dos Estados Unidos.
- Posso te dizer que com certeza vai haver um piloto americano na equipe, e o outro vai ser um experiente. Não é (uma decisão) que vai ser tirada do ar. É parte do projeto, mas você tem que esperar por todo o resto se concretizar oficialmente (antes de anunciar a dupla) - completou Andretti.
Michael Andretti, filho de Mario, é dono de equipe na Fórmula Indy e quer estar na F1 — Foto: AP
A contragosto da F1, o presidente da FIA Mohammed Ben Sulayem confirmou em janeiro que tinha interesse em atrair novas equipes para a F1. O processo de candidatura foi instaurado oficialmente no mês seguinte; além da Andretti Cadillac, a Hitech - presente na F2, na F3 e na F4 - também aplicou.
O desejo da Andretti de juntar-se à F1, entretanto, é mais antigo, vindo desde uma negociação frustrada com a Sauber em 2021. A parceria com a marca da GM foi anunciada oficialmente em janeiro de 2023.
Quaisquer novas equipes precisariam pagar 200 milhões de dólares - cerca de R$ 978 milhões - como taxa anti-diluição, voltada à compensação de possíveis perdas para as escuderias já presentes no grid. A questão financeira é um dos principais motivos por trás da desaprovação de novos times, já que a divisão das receitas ganharia mais um integrante.
F1 e FIA têm opiniões distintas sobre a entrada de novas equipes no grid da categoria — Foto: Qian Jun/MB Media/Getty Images
Vale lembrar que o artigo 8.6 do atual regulamento esportivo da F1 prevê um máximo de 26 carros no campeonato, com dois por "competidor" - totalizando, assim, um limite de 13 equipes na categoria.
Quando a F1 volta?
A F1 2023 vive paralisação para férias no verão europeu e retorna no dia 27 de agosto com o GP da Holanda, 13ª etapa da temporada. Veja dias e horários de todas as corridas do ano aqui.
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