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Por Bruno Imaizumi e Valmir Storti — Rio de Janeiro


Bahia, Botafogo e Palmeiras são as únicas equipes que podem nesta rodada tirar do Flamengo a liderança do Campeonato Brasileiro. E é o Flamengo que recebe em casa o adversário mais de melhor desempenho na competição, o quinto colocado Cruzeiro, que está apenas quatro pontos atrás. O Palmeiras fecha a rodada na segunda-feira, em casa, no superclássico contra o Corinthians, que inicia a rodada na 18ª colocação.

Palmeiras x Corinthians: saiba tudo sobre o jogo da 13ª rodada do Brasileirão Série A 2024

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O vice-líder Bahia tem um jogo duríssimo contra o São Paulo, a quem não consegue derrotar como visitante desde 2013. O terceiro colocado Botafogo abre a rodada no clássico contra o Vasco, 16º colocado, mas que desde 2006 é amplamente dominante quando mandante nesse confronto.

Fora o duelo Grêmio x Fluminense, últimos colocados do Brasileirão, mas que vão se enfrentar nas oitavas de final da Libertadores, onde fazem campanhas muito mais vitoriosas, os times que lutam para se afastar do Z4 que leva para a Série B terão pela frente adversários que estão na metade de cima da tabela de classificação.

— Foto: Info esporte

Analisamos 105.979 finalizações cadastradas pela equipe do Espião Estatístico em 4.294 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013 que servem de parâmetro para medir a produtividade atual das equipes a partir da expectativa de gol (xG), métrica consolidada internacionalmente (veja a metodologia no final do texto).

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Botafogo

  • O Vasco é muito dominante quando recebe o Botafogo pela Série A, tendo vencido seis dos últimos oito jogos e perdido dois, em 2013 e 2018. O grande senão desta vez é que o Vasco disputou 14 jogos deste a estreia no Brasileirão e venceu apenas três, com três empates e oito derrotas (29%). O Botafogo tem nos últimos 14 jogos tem aproveitamento de 71% (9 V, 3 E, 2 D).
  • O Botafogo está com a maior eficiência ofensiva visitante da competição, um gol a cada 6,3 tentativas, apesar de ser a terceira equipe que menos finaliza (média 9,5). Faz aumentar o potencial a favor do Botafogo o fato de o Vasco estar com a menor resistência defensiva mandante do Brasileirão, um gol sofrido a cada 6,2 conclusões contrárias e média de 13,3 finalizações sofridas por partida, sexta maior. A eficiência do Vasco e a resistência da defesa do Botafogo estão na arte acima.
  • O jogo rasteiro tem predominado. O Vasco marcou e sofreu seis dos últimos dez gols em trocas de passes rasteiros, e o Botafogo fez e levou sete dos últimos dez gols dessa forma. Mesmo em recortes menores isso prevalece.

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Cuiabá

  • A linha preta do gráfico de xG mostra como vem crescendo o nível de ameaça imposto pelo ataque do Cuiabá a seus adversários, finalizando jogadas com características que, estatisticamente, o permitiram conseguir até dois gols (1,7). Quatro de seus últimos seis jogos o Cuiabá disputou como visitante e, curiosamente, só quando atuou em casa não fez gol em um dos jogos. O Bragantino só não sofreu gol em um dos últimos sete jogos.
  • O Bragantino vem construindo muito pouco e suas finalizações correspondem a um nível de ameaça de um gol por partida. Há seis rodadas, o clube alterna vitória e derrota (independentemente do mando, e por esse padrão, seria vitória agora) e inicia a rodada na oitava colocação porque seu ataque é o mais eficaz da competição, estatisticamente tendo marcado cinco gols além do que as características de suas finalizações (xG) fariam esperar.
  • No Cuiabá é a bola aérea que tem maior influência nos gols, com quatro dos últimos sete gols marcados e cinco dos últimos sete gols sofridos nascendo em bolas levantadas. No Bragantino, a troca de passes rasteiros predomina, com seis dos últimos dez gols marcados e sofridos sendo criados em jogadas rasteiras.

