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Pedro Mac Dowell, CEO da QI Tech — Foto: Divulgação
Pedro Mac Dowell, CEO da QI Tech — Foto: Divulgação

Primeiro unicórnio brasileiro de 2024, a QI Tech pretende ir às compras. A startup de infraestrutura de serviços financeiros quer crescer no país por meio de uma estratégia focada em aquisições, relata o CEO Pedro Mac Dowell, em entrevista exclusiva a Época NEGÓCIOS.

"Nós temos uma agenda de aceleração do crescimento da empresa que combina adição de pessoas, tecnologia e produtos. A estratégia que vamos usar para buscar esse caminho está vinculada ao M&A [Mergers and acquisitions, sigla em inglês para "fusões e aquisições"]. Procuramos companhias de infraestrutura que, de alguma forma, estejam navegando nesse mesmo aquário que a gente", conta o executivo.

No fim de abril, a QI Tech alcançou o status de unicórnio após uma extensão da sua rodada Série B. Depois de receber um aporte de US$ 200 milhões no final do ano passado, a fintech somou mais US$ 50 milhões na extensão liderada por General Atlantic e Across Capital. O investimento adicional fez a empresa ultrapassar US$ 1 bilhão em valor de mercado.

"Virar um unicórnio é legal porque significa que conseguimos alcançar um selo importante, mas tínhamos a percepção de que chegaríamos nesse status muito mais pelo caminhar da companhia. Já tínhamos ficado próximos, então sabíamos que aconteceria em algum momento, tanto pela tecnologia que temos, como pela forma com que construímos a empresa", conta o executivo, acrescentando que o valuation bilionário, embora seja uma etapa importante na jornada de desenvolvimento do negócio, nunca foi exatamente uma preocupação.

"Pensamos muito mais em ter uma empresa com bons fundamentos do que em ser um unicórnio. Se você olhar para o mercado, como estão os unicórnios dos últimos três anos? Metade já não é mais", diz.

O aporte adicional também reforçou o caixa da empresa, que, segundo Mac Dowell, está preparada para novas compras. Mas, primeiro, o executivo está focado na integração da QI Tech com a Singulare, corretora comprada pela startup em novembro do ano passado.

"Acabamos de fazer essa aquisição e queremos montar a integração da melhor forma possível, sem deixar de lado o fato de que estamos olhando para outras oportunidades de M&A. Temos caixa para novas aquisições. Então, nosso planejamento para o ano é, de forma simultânea, fazer a integração dessa companhia que acabamos de adquirir e continuar procurando outras".

Hoje, a QI Tech tem cerca de 120 funcionários e deve chegar a 350 com a integração com a Singulare.

Crescer no Brasil

Perguntado se a estratégia de M&A também serviria para expandir as operações da QI Tech para outros mercados, Mac Dowell afirma que a prioridade da empresa é, inicialmente, crescer no Brasil. "Entendemos que o Brasil é muito grande, e ainda há muito espaço aqui. Temos interesse em olhar outros mercados, mas por ora acreditamos que nosso crescimento está aqui no país", diz.

Fundada em 2018, com sede em São Paulo, a QI Tech é uma plataforma one-stop-shop de infraestrutura tecnológica e regulatória para serviços financeiros. Oferece soluções de ponta a ponta na jornada de crédito, indo desde o onboarding de clientes, antifraude transacional, banking as a service, pagamento de boletos e Pix em alto volume, contas digitais, esteiras de emissão de crédito e administração e custódia de fundos de investimento.

A operação fica mais fácil de visualizar na prática. Entre os mais de 300 clientes da QI Tech está a Vivo, empresa de telefonia. "Nosso conceito permite que qualquer empresa, que de alguma forma já tenha operação no varejo, possa levar para seu cliente final uma possibilidade de produto financeiro". A QI Tech provê toda a infraestrutura tecnológica e bancária para que outras companhias possam oferecer produtos financeiros, sem que tenham que desenvolver esses serviços em casa. "Quando você entra no app da Vivo, consegue abrir conta, fazer Pix, pagar um boleto, tomar crédito. Nossa infraestrutura é que possibilita isso", explica Mac Dowell.

Operações de crédito: aposta para 2024

No primeiro trimestre de 2024, a QI Tech registrou R$ 4,5 bilhões em emissões de crédito, montante que representa um crescimento de 170% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Em todo o ano de 2023, o número total de emissões de crédito chegou a R$ 8,8 bilhões.

Para 2024, a QI Tech tem expectativas ambiciosas de expansão, prevendo encerrar o ano com uma emissão total superior a R$ 20 bilhões, um crescimento adicional de 125%.

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