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O investimento em educação, digitalização e no meio ambiente são os eixos centrais para a construção de um futuro mais justo, avaliam jovens executivos e lideranças presentes nesta quinta-feira (13) no FII Priority Summit, encontro internacional de líderes e executivos que acontece no Rio.
Em painel sobre quais são os investimentos prioritários da nova geração de líderes, a cofundadora e codiretora da empresa Polymath Ventures, Wenyi Cai, observou que o caminho da digitalização pode melhorar a saúde financeira das pessoas na América Latina. A companhia é voltada para aperfeiçoar financiamentos da classe média na região.
“O digital de fato transforma as coisas. Isso pode aumentar o ganho de renda em micro e pequenos negócios. Isso é algo muito transformador e mostra o potencial que existe se desenvolvemos tecnologias para que empreendedores informais acessem lugares melhores do que aqueles onde eles vivem”, disse Cai.
Ela observou ainda que, na América Latina, parte relevante da população é de classes emergentes, o que traz desafios e oportunidades. “Há uma estagnação de décadas, e isso tem relação com a produtividade desses trabalhadores, muitos que trabalham informalmente. Os ganhos econômicos não acontecem para a população e a renda não aumenta”, afirmou.
Wemimo Abbey, cofundador e copresidente da plataforma de tecnologia financeira Esusu, acredita que a educação é a chave para novas oportunidades. “Cresci nas favelas da Nigéria e minha mãe sempre acreditou na educação. Migramos da Nigéria para os Estados Unidos e algo que entendi é que as grandes instituições financeiras são importantes para financiar a educação”, disse Abbey.
A plataforma cocriada por Abbey — que em janeiro de 2022 levantou US$ 130 milhões — trabalha com o aperfeiçoamento do perfil de crédito para pessoas de renda baixa ou média nos EUA, com o intuito de proporcionar oportunidades e saúde financeira.
Também no evento, o fundador da EcoNews e embaixador de juventude da COP30, Máximo Mazzocco, acredita que é fundamental colocar a agenda ambiental como prioridade e que é necessário achar caminhos para lidar com as “contradições” desta era. “Por exemplo, precisamos preservar os territórios e também de lítio para nossos telefones celulares”, pontuou. “A questão principal é como colocar a economia e a natureza na mesma página, como podemos desenvolver a nossa economia sem degradar o meio ambiente”, disse Mazzocco.
A liderança indígena e ativista climática Vanda Witoto, diretora executiva do Instituto Witoto, afirmou que a resposta passa pela interlocução com os povos indígenas e sua inclusão na formulação de políticas públicas. “Quando se fala de economia, os povos indígenas não fazem parte desse processo. Se os povos originários não forem considerados, estamos fadados ao fracasso. Na região amazônica, temos uma das maiores bacias hidrográficas do mundo e os povos indígenas não têm acesso à água tratada, mas somos os responsáveis por proteger a biodiversidade do território”, observou. “Nós, com nossas tecnologias ancestrais, como diz Davi Kopenawa, garantimos que o céu não caia sobre as suas cabeças”, completou.
