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Por Bruno Imaizumi e Valmir Storti — Rio de Janeiro


Começa a se abrir um abismo entre os clubes da Série A, e o Brasileirão deste ano se encaminha para ser diferente do ano passado, mais equilibrado. O tempo vai revelar, mas em oito rodadas, a média dos dez melhores aproveitamentos de pontos (63%) deste ano já é maior que a do ano passado (60%) e a média dos dez piores aproveitamentos deste ano já é menor (28% contra 31% do ano passado). Isso indica um distanciamento entre melhores e piores neste ano.

Athletico-PR x Flamengo: saiba tudo sobre o jogo da 9ª rodada do Brasileirão Série A 2024

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Na rodada passada, as características das finalizações feitas e sofridas pelas equipes apontavam amplo favoritismo dos mandantes, e os visitantes só venceram um jogo. Nesta rodada, os mandos se inverteram, e os visitantes são favoritos em seis das dez partidas da rodada. Se confirmarem em campo esse potencial, que é o que conta, será mais um indicativo de que já há um grupo dominante.

É improvável que aconteça, mas vale como exercício: se os vencedores dos dez jogos desta rodada fossem os indicados pelo Favoritismos, a diferença das médias dos dez melhores aproveitamentos e dos dez piores passaria a ser de 64% contra 28%. No ano passado, após nove rodadas, era 60% contra 31%, e o Botafogo estava com sete pontos de vantagem para o segundo colocado, com aproveitamento de 77%. Na hipótese improvável de Favoritismos acertar tudo, o líder teria 70% e, ainda assim, os dez primeiros estariam sobrando, na média, sobre os dez últimos..

— Foto: Info Esporte

Analisamos 104.955 finalizações cadastradas pela equipe do Espião Estatístico em 4.254 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013 que servem de parâmetro para medir a produtividade atual das equipes a partir da expectativa de gol (xG), métrica consolidada internacionalmente (veja a metodologia no final do texto).

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Bragantino

  • A derrota em casa contra o Atlético-MG, na rodada passada, encerrou uma invencibilidade doméstica do Bragantino de 13 jogos. A ver como irá se comportar depois disso. Em toda a temporada, o Juventude só venceu dois dos 13 jogos como visitante (2 V, 6 E, 5 D, 31%). Ainda assim, o Bragantino precisará de cuidados com o contra-ataque: o Juventude é o segundo time que mais finalizou assim (14), com um gol, e o Bragantino já sofreu 12 dessas finalizações e três gols, segunda pior marca defensiva (dois quando mandante).
  • É maior o potencial para gol em jogada rasteira. São dois times que vêm chegando ao gol principalmente em trocas de passes rasteiros, o Bragantino com sete dos últimos dez gols marcados dessa forma, e o Juventude com seis dos últimos dez. As duas equipes sofreram metade dos últimos dez gols em lances rasteiros e metade em lances aéreos, mas o Bragantino sofreu quatro dos últimos seis gols em trocas de passes, e o Juventude, três dos últimos quatro.

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Fluminense

  • Em toda a temporada, o Atlético-GO é o segundo melhor visitante entre os 20 times da Série A, mas no Brasileirão vem encontrando mais dificuldades e está com a 11ª campanha forasteira. Será interessante ver como será o comportamento das equipes porque dos últimos cinco confrontos pela Série A com este mando, o Fluminense só venceu um, com dois empates e duas vitórias do Atlético-GO, inclusive no ano passado.
  • Nesta edição do Brasileirão, o Fluminense está com a quinta melhor eficiência mandante, com um gol a cada 8,7 tentativas e média de 15,3 finalizações por partida, quinta melhor caseira. Do outro lado, estará a quinta defesa visitante mais resistente a pressões, com um gol sofrido a cada 18,0 conclusões contrárias, e média de 13,5 sofridas por jogo. O Atlético-GO está com a terceira defesa menos vazada entre os visitantes (0,75). O problema do time tem sido mais no ataque, com a 13ª eficiência, um gol a cada 15,7 tentativas e média de 11,8 finalizações por jogo. O Fluminense precisará se mobilizar porque tem permitido em média 15,8 finalizações por jogo aos visitantes, terceira pior marca mandante, e sofreu um gol a cada 10,5 (14ª resistência defensiva caseira).
  • Dos últimos 10 jogos em casa, o Fluminense só não sofreu gol em um e precisará de atenção com seu espaço aéreo defensivo porque sofreu a partir de jogadas aéreas sete dos últimos dez gols. O Atlético-GO marcou seis dos últimos dez gols usando bolas altas. Há forte potencial para gol assim. O Fluminense tem chegado ao gol principalmente trocando passes rasteiros (seis dos últimos dez), mas o Atlético-GO sofreu seis dos últimos dez gols a partir do jogo aéreo e quatro em rasteiros.

