Domingo é dia do que para muitos trata-se do clássico mais charmoso do país, o Fla-Flu. Ou, no caso, Flu-Fla, já que o mando é do Tricolor carioca, 16 horas no Maracanã. Os tradicionais rivais chegam numa situação inédita. É a primeira vez na história que o Flamengo joga como líder do campeonato contra um Fluminense lanterna - e numa prova de como este campeonato é equilibrado, são 19 posições entre um e outro, mas "apenas" 15 pontos, ou 5 jogos. Sempre que um líder enfrenta um lanterna, quaisquer que sejam os envolvidos, o líder tem de ser o favorito.
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Outra curiosidade, além das posições da tabela, é o que se dizia logo que o campeonato ia começar. A maioria achava que, neste ponto do campeonato, o Flamengo estaria sofrendo sem cinco jogadores chamados para a Copa América, enquanto que o Fluminense, campeão do continente, suportaria bem a ausência isolada de John Árias. Acertaram nos convocados, o que surpreendeu foi a resposta dos dois times ao problema.
O Fluminense sentiu muito menos a falta de Árias do que de Nino (vendido) e André (seriamente lesionado, ainda em recuperação). Sem estes, a saída de bola (característica marcante do trabalho de Fernando Diniz) virou fumaça e o time ficou extremamente exposto - começa a rodada como a segunda pior defesa, com 18 gols sofridos, só tomou menos gols do que o Vasco (e vai enfrentar neste domingo o melhor ataque da Série A). Mas, talvez pior do que tudo isso: o Fluminense perdeu o apoio da torcida. Esta semana teve pichação de muro nas Laranjeiras, e há dois jogos vemos faixas na arquibancada pedindo a saída de Diniz. É nesse clima que o time vai para o clássico.
Já a resposta do Flamengo à perda de seu meio-campo titular (Pulgar, Arrascaeta e De La Cruz) e dos laterais (Viña e Varela) foi o crescimento dos pilares que ficaram, tipo Gérson, Cebolinha, Luis Araújo, Lorran e David Luís. Além disso, o time de Tite conquistou uma rara resiliência, tem ido buscar pontos no finzinho dos jogos, como no empate contra o Athlético-PR e a vitória sobre o Bahia. Chega ao clássico com muita confiança, ainda mais que uma das melhores atuações do time em 2024 foi na primeira semifinal do Carioca, vitória de 2 a 0 sobre o Fluminense, em que o adversário não viu a cor da bola.
Ou seja: todos os ingredientes do pré-jogo apontam para uma vitória do Flamengo. Mas... eu devo ter visto todos os Fla-Flus desde 1974, quando eu tinha só 9 anos. E em dezenas e dezenas deles, o time que chegou pior ao clássico acabou vencendo. O Fluminense é um gigante e, apesar dos pesares, tem jogadores talentosos o suficiente para vencer. Será que virão ou três pontos para tirar pressão dos ombros de Diniz? Ou será que o Flamengo vai afundar ainda mais o rival?
Aguardemos, ansiosamente, a bola rolar!
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