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Por Redação do ge — Rio de Janeiro


Veja vídeos do terreno do Gasômetro, local que o Flamengo quer construir o estádio

Veja vídeos do terreno do Gasômetro, local que o Flamengo quer construir o estádio

O prefeito Eduardo Paes anunciou em suas redes sociais, na manhã deste domingo, que fará a desapropriação do terreno em que vai ser construído o estádio do Flamengo. A medida será publicada no Diário Oficial nesta segunda-feira. Paes já havia antecipado a possibilidade no fim do mês passado, em reunião com pessoas ligadas ao clube.

- Estamos publicando amanhã no Diário Oficial a desapropriação por leilão em hasta pública do novo estádio do Flamengo, ali no terreno do Gasômetro. É o início de um projeto, o início de um sonho. Flamengo, Vasco, Fluminense e o Botafogo, especialmente os quatro grandes clubes cariocas, têm uma importância enorme para a economia do Rio de Janeiro. Infelizmente o Flamengo tem mais torcedor - brincou Paes, que é vascaíno.

- A gente entende esse papel, é importante para a revitalização daquela região da cidade. O Flamengo não vai fazer só um estádio, ali vai ser um lugar de entretenimento, vai ter centro de convenções (...). Vamos trabalhar junto com a direção do Flamengo, com o presidente Landim, com os presidentes que vierem para que a gente possa realizar esse sonho da nação rubro-negra - complementou.

Minutos depois, o Flamengo publicou um nota sobre a decisão e comemorou a ação feita por Paes. (Leia a nota na íntegra no fim da matéria)

- A decisão do prefeito Eduardo Paes reconhece o interesse público envolvido e propicia um passo importantíssimo na realização do projeto para erguer o estádio próprio do Flamengo, sonho de toda a Nação Rubro-Negra. A diretoria do Flamengo tem plena consciência da importância desta obra tanto para o nosso clube como também para a revitalização de uma das mais tradicionais áreas de nossa cidade.

O que diz a Caixa?

Procurada pela reportagem, a Caixa Econômica Federal, que administra o fundo que é dono do terreno, alegou que não foi comunicada sobre a desapropriação e enviou a seguinte resposta ao ge:

- A CAIXA, enquanto administradora do Fundo Imobiliário Porto Maravilha, não foi comunicada oficialmente sobre a decisão da prefeitura do Rio de Janeiro e, portanto, se manifestará oportunamente sobre o assunto.

Impasse financeiro leva à desapropriação

O impasse financeiro entre o clube e Caixa Econômica Federal pelo terreno do Gasômetro fez Eduardo Paes revelar a possibilidade de desapropriar a área. A primeira vez que o prefeito trouxe a informação à foi em um jantar com Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, e outros membros ligados ao clubes há um mês.

Eduardo Paes anuncia desapropriação do terreno onde será construído o estádio do Flamengo

Eduardo Paes anuncia desapropriação do terreno onde será construído o estádio do Flamengo

Houve uma rodada de conversas enquanto o Flamengo aguardava a Caixa colocar no papel o valor que gostaria de vender o terreno. Não aconteceu. Na reunião da última segunda-feira, entre o clube e a Prefeitura, Paes comunicou que iria desapropriar a área para facilitar o projeto rubro-negro. A ação foi divulgada neste domingo pelo prefeito nas redes sociais.

A desapropriação de terreno privado por parte do Poder Executivo está prevista na Constituição. Há uma série de requisitos legais para tal, mas resumidamente a medida é possível desde que haja interesse público e pagamento de indenização prévia, justa e em dinheiro. Vale destacar que a prefeitura já havia desapropriado uma parte desse próprio terreno que pertence a um fundo de investimento gerido pela Caixa.

Para construir o terminal rodoviário Gentileza, a prefeitura fez a desapropriação de três áreas na região: uma que antes pertencia a uma cervejaria, outra de uma antiga fábrica de velas e um pedaço de 26.617,03 metros quadrados do terreno da Caixa, totalizando 77.000 m². Para isso, o município indenizou em R$ 40,8 milhões o fundo de investimento, que alegou prejuízo e entrou na Justiça exigindo receber mais R$ 12,9 milhões.

