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Por Gusthavo Macedo e Valmir Storti — Rio de Janeiro


O Campeonato Brasileiro tem um início inédito: nunca uma edição dos pontos corridos teve sucessivas rodadas com tantos trabalhos longos nos clubes da Série A. Mesmo com a demissão do técnico Fernando Diniz, do Fluminense, nove das dez rodadas com trabalhos mais longevos já são da edição deste ano, e, a depender da estabilidade dos clubes quando os jogos adiados forem realizados, essa marca poderá ser ampliada, deixando para trás o início da edição de 2013.

"Clubes que tem técnicos empregados também estão rondando o Fernando Diniz", diz Joanna de Assis

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Mesmo com dois jogos ainda por disputar, as partidas da sexta rodada deste ano foram realizadas com a maior média de dias de trabalho dos técnicos, 384. Se os jogos adiados (Internacional x Juventude e Atlético-MG x Grêmio) fossem disputados hoje, a média de longevidade dos treinadores à frente dos clubes subiria para 397 dias.

Do mesmo modo, a realização dos jogos adiados das rodadas 3 e 5 poderá colocar essas rodadas entre as dez de maior média de dias de trabalho dos treinadores à frente das equipes. Os jogos da terceira rodada tiveram média de 284 dias de trabalho, marca que subiria para 363 se Criciúma x Fortaleza, dos longevos técnicos Cláudio Tencati e Juan Vojvoda, fosse realizado hoje. Tencati está à frente do Criciúma há 996 dias, e Vojvoda é técnico do Fortaleza há 1.150 dias.

Maiores médias de permanência de técnicos à frente dos clubes por rodada
Edição de 2024 já tem as oito rodadas de maior longevidade de treinadores nos pontos corridos, e jogos adiados podem aumentar essa marca
Fonte: Espião Estatístico (considerando as datas de início e da realização dos jogos de cada rodada)

A rodada 5 teve oito jogos já realizados com técnicos há 326 dias à frente dos clubes, em média. Se Grêmio x Criciúma e Cruzeiro x Internacional fossem disputados hoje, a média subiria para 365 dias. Nesta passagem, Renato Gaúcho está no comando do Grêmio há 663 dias. O Internacional conta com Eduardo Coudet há 344 dias, e Fernando Seabra é o técnico do Cruzeiro há 79 dias.

Considerados a data de início e o dia 27/06/2024 — Foto: Espião Estatístico

Da rodada 6 para a rodada 7, o Vasco trocou o técnico interino Rafael Paiva por Álvaro Pacheco, mas a mudança mais impactante foi a troca no Vitória de Léo Condé por Thiago Carpini, mudança que fez a média parar de subir e despencar: Condé estava à frente do Vitória havia 460 dias quando a sexta rodada foi disputada. Ainda assim, a média das rodadas 7 a 11 está entre as maiores dos pontos corridos.

Agora, com a demissão de Fernando Diniz após 783 dias no comando do Fluminense, a 12ª rodada do Brasileirão será concluída nesta quinta-feira com treinadores à frente de seus clubes há 317 dias, interrompendo o aumento do recorde de rodadas com trabalhos mais longevos nos pontos corridos.

O Brasileirão de 2013 começou com alta média de trabalhos de treinadores, mas Muricy Ramalho foi demitido do Santos após dirigir o time na segunda rodada com 785 dias à frente do elenco. Após a quinta rodada, o Grêmio desligou Vanderlei Luxemburgo, que em seu último jogo tinha 475 dias treinando o time, e o São Paulo encerrou o contrato com Ney Franco, que na quinta rodada estava à frente da equipe há 338 dias. O Fluminense demitiu Abel Braga após orientar a equipe na nona rodada com 782 dias no comando. As médias caíram acentuadamente antes da edição deste ano.

*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Davi Barros, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, João Guerra, Leandro Silva, Roberto Maleson, Roberto Teixeira, Valmir Storti e Zé Victor Meirinho.

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