Viagem

Por Annabelle Dufraigne*


Craco, uma cidade amaldiçoada (e fantasma), no sul da Itália — Foto: Wirestock
Craco, uma cidade amaldiçoada (e fantasma), no sul da Itália — Foto: Wirestock

A região italiana da Basilicata, no sul do país, entre a Apúlia e Calábria, abriga a maldita cidade de Craco, não muito longe de Matera. Empoleirada num rochedo a quase 400 metros acima do nível do mar, foi fundada no século VIII a.C. por gregos que fugiam da pandemia de malária que acontecia nas zonas de menor altitude da região. Mais tarde, foi a casa de monges bizantinos a partir do século X.

O interior de uma igreja abandonada em Craco, sul da Itália — Foto: Wirestock
O interior de uma igreja abandonada em Craco, sul da Itália — Foto: Wirestock

Na Idade Média, Craco foi rapidamente reconhecida como uma cidade poderosa. Sua localização no topo de uma colina tornou-se um local estratégico de observação e defesa militar, sobretudo graças à sua torre normanda, que ainda pode ser visitada. No século XV, a próspera cidade contava com quatro ricos palácios, o que a tornou uma passagem atraente para ladrões e bandidos no século XIX.

Inundações e terremotos

Em 1963, quando o local tinha pouco menos de 2.000 habitantes, tudo desabou: uma série de deslizamentos de terras provocou o desmoronamento das casas, obrigando os moradores a fugir de Craco. Embora alguns tenham continuado a viver lá por alguns anos, a cidade amaldiçoada foi novamente enfraquecida por uma enchente em 1972.

Interior de uma casa abandonada, em Craco — Foto: Wirestock
Interior de uma casa abandonada, em Craco — Foto: Wirestock

Finalmente, um terremoto destruiu Craco em 1980, forçando os últimos residentes a partir para sempre. Em 1975, a cidade estava vazia e tornou-se uma cidade fantasma.

Cidade amaldiçoada… e fantasma: não há habitante que resista

Craco é o lar de muitas histórias e lendas. Na igreja Madre San Nicola, do século XVI, está preservado o corpo mumificado de uma santa. Além disso, diz-se que o seu canzoniere, uma antiga taberna, era gerido por uma bruxa. Mais recentemente, em 2007, a cidade acolheu as filmagens de um dos filmes de James Bond, Quantum of Solace (2008), tornando-se desde então um ponto de peregrinação de curiosos e seguidores da mística sagrada.

É assim que são as fachadas de Craco, uma cidade fantasma na Itália — Foto: Wirestock
É assim que são as fachadas de Craco, uma cidade fantasma na Itália — Foto: Wirestock

As ruas desertas de Craco, rodeadas por campos de oliveiras centenárias, podem ser exploradas, embora o acesso seja oficialmente proibido. Isto não impede que os curiosos visitem as suas ruas por sua conta e risco. À medida que o seu estado de degradação se agravou ao longo dos anos, a cidade foi incluída na lista de locais que devem ser conservados pelo Fundo Mundial de Monumentos.

A rota amaldiçoada: explorando cidades fantasmas

Craco está longe de ser a única cidade amaldiçoada da Itália: o país tem várias cidades fantasmas que merecem uma visita. Poggioreale, na Sicília oriental, foi destruída por um terremoto em 1968 e as suas ruínas permaneceram intactas desde então. Os habitantes locais conhecem o local como a “Pompeia moderna”: perderam 200 dos seus vizinhos no terremoto e tiveram de se mudar e reconstruir suas vidas em outro lugar.

Fossa, no centro do país, sofreu um destino semelhante em 2009. Você pode visitar a cidade construída em tempos antigos. No Instagram, vimos como algumas pessoas corajosas entraram em casas abandonadas, onde é possível encontrar móveis de época, objetos, louças e brinquedos infantis.

A cidade mais legal da Itália: abandonada?

Calcata, outra aldeia italiana abandonada — Foto: ROMAOSLO
Calcata, outra aldeia italiana abandonada — Foto: ROMAOSLO

Finalmente, Calcata, perto de Roma, também empoleirada em um enorme rochedo, é uma cidade quase abandonada. Na década de 1930, as autoridades decidiram fechar o local, que fica sobre uma frágil falésia de pedra vulcânica. Na década de 60, a cidade foi esvaziada, exceto por alguns hippies que encontraram refúgio ali.

Desde então, Calcata é ocupada exclusivamente por artistas que se esforçaram para restaurar e valorizar sua história. Em 2007, o New York Times descreveu Calcata como “a cidade mais descolada da Itália, lar de uma comunidade excêntrica de artistas, boêmios, ‘hippies’...”.

*Matéria originalmente publicada na AD Itália
Tradução: Maria Mesquita

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