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Atlético-MG

  • Ao longo dos anos, o Atlético-MG tem sido muito dominante quando recebe o Atlético-GO pela Série A. Venceu os últimos quatro jogos e ainda não perdeu em sete confrontos. Desta vez, o Atlético-GO levará para Belo Horizonte como trunfo sua resistência defensiva, a maior entre todos os 20 visitantes, com um gol sofrido a cada 18,3 conclusões contrárias e média de 12,2 finalizações sofridas, sexta melhor marca forasteira. O Atlético-MG e o quinto mandante que mais finaliza (15,0), mas com a sexta pior eficiência, um gol a cada 12,5 tentativas.
  • Os dois times já tiveram cada um teve cinco jogadores expulsos, as duas piores marcas do campeonato. Também estão entre os times que mais receberam cartões amarelos: o Atlético-MG é o mais punido (38 com média 3,45), e o Atlético-GO é o 14º (37 com média 3,08). O Atlético-MG fez 11 partidas, e o Atlético-GO, 12. O Atlético-MG é o terceiro time que mais faz faltas (14,7); a média do Atlético-GO é 11,7 (oitava mais baixa). Se considerados os desarmes, o Atlético-MG é o terceiro time mais combativo do Brasileirão (ainda que tenha a terceira maior posse de bola, 55,1%); o Atlético-GO, o quinto menos combativo, ainda que seja o sexto com menos posse de bola (47%).
  • Há forte potencial para gol do Atlético-MG a partir de jogada aérea, já que a equipe marcou sete dos últimos dez gols dessa forma, e foi assim que o Atlético-GO sofreu seis dos últimos dez gols (cinco dos últimos sete). O Atlético-GO também marcou sete dos últimos dez gols dessa forma (todos os últimos cinco), mas o Atlético-MG tem controlado bem seu espaço aéreo: sofreu três dos últimos dez gols assim.

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Grêmio

  • Os dois últimos colocados na classificação vão se enfrentar nas oitavas de final da Libertadores. No Brasileirão, estão em uma situação tão delicada que mesmo se houver um vencedor, os dois times ainda permanecerão no Z4 que leva para a Série B. O Grêmio disputou dois jogos a menos, mas para isso ser um trunfo, precisa vencer. O Grêmio não vence há seis jogos (2 E, 4 D, 11%) quando considerados todos os jogos. No Brasileirão, são sete partidas sem vencer (1 E, 6 D, 5%). O Fluminense não consegue os três pontos no nacional há nove partidas (2 E, 7 D, 7%). Em todas as competições, não vence há seis partidas (1 E, 5 D, 6%).
  • O mais curioso quando analisadas as campanhas dos dois multicampeões é que sem contar os jogos do Brasileirão, o Fluminense não perde há nove partidas (6 V, 3 E, 78%). E o Grêmio não perde há cinco partidas (3 V, 2 E, 73%) e nos últimos nove jogos, seu aproveitamento é de 56% (4 V, 3 E, 2 D). Essa discrepância permitiria questionar se as duas equipes estão voltando a preparação física para Copa do Brasil e Libertadores, competições em que têm maiores chances de título do que no Brasileirão. Nas oitavas da Libertadores, quando se enfrentarão, o mando do primeiro jogo será do Grêmio, no dia 13 de agosto.
  • O Fluminense marcou cinco dos últimos seis gols trocando passes rasteiros, e essa é exatamente a mesma influência dos gols sofridos pelo Grêmio, que no ataque marcou sete dos últimos dez gols em jogadas rasteiras. O Fluminense sofreu quatro dos últimos dez gols em jogadas rasteiras.

