O presidente Lula afirmou nesta terça-feira que o governo vai atuar para conter a alta do dólar. A afirmação veio após nova escalada da moeda americana, em meio às críticas do presidente ao Banco Central. Nesta quarta, o assunto vai ser debatido pelo presidente em uma reunião com o ministro Fernando Haddad. Conforme apurou a CBN, o chefe da Fazenda deve pedir para que Lula pare de falar mal do mercado financeiro.
Interlocutores do Planalto avaliam, no entanto, que Lula deve manter o posicionamento em relação às criticas a autonomia do Banco Central e também ao presidente da instituição, Roberto Campos Neto.
Em entrevista à Rádio Sociedade, Lula disse que a alta do dólar preocupa, mas que vê a questão como especulação. Ele disse ainda que que é preciso tomar alguma medida, mas não adiantou o que seria para não alertar os adversários.
Após a fala de Lula, o ministro da Fazenda Fernando Haddad, negou possibilidade de reduzir o IOF, imposto sobre o câmbio, para conter a disparada do dólar. Segundo o ministro, a solução para o problema é melhorar a comunicação do governo.
Em audiência no Senado, a Ministra do Planejamento, Simone Tebet, questionou o tempo de mandato de 4 anos do presidente do BC. Ela ainda defendeu uma mudança no período da gestão para evitar que o nome escolhido por um governo passe dois anos no cargo durante uma nova gestão do Executivo:
Durante evento em Portugal, Campos Neto rebateu as criticas do governo. Ele disse que, para executar bem seu trabalho, o Banco Central brasileiro precisa se afastar das discussões políticas e tomar decisões técnicas. Ele afirmou ainda que a interrupção do ciclo de quedas nos juros, decidido na última reunião do Copom, teve como uma das motivações "ruídos" em relação a expectativas sobre a trajetória fiscal e política monetária do país.