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Internacional

  • As equipes não se enfrentam pela Série A desde 2018, quando o Internacional venceu pela única vez o Vitória em Salvador pelos pontos corridos. Antes disso, com este mando, eram quatro triunfos do Vitória e dois empates. Agora, o Vitória tem problemas no ataque e na defesa: tem a sexta pior eficiência ofensiva mandante, um gol a cada 14,3 tentativas, e a terceira menor média mandante de finalizações (10,8). Defensivamente, está com a quinta menor resistência defensiva caseira, um gol sofrido a cada 7,8 conclusões contrárias, e a quinta pior média de finalizações sofridas por jogo (15,5).
  • O Internacional está com a segunda maior resistência defensiva forasteira da competição, um gol sofrido em 37 conclusões contrárias em três jogos fora de casa. Ofensivamente, no entanto, a equipe tem mais dificuldades, com médias de 11,0 finalizações por partida e um gol marcado a cada 16,5 tentativas fora de casa.
  • O jogo tem fortíssimo potencial para gol a partir de jogada aérea, já que as duas equipes marcaram dessa forma sete dos últimos dez gols, o Vitória sofreu assim sete dos últimos dez gols, e o Internacional, seis.

#Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

Favorito >> São Paulo

  • O momento das equipes faz lembrar do clássico da sexta rodada do ano passado, quando o mandante Corinthians era o 16º colocado, e o visitante São Paulo, o sétimo. Agora, Corinthians é o 15º na classificação, e o São Paulo, o quinto. Ano passado, deu empate em 1 a 1. O Corinthians vinha de uma vitória e cinco derrotas em sete jogos, e o São Paulo, de oito jogos invicto, quatro vitórias e quatro empates, sendo sete desses jogos sob o comando do então recém-contratado treinador Dorival Júnior, agora na seleção brasileira, enquanto o Corinthians sofria os reflexos da breve passagem de Cuca, da interinidade de Danilo e da recém-contratação de Vanderlei Luxemburgo.
  • Apesar de todas as pressões políticas, dentro de campo o Corinthians está com a melhor defesa mandante deste Brasileirão, com apenas um gol sofrido em quatro jogos. Não ter levado gol em três partidas também é o melhor desempenho caseiro deste início de campeonato. O problema tem sido o ataque, que só fez três gols e mantém o clube com o 15º desempenho mandante (1 V, 2 E, 1 D, 42%). Vai ser épico! O desafiante São Paulo está invicto há 12 jogos (9 V, 3 E), 11 dessas partidas sob o comando de Luis Zubeldia.
  • Quando mandante, o Corinthians tem a sexta maior média de finalizações (15,0), mas com a quarta pior eficiência, um gol a cada 20,0 tentativas. Será um embate e tanto: o São Paulo começa a rodada como o visitante que menos permite finalizações de mandantes (8,3), um gol sofrido a cada 11,0 (11ª resistência). No ataque, o São Paulo é o terceiro visitante que mais finaliza (14,3), com um gol a cada 8,1 (sétima marca forasteira). O Corinthians só levou um gol em 40 finalizações (só o Bahia está melhor quando mandante).
  • O Corinthians vem conseguindo controlar relativamente bem seu espaço aéreo defensivo, com apenas três dos últimos dez gols sofridos dessa forma, enquanto o São Paulo sofreu seis dos últimos dez gols após jogadas aéreas. Isso é importante porque apesar de terem marcado metade dos últimos dez gols em bolas altas e metade em trocas de passes rasteiros, mais recentemente é a bola aérea a mais efetiva para os dois ataques: o Corinthians fez assim quatro dos últimos sete gols, e o São Paulo, três dos últimos cinco.