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> São Paulo

  • Os dois ataques vivem momentos opostos no Brasileirão, o que levou o técnico Luis Zubeldía a colocar quatro atacantes em campo contra o Criciúma. Isso porque desde que acabou a fase de grupos da Libertadores (o que coincidiu com a paralisação do Brasileiro devido às tragédias no Rio Grande do Sul), o nível de ameaça do ataque do São Paulo despencou no nacional: pela média móvel de cinco jogos da métrica de xG (linha preta do gráfico acima), o São Paulo fazia finalizações com características para marcar dois gols (2,1) por partida, mas seu nível de ameaça caiu para a marca atual de 0,88 (a quarta menor entre os 20 times da Série A). A situação ficou mais complicada porque a eficiência estatística da equipe caiu de ter 1,5 gol a mais do que se esperava após a nona rodada para praticamente zero (ou seja, nas últimas rodadas produziu menos e foi ineficiente no pouco que construiu).
  • Já a linha preta do gráfico do Bahia indica claramente o aumento de seu nível de ameaça a cada rodada, que está puxando a média móvel para cima. Após a rodada #9, o Bahia tinha imposto em campo aos rivais o sétimo maior nível de ameaça, fazendo finalizações com características que lhe davam um potencial para marcar entre nove e dez gols, mas tinha feito 13, eficiência de 3,44 gols além do esperado. Três rodadas depois, o Bahia tem o terceiro maior nível de ameaça do campeonato, produtividade com características para marcar entre 17 e 18 gols (17,3), mas marcou 20. E eficiência caiu um pouquinho, mas tem a terceira maior produção e a quarta maior eficiência, o que lhe permite, diferentemente do São Paulo, chegar a esta rodada com condições reais de lutar pela liderança do Brasileirão, embora o São Paulo pareça ter despertado após uma reunião de rotina entre diretoria e comissão técnica.
  • O Bahia como visitante não vence o São Paulo pela Série A desde 2013, mas frequentemente cria dificuldades para o mandante, que não consegue uma sequência de vitórias desde então (3 V, 4 E). Desta vez, vale citar, o técnico do Bahia é Rogério Ceni, ídolo do São Paulo. O Bahia chega com a quinta maior eficiência visitante, um gol a cada 8,0 tentativas e média de 12,0 finalizações por jogo (décima marca forasteira). O São Paulo é o mandante que menos permite finalizações de visitantes (8,2), mas a resistência defensiva de um gol sofrido a cada 12,3 conclusões contrárias é apenas a 11ª marca caseira. Tem tudo para ser um jogaço!
  • É maior o potencial do São Paulo para fazer gol trocando passes rasteiros porque marcou assim seis dos últimos oito gols, e foi como o Bahia sofreu quatro dos últimos seis gols. O Bahia tem obtido mais êxito usando bolas aéreas, com oito dos últimos 12 gols marcados assim. O São Paulo tem controlado muito bem seu espaço aéreo, não sofrendo após bolas altas nenhum dos últimos nove gols.

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Fortaleza

  • A força defensiva vem sendo a fortaleza do Fortaleza. É o segundo mandante mais resistente a pressões, com um gol sofrido a cada 22,7 conclusões contrárias e média de 11,3 finalizações sofridas por partida. Na média, um gol sofrido a cada dois jogos. Em casa, só perdeu dois dos 22 jogos em toda a temporada, ambos na Copa do Nordeste. Está invicto em casa no Brasileirão (3 V, 3 E, 67%, oitavo desempenho caseiro) e recebe o Juventude, que ainda não venceu como visitante (2 E, 3 D, 13%, quinto pior desempenho forasteiro). O Juventude é o terceiro visitante de maior produção ofensiva (13,4 finalizações por partida), com média de um gol por jogo. Na temporada, o Juventude só venceu dois de 15 jogos fora da casa, ambos pelo Gaúcho.
  • O Fortaleza já fez dois no Brasileirão como mandante (segunda maior média), e o Juventude, dois quando visitante (maior marca). No entanto, nessa configuração de mando os times ainda não sofreram gol em contragolpe. Mas desta vez estarão enfrentando especialistas. Embora tenham se enfrentado pouco, pela Série A, com este mando, em três jogos o Juventude ainda não conseguiu derrotar o Fortaleza, que venceu duas.
  • O Juventude tem potencial para surpreender a partir de jogada aérea porque marcou assim seis dos últimos dez gols, a mesma proporção dos gols sofridos pelo Fortaleza, que no ataque marcou oito dos últimos dez gols trocando passes rasteiros. O Juventude sofreu dessa forma quatro dos últimos dez gols.

