• Rennan A. Julio, Daniela Frabasile, Ana Laura Stachewski e Clayton Rodrigues
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Gabriel Braga e André Penha, fundadores do QuintoAndar (Foto: Divulgação)

Gabriel Braga e André Penha, fundadores do QuintoAndar (Foto: Divulgação)

O QuintoAndar, unicórnio do mercado imobiliário, anuncia nesta sexta-feira (28/05) que acaba de receber um novo aporte, no valor de US$ 300 milhões. Com a rodada Série E, a empresa atingiu o valor de mercado de US$ 4 bilhões, tornando-se a proptech mais valiosa da América Latina. O dinheiro será usado para iniciar sua empreitada fora do país, levando os produtos de aluguel e compra e venda de imóveis para o México, a começar pela Cidade do México nos próximos meses.

Ouça a entrevista no podcast abaixo:

Liderada pela Ribbit Capital e com participação do SoftBank Latin America Fund, LTS, Maverick, Alta Park, Dragoneer, Qualcomm, Kaszek Ventures e uma gestora americana de ativos diversificados, a rodada também será usada para a expansão do QuintoAndar no Brasil e para a contratação de novos funcionários, tanto para a operação brasileira quanto mexicana.

Ao todo, a startup já levantou mais de US$ 600 milhões em investimentos. A rodada mais recente havia sido fechada em setembro de 2019, quando recebeu US$ 250 milhões em rodada liderada pelo Softbank. Em entrevista, Gabriel Braga, cofundador do QuintoAndar, contou que a empresa estava em uma posição “confortável’” de caixa, mas o momento era de acelerar. “Temos muito a fazer nos próximos anos e chegou a hora de aumentar o ritmo. Convergiu que a vontade da companhia estava alinhada ao interesse do mercado na nossa empresa”, diz.

Lançado em 2020, o serviço de compra e venda de imóveis do QuintoAndar fechou seu primeiro ano com mais de 1 mil imóveis vendidos. O serviço está presente em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. “Alcançamos uma posição de liderança no segmento em um ano. Vamos investir nessa expansão, porque está só no começo”, afirma Braga.

No campo do aluguel, serviço que apresentou o QuintoAndar ao mercado, já são mais de R$ 50 bilhões em ativos sob gestão, com 10 mil novos contratos fechados por mês por meio da plataforma. De acordo com o fundador, o QuintoAndar vislumbra sua expansão regional majoritariamente em grandes cidades. “Mas os resultados com cidades médias têm sido positivos.” Ao todo, o produto está disponível em 40 municípios do país.

“O serviço de aluguel é mais maduro, mas a ideia é levar o modelo de compra e venda para as mesmas cidades, atuando com o leque completo”, diz Braga. No México, a empresa iniciará a operação já com os dois produtos. “É mais fácil começar com o menu completo”, afirma.

De acordo com o empreendedor, o México foi escolhido pelas similaridades com o mercado brasileiro. Características como busca analógica por imóveis, mercado fragmentado entre imobiliárias e pouca base de dados chamaram a atenção da companhia. “Acreditamos que a nossa solução, com tecnologia, fotos profissionais, sem duplicação de imóveis, será aderente no mercado mexicano”, diz.

Sem número de funcionários definido, a operação mexicana contará com um time formado por brasileiros e por talentos locais. “A ideia é trazer profissionais mexicanos que entendam a cultura e os problemas da região. Ao mesmo tempo, queremos levar o aprendizado que desenvolvemos por anos para a operação. Não vamos reinventar a roda”, afirma Braga.

O dinheiro também será usado para reforçar o time do QuintoAndar em talentos em inovação. “Como no esporte, não dá para ganhar o jogo se não tiver pessoas boas em todas as posições”, afirma Braga. Em especial, o empreendedor destaca o desafio de encontrar talentos em tecnologia e design voltado para experiência do usuário. “Esses profissionais são raridade. Há uma escassez no mercado brasileiro.” Por conta disso, a startup seguirá em busca de talentos de todo o Brasil e do mundo. “Também estamos procurando talentos em um pool global”, diz.

Com a nova rodada, a expectativa para a abertura de capital do QuintoAndar aumenta. O interesse das empresas de tecnologia em realizar seu IPO junto ao mercado de capitais tem sido um movimento comum, principalmente às empresas que receberam altos investimentos de venture capital - caso do unicórnio imobiliário. Sobre o tema, Braga diz que essa é uma “trajetória natural”.

“Nós enxergamos o IPO como uma etapa no desenvolvimento da companhia, que ajuda a amadurecer, a divulgar nossos números e a trazer mais investidores. No momento, a prioridade é continuar a desenvolver nossas soluções e a resolver problemas. Não temos uma data para o IPO”, diz.

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