A Covid-19 se espalhou em toda a cidade de São Paulo e agora atinge de forma equivalente pessoas de regiões, renda, escolaridade e cores diferentes.
O dado é da fase dois do inquérito sociológico da capital. O estudo, que faz exames para detectar se os moradores da cidade já tiveram contato com o novo coronavírus, mostra, por exemplo, que a diferença de prevalência, ou do percentual de pessoas já contaminadas, entre pretos, pardos e brancos passou a ser residual.
De acordo com os números, 14,5% dos pretos e pardos testados nesta fase do inquérito já tiveram contato com o novo coronavírus, contra 13,3% de brancos.
No estudo anterior, apresentado em janeiro, o percentual era de 15,6% e 12,8%.
Houve aproximação também na prevalência de Covid-19 nas regiões de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) médio e baixo.
O percentual de infectados nos locais de IDH médio saltou de 10,9% em janeiro para 16,4% nos resultados finalizados na terça (9). Ele se iguala, portanto, aos bairros de IDH baixo, onde chegou a 16,2%.
Já em regiões de alta renda, com IDH alto, a prevalência foi de 6,3% —ainda abaixo dos locais menos favorecidos.
A região centro-oeste registrou o maior salto: de 8,1% no começo de janeiro para 17,2% agora.
O estudo revela ainda que 72% dos examinados disseram sair de casa apenas para trabalhar ou fazer atividades essenciais, contra 15% que afirmam não sair de casa e 13% que admitem ir às ruas sem qualquer restrição.
A Covid-19 atinge com mais força essa população, chegando a 19,2% entre os que saem de casa com frequência.
Entre os que dizem não sair de casa, a prevalência é de 11,4%. E entre aqueles que afirmam apenas trabalhar ou fazer atividades essenciais, ela chega a 13,6%.
O percentual é maior entre os que frequentam atividades religiosas: 22,4%.
O inquérito questionou as pessoas também sobre seus contatos sociais. A maioria (61,7%) respondeu que vê apenas grupos restritos de amigos ou colegas de trabalho. Outros 29,9% afirmaram que só se encontram com as pessoas que moram na mesma casa. Apenas 8,4% disseram não restringir contatos.
Entre os que encontram as pessoas sem qualquer tipo de restrição, 20% já pegaram o novo coronavírus, contra 9,5% que não recebem a visita sequer de familiares e têm contato apenas com aqueles que moram sob o mesmo teto.
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