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Athletico-PR

  • O Vitória chega inspirado pelo trinfo conquistado contra o Fluminense, no Maracanã (1 a 0), enquanto o Athletico-PR carrega as tensões de gols sofridos no final de seguidas partidas que lhe custaram a liderança da classificação, cobranças do entorno aos jogadores, a saída do técnico Cuca e a derrota na rodada passada para o Cruzeiro, adversário direto na busca pela ponta da tabela.
  • O Athletico-PR está com a quarta maior resistência defensiva forasteira, um gol sofrido a cada 12,9 conclusões contrárias. O Vitória está com o segundo ataque caseiro mais eficiente da competição, um gol a cada 7,0 tentativas, embora seja o terceiro mandante que menos finalize (10,5). O oposto dá ainda mais tempero ao confronto: o Athletico-PR está com a terceira pior eficiência entre os visitantes, um gol a cada 22,7 tentativas, mas o Vitória tem a quinta menor resistência defensiva caseira, um gol sofrido a cada 8,5 conclusões contrárias. Dramático!
  • No Vitória, é o jogo rasteiro que balança as redes, com oito dos últimos dez gols marcados e seis dos últimos dez gols sofridos sendo construídos em trocas de passes. O Athletico-PR marcou os últimos seis gols a partir de jogadas aéreas (sete de dez) e sofreu seis dos últimos dez gols dessa forma.

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Flamengo

  • O Cruzeiro não consegue vencer este confronto como visitante pela Série A desde 2010, com sete vitórias do Flamengo e três empates desde então. Desta vez, o Cruzeiro está com a terceira menor resistência defensiva forasteira, um gol sofrido a cada 7,8 conclusões contrárias, enquanto o Flamengo tem a sétima eficiência mandante, um gol a cada 9,0 tentativas.
  • É de se esperar que o Flamengo pressione fortemente para defender sua liderança, e o Cruzeiro precisará de cuidados extras porque apesar de ser a quarta equipe menos punida com cartões amarelos (28 com média 2,55 enquanto o Flamengo é o menos punido com 22 e média 1,83), jogadores do Cruzeiro já receberam três cartões vermelhos. O Flamengo tem a quinta maior posse de bola da competição (53,3%), enquanto o Cruzeiro está com a 13ª marca (49,1).
  • Potencial para gol do Flamengo a partir de jogada aérea porque marcou assim três dos últimos quatro gols (metade dos últimos dez), e foi assim o Cruzeiro sofreu sete dos últimos dez gols (três dos últimos cinco). Como voltou a ficar claro contra o Juventude, a bola aérea é ponto fraco da defesa do Flamengo. Quando o técnico do Cruzeiro era Nicolás Larcamón, o Cruzeiro fez 12 gols a partir de jogadas aéreas entre 21 gols em jogadas (57%). Desde a chegada de Fernando Seabra, isso mudou, e no Brasileirão o Cruzeiro tem sido mais efetivo no jogo rasteiro, trocando passes para marcar 11 dos últimos 13 gols. O Flamengo não sofreu dessa forma nenhum dos últimos sete gols (dois dos últimos dez).

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Internacional

  • O Internacional é o melhor visitante da temporada entre os times da Série A (11 V, 3 E, 3 D, 71%) e, entre todos os problemas causados pelas trágicas enchentes no Rio Grande do Sul, pelo menos terá alguma familiaridade com o gramado do Heriberto Hülse, onde mandou dois de seus três últimos jogos, com um empate (São Paulo) e uma derrota (Atlético-MG). Impressiona que o Internacional só tenha levado gol em seis dos 17 jogos fora de casa, melhor marca de temporada entre os times da Série A. O Criciúma só não sofreu gol em cinco dos 16 jogos como mandante no ano, terceira pior marca caseira.
  • Desde o início das enchentes que inutilizaram seu estádio, o Internacional se tornou um clube nômade e para se manter competitivo, uniu todas as suas energias em torno da robustez defensiva. Como mostra a linha preta do gráfico de xG, o ataque da equipe vinha construindo finalizações com características para resultar em média em dois gols, mas seu nível de ameaça despencou agora para 0,73 após a retomada, o segundo menor nível de ameaça da competição. Seu ataque é neste momento o terceiro mais ineficiente nas métricas de gols esperados (xG), produzindo finalizações com características para marcar 14 gols, mas só fez nove, cinco a menos do que se esperava. No entanto, a equipe tem a melhor média de gols sofridos da competição (0,70 ou sete gols sofridos em dez jogos).
  • Está nas jogadas aéreas o maior potencial para gol na partida: o Criciúma marcou assim sete dos últimos dez gols, e o Internacional sofreu dessa forma seis dos últimos dez gols. No ataque, o Internacional tem metade dos últimos dez gols pelo alto e metade em jogadas rasteiras, e o Criciúma sofreu seis dos últimos dez gols assim.