Terreno do Gasômetro: local onde o Flamengo quer construir o estádio — Foto: André Durão

Apesar de o futuro estádio do Flamengo vir a ser uma propriedade privada, a desapropriação do terreno para sua construção estaria embasada no "interesse público" causado pelo benefício da região como um todo. O projeto visa revitalizar a região localizada no entorno do estádio. A ideia é ter, por exemplo, uma área com bares e restaurantes com telões para os torcedores assistirem ao jogos perto do local. Para a desapropriação, a prefeitura exigiu que o clube cumpra essa parta do projeto. Assim, dentro do estádio haverá um centro de convenções e, no entorno, espaços de entretenimento.

Como o Flamengo projeta o estádio?

O projeto do Flamengo para o estádio próprio reúne características definidas. O Flamengo projeta um estádio para 80 mil pessoas com uma construção mais vertical, algo semelhante ao Santiago Bernabéu, do Real Madrid. Além disso, está prevista a criação de um setor popular para lembrar o antigo o Maracanã.

- É sim (possível colocar um estádio de 80 mil pessoas numa área de 87 mil m²). A gente já fez um anteprojeto de colocação desse estádio. Ainda daria a chance de a gente fazer uma grande praça na frente. Em volta dessa praça, a gente poderia colocar uma série de restaurantes, pontos e tal. Nessa praça, inclusive, poderíamos colocar telões para quem não tiver condição de ir aos grandes jogos ou para quem não conseguir ingresso - afirmou o presidente rubro-negro, Rodolfo Landim.

Landim conduz processo para construção do estádio — Foto: Infoesporte

Como o Flamengo se organiza para o projeto?

O Flamengo acredita que investirá entre R$ 1,5 e R$ 2 bilhões para a construção do estádio. O clube vê a venda do naming rights como a possibilidade para arrecadar grande parte da quantia. Para Landim, o caminho ideal é fazer de uma forma que o clube não tenha endividamento e não prejudique o investimento no futebol. O desejo é se manter competitivo. Neste cenário, o Bayern de Munique, da Alemanha, é o exemplo. Mas a implementação da SAF ainda gera uma resistência interna no clube.

Terreno do Gasômetro, local que o Flamengo quer construir o estádio — Foto: André Durão

O clube alemão abriu uma empresa homônima à associação civil e vendeu participações minoritárias para três companhias alemãs, com as quais mantém parcerias de longo prazo. Adidas, Allianz e Audi têm 8,3% cada da empresa Bayern, enquanto a associação preserva 75% e o controle.

Para estes investimentos, Landim já se reuniu com possíveis investidores de fora do Brasil. Há interesse tanto de fundos de investimentos quanto de empresas.

Leia a íntegra da nota do Flamengo:

O Clube de Regatas do Flamengo parabeniza a decisão da Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro em desapropriar o terreno do Gasômetro, na região portuária. A decisão do prefeito Eduardo Paes reconhece o interesse público envolvido e propicia um passo importantíssimo na realização do projeto para erguer o estádio próprio do Flamengo, sonho de toda a Nação Rubro-Negra.

A diretoria do Flamengo tem plena consciência da importância desta obra tanto para o nosso clube como também para a revitalização de uma das mais tradicionais áreas de nossa cidade. Nosso projeto prevê um enorme investimento financeiro no local, capaz de ajudar na transformação de toda a região do entorno do novo estádio, valorizando em muito a área e entregando para a nossa cidade um novo e moderno espaço, tanto de entretenimento quanto comercial.

Ganharão a cidade e todos os cariocas. Ganharão o Flamengo e toda a Nação Rubro-Negra. Fica o nosso registro dos mais sinceros agradecimentos ao prefeito Eduardo Paes e ao Deputado Federal Pedro Paulo pela sensibilidade que ambos sempre tiveram a respeito deste tema e pela visão empreendedora e positiva em relação ao desenvolvimento econômico e social da cidade do Rio de Janeiro.

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