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O que fazer depois de lançar um disco solo que vence o Grammy, é multielogiado pela crítica e te consolida como uma das principais vozes da música brasileira? Seguir a mesma trilha e tentar repetir a ideia é uma opção, claro, mas não para Liniker, que se prepara para lançar na próxima semana o primeiro single de seu novo trabalho e que promete entregar ao público algo bem diferente do que apresentou na carreira até aqui.

Ela se apresenta na próxima sexta-feira (12) no Festival Prio de Inverno e vai tocar pela primeira vez uma canção do novo trabalho - o single ‘Tudo’, prévia de um novo trabalho que mistura suas referências dançantes e, literalmente, “soltar a franga”.

“Estou cumprindo um acordo que eu tinha feito comigo mesma quando comecei a fazer esse projeto, que era fazer um álbum dançante, que era fazer um pop solar”, explicou a artista em entrevista ao CBN Rio.

Indigo Borboleta Anil, seu álbum de 2021, venceu o Grammy Latino de melhor álbum de MPB, e fez história ao fazer de Liniker a primeira artista trans a vencer a premiação.

“Para quem está comigo desde o começo, é hora de praticar o desapego. Estou indo para uma outra viagem com a minha música”.

Veja os principais trechos da entrevista:

O que a gente pode esperar desse show no Rio, no dia 12?

Ainda não é um show da minha turnê nova, mas eu pensei que seria interessante reencontrar o Rio também, reencontrando os meus últimos trabalhos. Vou trazer meus álbuns todos, desde o Remonta, até o ‘Índigo’, que é E vou tocar pela primeira vez o lançamento do meu disco novo, que é um single chamado “Tudo”.

Nas redes sociais você anunciou o Single dizendo “Tudo reivindica, tudo que eu quero viver, onde eu quero chegar e o que eu quero sentir.” Qual é a sonoridade e qual poesia teu novo álbum vai passar?

Pensar em um álbum é pensar no retrato da sua vida, da sua história nesse momento, assim. É um trabalho gravado totalmente de modo analógico e é o meu álbum mais pop. Tem uma textura diferente de tudo o que eu já fiz, com arranjos muito especiais. Acho que eu estou não só prometendo, mas cumprindo um acordo que eu tinha feito comigo mesma quando eu comecei a fazer esse projeto, que era fazer um álbum dançante, que era fazer um pop solar.

Quais as referências que você traz para esse trabalho novo? Sei que você ama o Djavan, por exemplo, e tem até um projeto para gravar músicas dele…

Para esse novo disco estou pensando muito na pista de dança, quente. Esses sons que quando começa a tocar, é meio impossível não querer soltar a franga mesmo, assim, impossível não querer se permitir a viver tudo aquilo. Tem disco, tem uma pesquisa de R&B, tem uma pesquisa de house, é um álbum bem pra cima, assim, é um disco bem, com muitos elementos sonoros e muitos elementos que eu ouço, assim, na minha vida pessoal. Estou apresentando a minha playlist pessoal, incrementada com o que eu tô produzindo musicalmente. São novas experiências, novos desejos.

Você lançou música com o Thiaguinho, com o Baco Exu do Blues, regravou Negro Gato, tem várias parcerias. Como escolhe a pessoa com quem vai dividir o palco?

Eu admiro muito a minha, não só a minha cena, mas eu sou muito apaixonada pela música popular brasileira, assim. Então pra mim é uma honra poder escolher essas pessoas, escolher esses projetos e ser convidada para esses projetos, porque eu realmente sou fã. E agradeço assim, de conseguir ainda ter esse filtro de olhar pras pessoas que eu convivo muito por estar numa mesma cena, com um olhar de fã, assim, com um olhar de ainda ficar impressionada. É a Liniker lá de Araraquara que pensa “olha onde minha música me trouxe”.

O teu primeiro disco solo te levou para o Grammy e consolidou sua carreira de vez. E agora, o novo álbum para onde você quer que te leve?

Quem amava o Indigo, quem está comigo desde o começo, é hora de praticar o desapego e entender que a gente tá indo pra uma outra viagem. É uma outra passagem, são mais horas de voo. O Indigo me trouxe o Grammy e uma notoriedade, mas não me deixou parada a ponto de não querer experimentar as coisas. Esse álbum é um álbum disruptivo, esse álbum é pensado para que eu não fique refém do meu próprio sucesso. A música é sempre o que faz e vai fazer sentido na minha vida.

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