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Palmeiras

  • É impressionante o nível de ameaça que o Palmeiras vem impondo aos adversários neste Brasileirão, com suas finalizaçãoes tendo características que levavam a esperar por 22 gols na competição pela métrica de xG. Porém, até aqui, o Palmeiras está com a segunda maior ineficiência ofensiva caseira da competição, com um gol a cada 17,7 tentativas e média de 20,7 conclusões por partida. No entanto, sua produtividade ofensiva faz pensar sobre o que pode acontecer em um dia de precisão nessas conclusões.
  • O Corinthians aposta suas fichas na eficiência defensiva que tem mostrado, a quinta maior da Série A no agregado dos mandos, com um gol sofrido a cada 14,9 conclusões contrárias. Fora de casa, no entanto, o Corinthians ainda não venceu (2 E, 4 D, 11%, quarto pior desempenho forasteiro), é o quinto visitante que mais permitiu finalizações de mandantes (15,6), e sofreu um gol a cada 11,8 conclusões contrárias, sétima marca.
  • Na rodada passada, o Palmeiras levou a campo uma equipe com média de idade de 28,6 anos, enquanto a faixa etária dos titulares do Corinthians foi de 24,3 anos. Contra o São Paulo, há quatro rodadas, o Corinthians sofreu um gol aos 3 minutos de jogo; contra o Cuiabá, na rodada passada, levou um gol aos 4 minutos, ambos na Neo Química Arena. Entre as duas partidas, sofreu gol no primeiro tempo contra Internacional e Athletico-PR.
  • É de se esperar por equipes atacando principalmente com trocas de passes rasteiros. O Corinthians marcou sete dos últimos dez gols em lances rasteiros, e os dois times sofreram seis dos últimos dez gols dessa forma. O Palmeiras marcou metade dos últimos dez gols trocando passes rasteiros e metade a partir de jogadas aéreas.

Metodologia

Favoritismos apresenta o potencial que cada time carrega no Brasileirão 2024 comparando o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e nos últimos seis jogos, independentemente do mando. Também são consideradas as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro. Os cálculos referentes à influência de bolas altas e de troca de passes rasteiros entre gols marcados e sofridos só consideram as características dos gols marcados em jogadas. Gols olímpicos, cobranças de pênaltis e de faltas diretas não contam para determinar a influência aérea ou rasteira por serem cobranças feitas diretamente para o gol.

Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de "Gols Esperados" ou "Expectativa de Gols" (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 105.979 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 4.294 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013. Consideramos a distância e o ângulo da finalização, além de características relacionadas à origem da jogada (por exemplo, se veio de um cruzamento, falta direta ou de uma roubada de bola), a parte do corpo utilizada, se a finalização foi feita de primeira, a diferença de valor mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização.

O desempenho de um jogador é comparado com a média para a posição dele, seja atacante, meia, volante, lateral ou zagueiro, e consideramos o que se esperava da finalização se feita com o "pé bom" (o direito para os destros, o esquerdo para os canhotos) e para o "pé ruim" (o oposto). Foram identificados os ambidestros, que chutam aproximadamente o mesmo número de vezes com cada pé.

De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo.

O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo intervalo de tempo (o jogo). Para chegar às previsões sobre as chances de cada time terminar o campeonato em cada posição foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.

Favoritismos apresenta também gráficos com a evolução da média móvel em cinco jogos da expectativa de gol (xG) de cada equipe no ataque e o acumulado do que fizeram seus adversários nessas partidas. Para os gráficos, a cada cinco jogos é feita uma média móvel, representada pelas linhas de ataque (preta) e defesa (vermelha, que na verdade é quanto o adversário somou em xG em cada jogo). É uma forma precisa de medir o potencial de cada equipe. A linha amarela mostra a diferença entre as produções dos ataques do time analisado e de seus adversários.

*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Davi Barros, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, João Guerra, Leandro Silva, Roberto Maleson, Roberto Teixeira, Valmir Storti e Zé Victor Meirinho.

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