Quase um ano após a implosão do submarino Titan, que pretendia realizar uma viagem turística aos destroços do Titanic, um americano está investindo para repetir o trajeto --- mas dessa vez com sucesso.
A meta dele é levar um submersível com duas pessoas até os destroços do famoso navio em segurança.
Em entrevista ao The Wall Street Journal, o investidor Larry Connor disse que a empreitada tem o objetivo de resgatar a confiança das pessoas na indústria de exploração marítima com intuitos turísticos.
"Eu quero mostrar para as pessoas no mundo todo que o oceano é extremamente poderoso, e pode ser aproveitado de forma maravilhosa e transformadora, se você o faz da maneira correta", afirmou Connor.
Para isso, ele está trabalhando ao lado do cofundador e CEO da Triton Submarines, Patrick Lahey. A empresa é especialista na construção de submersíveis.
A ideia é mostrar que uma viagem como essa pode ser feita diversas vezes e de forma segura, ainda que a implosão do submersível construído pela OceanGate ainda orbite o imaginário popular.
Segundo o CEO da Triton Submarines, as conversas começaram poucos dias após o acidente fatal do Titan.
Os dois executivos planejam que a nova viagem seja feita em um Triton 4000/2 Abyssal Explorer. O número 4000 representa a profundidade a qual o submersível pode chegar. Ainda não há uma data estipulada para a empreitada.
Para Lahey, os problemas que ocasionaram a catástrofe da OceanGate não refletem o restante da indústria, já que submersíveis são considerados seguros.
Relembre o episódio
Em junho do ano passado, um submersível que tinha como objetivo visitar os destroços do Titanic implodiu pouco tempo após entrar no oceano, matando todas as cinco pessoas a bordo - incluindo Stockton Rush, CEO da companhia responsável pela construção do sub.
O termo de responsabilidade para a viagem citava diversas formas em que um acidente poderia ocorrer e que o veículo submersível era apenas experimental.
O projeto sofreu diversas críticas antes do seu fim trágico - incluindo do CEO da Triton Submarines - devido às medidas de segurança consideradas questionáveis. Após o acidente, Lahey afirmou que a OceanGate agiu de forma "predatória".
Ele não foi o único a criticar a viagem. Um ex-piloto da companhia havia dito que Stockton Rush poderia acabar morto em uma "busca por inflar o seu ego".
Até mesmo James Cameron, cineasta responsável por Titanic e grande entusiasta de explorações marítimas, mostrou preocupação com uma potencial "falha catastrófica".
Antes do acidente, outras tentativas de fazer a viagem até os destroços já haviam sido abortadas por erros técnicos e falta de segurança.