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Por Letícia Marques — Rio de Janeiro


A segunda-feira foi mais um capítulo na negociação para o estádio do Flamengo sair do papel. Pela manhã, dirigentes do clube e da Caixa Econômica Federal se reuniram para tratar do valor a ser pago pelo terreno do Gasômetro - ele pertence a um fundo de investimento gerido pela Caixa. À noite, em um jantar com a presença do presidente Rodolfo Landim, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, afirmou que uma das possibilidades para resolver o impasse é desapropriar a área.

Eduardo Paes fala sobre terreno do estádio do Flamengo

Eduardo Paes fala sobre terreno do estádio do Flamengo

Em um restaurante na Barra da Tijuca, Landim e Paes marcaram presença em um encontro de um grupo político do Flamengo, liderado Delair Dumbrosck, ex-presidente do clube. O prefeito, em um discurso de mais de 20 minutos, tratou como viável a desapropriação do local, caso a Caixa não aceite vendê-lo.

- Mas qual é a vantagem efetiva que a Caixa está dando para o Flamengo? Vai dar um desconto de preços? Vai diminuir o valor do seu potencial constitutivo? Eu vim aqui dizer para vocês o seguinte: independentemente do que a Caixa fizer, e eu coloquei isso na mesa hoje, claro que isso vai depender de algumas negociações nossas, se a Caixa não quiser vender, se trata de um terreno privado. E se tem um poder autoritário no Brasil que pertence ao governo, ao chefe de executivo, a tal da desapropriação - disse o prefeito, que completou:

Eduardo Paes e Rodolfo Landim em jantar na Barra — Foto: Letícia Marques

- Eu acho que tem toda boa vontade do presidente da Caixa, que esteve aqui pessoalmente essa semana, veio negociar com toda boa vontade. Mas eu estou dando um recado aqui para a Caixa. Eles dispõem e detêm o potencial construtivo de toda aquela região. Ao dispor de todo o potencial construtivo daquela região, quando vem um equipamento, o estádio do Flamengo, com tudo que tem entorno, valoriza.

Imagem aérea do terreno do Gasômetro, onde o Flamengo deseja construir seu estádio — Foto: André Durão

A desapropriação de terreno privado por parte do Poder Executivo está prevista na Constituição. Há uma série de requisitos legais para tal, mas resumidamente a medida é possível desde que haja interesse público e pagamento de indenização prévia, justa e em dinheiro.

Desde que o Flamengo elegeu o terreno do Gasômetro como ideal para construir o estádio, as negociações com a Caixa iniciaram. A prefeitura do Rio defende o projeto do clube e sempre se colocou como parceira.

Em março, o ge revelou que há um impasse entre Flamengo e Caixa. O clube topa pagar até R$ 250 milhões pelo terreno. O banco projeta receber cerca de R$ 400 milhões. Na reunião desta segunda, deu-se um prazo de três dias para o banco apresentar oficialmente o valor que deseja pela área.

Como o Flamengo projeta o estádio?

O projeto do Flamengo para o estádio próprio reúne características definidas. A característica arquitetônica é bem diferente do Maracanã e se assemelha mais ao Santiago Bernabéu, do Real Madrid. Para ter um estádio de 80 mil pessoas num espaço reduzido, o Flamengo aposta numa construção mais vertical e bem diferente do Maracanã.

- É sim (possível colocar um estádio de 80 mil pessoas numa área de 87 mil m²). A gente já fez um anteprojeto de colocação desse estádio. Ainda daria a chance de a gente fazer uma grande praça na frente. Em volta dessa praça, a gente poderia colocar uma série de restaurantes, pontos e tal. Nessa praça, inclusive, poderíamos colocar telões para quem não tiver condição de ir aos grandes jogos ou para quem não conseguir ingresso - afirmou Landim.

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