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Athletico-PR

  • Melhor mandante do Brasileirão, o Athletico-PR venceu os quatro jogos que disputou, com nove gols (segundo melhor ataque caseiro) e um gol sofrido (melhor defesa). Líder da classificação, o Flamengo é o segundo melhor visitante, invicto com duas vitórias e dois empates fora, com nove gols (melhor ataque) e três gols sofridos (terceira melhor defesa forasteira). Potencial para um jogaço, também porque são as duas equipes com menores médias de cartões amarelos para jogadores (14 para o Flamengo e 18 para o Athletico-PR).
  • No agregado dos mandos, são duas das três equipes que mais finalizaram na competição, o Flamengo com média de 16,3 finalizações por partida (e a quinta eficiência, um gol a cada 8,7), e o Athletico-PR com 14,3 (e a oitava eficiência, um gol a cada 10,4). O Athletico-PR é o mandante que mais finalizou (18,3 com a quarta eficiência, 8,1), e o Flamengo, o visitante que mais finalizou (17,8 com sexta eficiência, 7,9). É de se esperar por um jogo muito ofensivo.
  • O Athletico-PR tem potencial para fazer gol a partir de jogada aérea porque marcou assim seis dos últimos dez gols, e o Flamengo sofreu dessa forma oito dos últimos dez gols. No ataque, o Flamengo tem sido mais efetivo trocando passes rasteiros, com seis dos últimos dez gols marcados assim, mas o Athletico-PR sofreu sete dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas. Tem sido mais difícil entrar na defesa do Athletico em jogadas rasteiras.

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Botafogo

  • As equipes se enfrentam em Cariacica, no Espírito Santos, devido à tragédia climática no Rio Grande do Sul, após o Grêmio mandar três jogos no Couto Pereira, em Curitiba. Mais um desafio imenso para a equipe gaúcha, que optou pela logística atuando perto do Rio de Janeiro, onde perdeu na quinta-feira para o Flamengo, já que na próxima quarta-feira joga em Fortaleza.
  • Forasteiro enquanto seu estádio não volta a ficar à disposição, o Grêmio no agregado dos mandos está com o segundo ataque que menos finaliza no Brasileirão (8,7), com a nona eficiência, um gol a cada 10,4 tentativas. Não é de se esperar por muitas finalizações porque o Botafogo tem o quinto ataque que menos concluiu (11,6). O Botafogo se destaca por ter a maior eficiência da competição, um gol a cada 6,6 tentativas. Defensivamente, o Grêmio é o oitavo que menos sofre finalizações (11,8), com a 13ª resistência, um gol sofrido a cada 10,4 conclusões contrárias, e o Botafogo, o sétimo que menos permite finalizações de adversários (11,4), com a oitava resistência defensiva, um gol sofrido a cada 13,0 conclusões contrárias.
  • Os dois times vêm sendo mais efetivos trocando passes, ambos com seis dos últimos dez gols marcados em jogadas rasteiras. Defensivamente, o Grêmio sofreu seis dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas, e o Botafogo sofreu cinco dos últimos sete gols em jogadas rasteiras, o que aumenta o potencial de o ataque do Grêmio chegar ao gol.

