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Por Letícia Spala, para o EU Atleta — Rio de Janeiro


Espinheira-santa é uma planta medicinal do Brasil, nativa do Rio Grande do Sul, comum em lares brasileiros e valorizada pelas propriedades terapêuticas. Trata-se de uma árvore de pequeno porte, com grossas folhas verdes, riquíssima em flavonoides e taninos e propriedades antioxidantes notáveis, com efeitos protetores e cicatrizantes no sistema gástrico. Confira nesta reportagem tudo sobre o chá de espinheira-santa: para que serve, benefícios e contraindicações.

Espinheira-santa serve para preparação de chá potente contra problemas gastrointestinais — Foto: iStock

Para que serve o chá de espinheira-santa

De acordo com a nutricionista Eleonora Galvão, o chá de espinheira-santa pode promover alívio direto em sintomas gastrintestinais e má digestão. Isso porque as substâncias ativas da planta ajudam a diminuir a acidez estomacal e proteger o órgão do próprio ácido que produz, aliviando sintomas como a sensação de queimação.

A planta é rica em taninos, como a epigalocatequina, que possui forte ação antioxidante e anti-inflamatória, atuando como protetora gástrica e ajudando a melhorar problemas de estômago como úlcera gástrica, azia, gastrite, má digestão, desconfortos e outras dores — explica a nutricionista Eleonora Galvão, especialista em nutrição vegana e vegetariana.

— Ela também é amplamente utilizada no alívio de dores de todo o trato gastrointestinal, incluindo as cólicas. Possui ação relaxante nos músculos do trato gastrointestinal proporcionando alívio suave para sintomas desconfortáveis, sem o uso de medicamentos — explica a especialista.

O chá de espinheira-santa também tem ação antibacteriana. Por isso, o uso em quadros de úlceras e gastrites por infecção da bactéria H. Pylori gera efeito positivo, melhorando os sintomas e atuando como coadjuvante no tratamento.

Há ainda estudos in vitro demonstrando a eficácia antimicrobiana da espinheira-santa em razão de substâncias como maitenina e friedelina, que seriam capazes de atuar no combate a Staphylococcus aureus, responsáveis por infecções pulmonares, ósseas de pele e, e também contra Escherichia coli, conhecido por causar infecção urinária.

A espinheira-santa tem também certas propriedades diuréticas, podendo ser usada no tratamento de infecções urinárias, já que mantém o trato urinário limpo.

Mas os benefícios não param por aí, já que a espinheira-santa possui ainda forte ação analgésica e cicatrizante. Por isso, segundo a nutricionista, é utilizada em compressas sobre a pele, para ajudar no tratamento de eczema e acne, gerando alívio do calor e rubor na pele.

Benefícios do chá de espinheira-santa

Confira quais são os benefícios do chá de espinheira-santa:

  • Alívio de sintomas gástricos: o chá de espinheira-santa é conhecido pela capacidade de aliviar sintomas relacionados ao sistema gastrointestinal, como azia, indigestão, gastrite e úlceras. Ele pode ajudar a reduzir a produção excessiva de ácido gástrico, colaborando para a diminuição de sintomas como queimação, e colaborar na cicatrização de lesões;
  • Alívio de dores: como possui ação relaxante nos músculos do trato gastrointestinal, a espinheira-santa alivia dores na região, como cólicas;
  • Ação antibacteriana: estudos têm mostrado que a espinheira-santa possui propriedades antibacterianas, sendo coadjuvante no tratamento, por exemplo, de H. Pylori;
  • Ação antioxidante: o chá contém compostos antioxidantes que ajudam a combater os danos causados pelos radicais livres no corpo. Isso pode auxiliar a reduzir o risco de doenças crônicas e promover a saúde celular geral;
  • Auxílio na digestão: o chá de espinheira-santa pode auxiliar no processo digestivo, facilitando a quebra de alimentos e a absorção de nutrientes pelo organismo. Isso auxilia a reduzir sintomas de má digestão, como inchaço, gases e desconforto abdominal;
  • Melhoria da saúde da pele: há relatos sugerindo que o consumo regular de chá de espinheira-santa pode contribuir para uma pele mais saudável devido às propriedades antioxidantes, além de que a planta tem forte ação analgésica e cicatrizante, podendo ajudar no tratamento de eczema e acne.

Receita de chá de espinheira-santa

Chá de espinheira-santa: veja receita de como fazer

Chá de espinheira-santa: veja receita de como fazer

Ingredientes:

  • 1 colher de sopa (3g) da folha desidratada;
  • 150ml água fervente.

Modo de preparo:

  1. Coloque as folhas secas em uma xícara;
  2. Adicione a água fervente e tampe;
  3. Em seguida, deixe em infusão por 10 minutos;
  4. Coe a mistura em seguida e adoce à gosto ou beba puro.

Recomendação de consumo: ingerir 150ml do chá logo após o preparo, três a quatro vezes ao dia ou antes das principais refeições, como almoço e jantar.

Efeitos colaterais e contraindicações

Segundo a nutricionista, a espinheira-santa não oferece efeitos adversos graves ou que coloquem em risco a saúde dos pacientes, quando utilizadas as doses recomendadas pelo profissional de saúde. Embora tenha benefícios, o uso desta planta medicinal não substitui o tratamento médico.

-- Os efeitos adversos mais comuns são sensação de boca seca, náusea e gastralgia, especialmente quando usada em quantidades maiores do que as recomendadas ou por uso prolongado superior a 6 meses. A planta não deve ser usada durante a gravidez, lactação e em crianças menores de 12 anos. Também não deve ser prescrita para pessoas com hipersensibilidade e com sensibilidade à plantas da família Celastraceae -- frisa Eleonora.

Ainda de acordo com a recomendação de uso da especialista, como tratamento, a espinheira-santa pode ser consumida em forma de chá, cápsulas ou tinturas com dosagens individuais estipuladas pelo profissional, de acordo com o tratamento proposto.

Podem ser ingeridas de duas a três vezes ao dia, como tratamento conforme orientação médica.

De maneira geral, a nutricionista recomenda não exceder o período máximo de 6 meses de tratamento contínuo.

Fonte:

Eleonora Galvão é nutricionista do Instituto Nutrindo Ideais (@NutrindoIdeais), especialista em nutrição vegana e vegetariana. Tem título de especialista em Nutrição Funcional pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e é especialista em transtornos alimentares e obesidade pela PUC/RJ.

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