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Por Ruan Melo — Salvador


O Bahia bateu o Vasco por 2 a 1, na última quarta-feira, e reassumiu a a segunda posição no Campeonato Brasileiro com os mesmos 24 pontos do líder Flamengo. Talvez um desavisado não entenda o bom momento da equipe baiana, que figura entre os clubes apontados como favoritos ao título desde o início da Série A. Mas são muitos os fatores que explicam o melhor início do Tricolor nos pontos corridos.

Bahia 2 x 1 Vasco | Melhores Momentos | 12ª Rodada | Brasileirão 2024

Bahia 2 x 1 Vasco | Melhores Momentos | 12ª Rodada | Brasileirão 2024

Desde a estreia no Brasileiro com derrota para o Internacional, fora de casa, o Bahia iniciou uma escalada na competição. A partir da quarta rodada o Esquadrão entrou no "bolo" dos cinco melhores colocados e não mais saiu. A equipe, inclusive, já dividiu a liderança outras vezes, com o próprio Flamengo e o Athletico.

Para isso, o fator mais determinante é o aproveitamento como mandante: 100% em seis jogos, o melhor entre todas as equipes da Série A. O Cruzeiro também venceu todos os seus jogos em casa, mas tem um jogo a menos.

Jogadores do Bahia comemoram vitória sobre o Vasco com torcedores — Foto: Letícia Martins / EC Bahia

Até aqui, 18 dos 24 pontos (75%) da equipe tricolor foram em jogos como mandante. A média de público do Bahia na Casa de Apostas Arena Fonte Nova é de 33 mil pagantes. Contra o Vasco, na última quinta-feira, o clube teve a sua melhor marca na Série A 2024, com 38 mil tricolores.

Ataque afinado e solidário

Ademir comemora resultado sobre o Vasco com torcida do Bahia — Foto: Letícia Martins / EC Bahia

E tem mais. Com os dois gols marcados diante do Vasco, o Bahia chegou a 20 na Série A e igualou Flamengo e Botafogo, que também lideram como melhores ataques. As bolas na rede do Esquadrão estão divididas entre nove jogadores: Everaldo (cinco), Thaciano (três), Estupiñán (três), Biel (três), Caio Alexandre (dois), Jean Lucas (dois), Rafael Ratão (um), Cauly (um) e Ademir (um).

Alguns deles, inclusive, precisaram passar por mudanças na forma de jogar para se encaixar no modelo de jogo do time treinado por Rogério Ceni, que montou a equipe em função dos seus quatro meio-campistas: Caio Alexandre, Jean Lucas, Cauly e Everton Ribeiro. O último, aos 35 anos, tem encantando pela entrega dentro de campo e passes decisivos.

Mas outro grande exemplo de eficiência está no ataque tricolor. Centroavante em 2023, Everaldo passou a jogar como atacante de lado de campo, ao lado de Thaciano, meio-campista de origem. Ainda assim, a dupla combina para 19 gols e sete assistências em 2024.

"Os atletas acreditam muito no modelo de jogo e se doam muito. Falo principalmente dos caras de lado. Eles têm alma e coração gigantescos. Não é fácil Everaldo e Thaciano fazerem isso. Isso é porque eles compraram o modelo de jogo", exaltou Ceni após a última partida.

O banco também tem feito a diferença. Dos 20 gols marcados pelo time, nove (45%) saíram de jogadores que iniciaram as partidas no banco de reservas.

- O time não só são os onze que começam. São todos. Mesmo no trabalho na semana todos são importantes para o treino, intensidade, e obviamente sempre estamos preparados para somar, seja o tempo que for. Um trabalho que vem sendo feito na semana, com o Rogério, valorizando todos. Somos importantes porque podemos decidir o jogo - destacou Estupiñán, autor do gol da vitória sobre o Vasco.

Sem oba-oba

Rogério Ceni abraça de Pena após Bahia x Vasco — Foto: Letícia Martins / EC Bahia

Apesar do segundo lugar e campanha na parte de cima da tabela desde o início do Brasileiro, Rogério Ceni adota discurso cauteloso nas entrevistas coletivas. Em 2023, o treinador lutou contra o rebaixamento com o Esquadrão até a última rodada. Por isso, neste momento, o objetivo traçado por ele é "estar bem no cenário nacional e ter um calendário internacional".

- Acho que nosso objetivo aqui é trazer alegria para o torcedor momentaneamente. O torcedor tem que sonhar com tudo que ele quiser, é de direito. Ainda mais do baiano, que tem a crença a fé. É difícil competir a longa prazo com Palmeiras, Flamengo, Atlético. Não quero mais passar pelo que foi ano passado. Foi o único jogo de minha vida em 35 anos de carreira que joguei com risco de cair. Não quero mais passar por isso. O objetivo a curto prazo é fazer o Bahia estar bem no cenário nacional e ter um calendário internacional todos os anos. Esse é o maior objetivo do clube. Os investimentos estão aí. O Bahia não está entre os dez times que mais investiu no Brasil - disse Ceni.

Mas há muito pela frente ainda. Rogério Ceni tem nova oportunidade de buscar os seus objetivos com o Bahia neste domingo, quando o Tricolor enfrenta o São Paulo, no Morumbis, às 16h (horário de Brasília).

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