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Cruzeiro

  • A instabilidade política está se refletindo em campo, e o Vasco só venceu um dos últimos nove jogos (1 V, 2 E, 6 D, 19%). O Cruzeiro, em comparação, nos últimos nove jogos tem 70% de aproveitamento (6 V, 1 E, 2 D). Em quatro jogos em casa neste Brasileirão, o Vasco tem duas vitórias e duas derrotas (50%), 12º desempenho, com a pior defesa (12 gols sofridos). O Cruzeiro fez quatro jogos fora de casa, com uma vitória, um empate e duas derrotas (33%) e apenas dois gols marcados (17º desempenho). O Cruzeiro é o terceiro (16), e o Vasco, o quarto (20) menos punidos com cartões amarelos para jogadores.
  • O Vasco tem forte potencial para fazer gol a partir de jogada aérea porque marcou nada menos que oito dos últimos dez gols dessa forma, exatamente a mesma influência aérea defensiva dos gols sofridos pelo Cruzeiro. No ataque, o potencial do Cruzeiro é maior na troca de passes rasteiros, já que fez assim sete dos últimos dez gols, mesma proporção dos gols sofridos pelo Vasco.

#Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Fortaleza

  • Ainda sem conseguir fazer um gol em casa após quatro jogos, o Cuiabá é o pior mandante do Brasileirão (1 E, 3 D, 8%). A defesa também não tem ajudado, com seis gols sofridos, quinta pior média caseira. O Fortaleza aparece como o sétimo visitante (1 V, 1 E, 1 D, 44%), com três gols marcados e três sofridos, marcas apenas medianas.
  • Os dois estão entre os quatro times com menor posse de bola na competição: o Fortaleza é o que menos ficou com a bola (42,4%), e o Cuiabá, o quarto que menos teve a bola (44,3%). Nos jogos anteriores como visitante, o Fortaleza se tornou o time que mais fez finalizações em contra-ataques (nove) e já marcou um gol assim. Até aqui, o Cuiabá praticamente não permitiu finalizações em contragolpes, só levou duas em casa e não sofreu gol.
  • O Cuiabá marcou sete dos últimos dez gols trocando passes rasteiros, assim como o Fortaleza marcou dessa forma nada menos que oito dos últimos dez gols. O Cuiabá sofreu oito dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas, e o Fortaleza levou metade dos últimos dez gols em jogadas aéreas e metade no jogo rasteiro.

#Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Criciúma

  • Ao longo dos últimos anos, eventualmente, o modelo estatístico e base de dados coletados pela equipe do Espião Estatístico apontam um favorito "inusitado", que em certa medida contraria a lógica humana. A base de dados e o modelo acertaram em grande parte dessas vezes. Vamos descobrir se é mais um desses casos: o Criciúma perdeu seus últimos cinco jogos, dois deles para o próprio Bahia, pela Copa do Brasil. Ainda sofreu uma goleada em casa por 5 a 2 para o Cuiabá, que nos seis jogos anteriores não havia feito gol algum no Brasileirão. E ainda assim, a base de dados/o modelo apontam o Criciúma como favorito, ainda que esteja com o 14º aproveitamento de pontos e vá receber o vice-líder.
  • O Criciúma aparece como favorito devido aos níveis de ameaça (xG) das finalizações feitas e sofridas do Criciúma em casa e do Bahia quando visitante no Brasileirão. No agregado dos mandos, o Criciúma tem a segunda maior eficiência do campeonato, com um gol a cada 7,6 tentativas. Em casa, essa eficiência cai para um gol a cada 11 chances, com média de 14,7 tentativas por jogo. O Bahia está com a 13ª resistência defensiva visitante, um gol sofrido a cada 10,5 conclusões contrárias, com 15,8 finalizações sofridas por partida.
  • O Criciúma marcou e sofreu metade dos últimos dez gols em jogadas rasteiras e metade a partir de aéreas. O Bahia tem maior potencial ofensivo rasteiro, já que marcou sete dos últimos dez gols dessa forma. A influência defensiva do vice-líder é pior no jogo aéreo, com sete dos últimos dez gols sofridos tendo origem em bolas altas.

#Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Palmeiras

  • Ao menos com esta configuração de mando, é um duelo de invictos! O Atlético-MG ainda não perdeu em casa neste Brasileirão e em toda temporada só foi derrotado uma vez em seus domínios em 13 jogos. Não perde em casa há 11 partidas. O Palmeiras é o melhor visitante deste início de Brasileirão (83%), com três vitórias e um empate (o segundo é o Atlético-MG). Em toda a temporada, só perdeu um jogo em 15 partidas fora. Não é derrotado como visitante há oito jogos. Que jogaço para fechar a rodada na segunda-feira!
  • Nos últimos oito jogos pela Série A do Brasileirão, desde 2016, com este mando, o Atlético-MG só venceu dois, houve quatro empates e duas vitórias do Palmeiras. Como visitante, o técnico Abel Ferreira venceu Jorge Sampaoli, empatou e perdeu contra Cuca e empatou com Eduardo Coudet. Desta vez enfrenta Gabriel Milito pela primeira vez.
  • Entre os mandantes, o Atlético-MG é o quarto que mais finaliza (15,7), com um gol a cada 9,4 tentativas, sexta eficiência caseira. O Palmeiras é o quarto visitante que menos permite finalizações de mandantes (12,0), com a maior resistência forasteira, um único gol sofrido em 48 conclusões contrárias. No ataque, o Palmeiras é o segundo visitante que mais conclui (15,0), com um gol a cada 12,0 chances (décima eficiência). O Atlético-MG é o mandante que menos permite finalizações de visitantes (7,3), com um gol sofrido a cada 11 conclusões contrárias (11ª resistência defensiva).
  • O Atlético-MG marcou oito dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas, e o Palmeiras só sofreu assim quatro dos últimos dez gols. No ataque, o Palmeiras marcou metade dos últimos dez gols em jogadas rasteiras e metade usando bolas altas. O Atlético-MG levou oito dos últimos dez gols em trocas de passes rasteiros e foi assim que o Palmeiras marcou quatro dos últimos sete gols.

Metodologia

Favoritismos apresenta o potencial que cada time carrega no Brasileirão 2024 comparando o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e nos últimos seis jogos, independentemente do mando. Também são consideradas as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro. Os cálculos referentes à influência de bolas altas e de troca de passes rasteiros entre gols marcados e sofridos só consideram as características dos gols marcados em jogadas. Gols olímpicos, cobranças de pênaltis e de faltas diretas não contam para determinar a influência aérea ou rasteira por serem cobranças feitas diretamente para o gol.

Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de "Gols Esperados" ou "Expectativa de Gols" (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 104.955 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 4.254 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013. Consideramos a distância e o ângulo da finalização, além de características relacionadas à origem da jogada (por exemplo, se veio de um cruzamento, falta direta ou de uma roubada de bola), a parte do corpo utilizada, se a finalização foi feita de primeira, a diferença de valor mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização.

O desempenho de um jogador é comparado com a média para a posição dele, seja atacante, meia, volante, lateral ou zagueiro, e consideramos o que se esperava da finalização se feita com o "pé bom" (o direito para os destros, o esquerdo para os canhotos) e para o "pé ruim" (o oposto). Foram identificados os ambidestros, que chutam aproximadamente o mesmo número de vezes com cada pé.

De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo.

O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo intervalo de tempo (o jogo). Para chegar às previsões sobre as chances de cada time terminar o campeonato em cada posição foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.

Favoritismos apresenta também gráficos com a evolução da média móvel em cinco jogos da expectativa de gol (xG) de cada equipe no ataque e o acumulado do que fizeram seus adversários nessas partidas. Para os gráficos, a cada cinco jogos é feita uma média móvel, representada pelas linhas de ataque (preta) e defesa (vermelha, que na verdade é quanto o adversário somou em xG em cada jogo). É uma forma precisa de medir o potencial de cada equipe. A linha amarela mostra a diferença entre as produções dos ataques do time analisado e de seus adversários.

*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Davi Barros, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, João Guerra, Leandro Silva, Roberto Maleson, Roberto Teixeira, Valmir Storti e Zé Victor Meirinho.

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