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Por Marcel Merguizo — Santiago, Chile


Babi exibe classe da ponta do pé à piscadinha. Com graça e talento, conquista notas cada vez melhores e medalhas cada vez mais importantes. Com fita, arco, bola ou maças, a ginasta paranaense de 23 anos ganha também cada vez mais fãs com a naturalidade de quem sai de um samba para dançar ao som de Lady Gaga.

Daiane dos Santos e Barbara Domingos no início dos anos 2000 em Curitiba — Foto: Arquivo pessoal

Guilherme Costa e Marcel Merguizo comentam resultados dos atletas jovens do Brasil no Pan

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No Pan de Santiago, Bárbara Domingos mostrou mais uma vez porque está entre as melhores do mundo na ginástica rítmica. Ganhou três ouros e duas pratas nas cinco finais que disputou. Assim, deixa os Jogos na capital chilena como a atleta brasileira mais laureada da delegação.

Ouros, marcas e ineditismo. Nunca na história dos Pans o Brasil tinha conquistado um ouro sequer em uma prova individual da ginástica rítmica. Coube a Babi o feito.

Bárbara Domingos é ouro no Pan de Santiago — Foto: Miriam Jeske/COB

- Foram quatro dias de competição muito intensos, normalmente são três dias. Dei as últimas energias que eu tinha e estou muito feliz. Cinco de cinco, independentemente da cor, me deixaria muito feliz já – disse Babi depois de conquistar o terceiro ouro no Pan.

Para quem veio de uma cirurgia no quadril e conseguiu a vaga olímpica e a 11ª colocação no Mundial deste ano, o Pan veio como a celebração de um ano marcante da carreira. Prêmio depois de 18 anos no esporte.

Babi Domingos se apresenta no Pan de Santiago — Foto: Miriam Jeske/COB

- Eu comecei na ginástica artística com cinco anos, na mesma época do Pan de Ginástica no Rio. Eu a vi e falei: quero fazer ginástica. E lá em Curitiba tem poucos centros de ginástica, tanto que eu comecei em uma praça da prefeitura. Dois meses depois fiz um teste para entrar na equipe e, nesse ano, a CBG (Confederação Brasileira e Ginástica) era em Curitiba, a seleção de ginástica artística treinava lá. Quando eu fui pro centro de treinamento de alto rendimento lá, já dei de cara com a Daiane do Santos. Foi muito legal – recorda Babi.

Assim, logo nas primeiras acrobacias começava uma relação de admiração. A inspiração virou amizade, e Daiane ainda hoje é referência para Babi.

Babi Domingos se apresenta no Pan de Santiago — Foto: Ricardo Bufolin/CBG

- Ela dava treino para a gente. E, hoje em dia, quando ela me vê, ela fala “Meu Deus, como os tempos mudaram”. Foi muito legal ter esse contato. Às vezes ela me manda mensagem. É bem legal – diz Babi, que tem o carinho retribuído por Daiane.

- Eu me lembro. Estava falando com ela há um tempo sobre isso. Que legal. Nossa, é emocionante de ver esse crescimento da Babi. A ginástica rítmica cresceu muito. Resultado de investimento, dedicação. Que gostoso poder vê-la. Conheci a Babi pequenininha na artística e, hoje, é lindo ver ela ter se encontrado para o que ela nasceu para fazer: ser essa ginasta incrível – disse Daiane dos Santos, campeã mundial em 2003, ao ge.

Barbara Domingos, ouro na prova de fita da ginástica rítmica no Pan — Foto: Ricardo Bufolin/CBG

Referência dentro e fora da ginástica, Daiane também inspirou Babi por ser negra, como ela. Aliás, pioneirismo de ambos em um esporte onde as meninas negras muitas vezes não veem.

- Meu pai é negro e minha mãe é polaca do olho claro. Infelizmente, desde criança, a gente vê essa diferença na ginástica. E a Daiane me inspirou muito. E eu poder inspirar outras ginastas também, não tem como explicar. É saber que todo mundo que pode estar ali. Tem ginastinhas também que pensam assim: “Poxa, vida. Será que vou chegar?” Chega, sim. É só treinar bastante, confia que vai dar certo – afirma Babi, com classe, como se estivesse de sapatilha e collant, em uma de suas belas apresentações.

Dona Roseli e seu Lopes, mãe e pai de Bárbara Domingos da ginástica rítmica — Foto: Arquivo pessoal

Babi Domingos com os pais após a conquista de medalha de bronze no Pan de Lima 2019 — Foto: Arquivo pessoal

PAN 2023: Brasil conquista medalhas na ginástica rítmica e atletismo

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