![‘Cidade das bruxas’: conheça o povoado que foi excomungado pela Igreja Católica — Foto: Getty Images](https://cdn.statically.io/img/s2-casavogue.glbimg.com/MKFigRAVmAOLO7l-uVekaWbMUHg=/0x0:1024x631/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_d72fd4bf0af74c0c89d27a5a226dbbf8/internal_photos/bs/2023/m/J/auohjrRTKbBgQ0Q064ew/gettyimages-977235034.jpg)
Com população de apenas 82 habitantes, este povoado localizado na província de Saragoça, na Espanha, ganhou fama de amaldiçoado e ficou conhecido como “cidades das bruxas”. Chamada de Trasmoz, a história trágica da cidade começou durante a Idade Média – mais especificamente no século XIII –, quando foi excomungada pela Igreja Católica devido a acusações de que seu castelo era lar de bruxas e feiticeiros.
![‘Atualmente, Trasmoz conta com apenas 82 habitantes — Foto: Getty Images](https://cdn.statically.io/img/s2-casavogue.glbimg.com/U6aMCRYcHjT6F4YkC9K_bdR07Ec=/0x0:1024x604/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_d72fd4bf0af74c0c89d27a5a226dbbf8/internal_photos/bs/2023/Z/k/n7Cxv9R7qAjDfi7DU5jA/gettyimages-977234592.jpg)
Sem ser revogado até os dias de hoje, o episódio aconteceu após um conflito entre Trasmoz e o Mosteiro de Veruela, cujo abade convenceu o arcebispo de Tarazona a excomungar toda a cidade. Acredita-se que a briga tenha iniciado por conta do povoado ser um importante reservatório de minas de prata, com valiosas fontes de água e madeira. Além disso, Trasmoz era um território laico e não tinha obrigação de pagar impostos ao Mosteiro de Veruela.
![Em 1520, o castelo de Trasmoz foi destruído por um incêndio — Foto: Getty Images](https://cdn.statically.io/img/s2-casavogue.glbimg.com/BquQphyn9dG7CtaW7FEguuqsn2k=/0x0:1024x683/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_d72fd4bf0af74c0c89d27a5a226dbbf8/internal_photos/bs/2023/z/8/wRsAivSbA6grszy7ykCA/gettyimages-977234558.jpg)
![As ruínas do castelo — Foto: Getty Images](https://cdn.statically.io/img/s2-casavogue.glbimg.com/NF4MIubmX7mJ2IAvtBCWbSihx6M=/0x0:2120x1414/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_d72fd4bf0af74c0c89d27a5a226dbbf8/internal_photos/bs/2023/D/L/UUViKeR2WgUk0lPHYYRQ/gettyimages-1482640413.jpg)
Com isso, uma pequena guerra civil se iniciou, sendo necessária a intervenção do rei Fernando II de Aragão. Depois disso, a cidade entrou em decadência, atraindo criminosos que cunhavam moedas falsas em seu castelo. Para completar, em 1511, o abade amaldiçoou Trasmoz com a permissão do papa Júlio II e, nove anos depois, sua fortaleza foi destruída por um incêndio. A expulsão dos judeus e muçulmanos foi o golpe final para o esvaziamento da cidade, que antigamente contava com cerca de 10 mil habitantes.
![Visão das ruas de Trasmoz — Foto: Getty Images](https://cdn.statically.io/img/s2-casavogue.glbimg.com/49gWdHddfEW_23--q8u2krc2TVw=/0x0:775x1024/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_d72fd4bf0af74c0c89d27a5a226dbbf8/internal_photos/bs/2023/D/6/GJX4ZMQvCF0TsWfZqd6Q/gettyimages-977234926.jpg)
A cidade ganhou notoriedade no século XIX, quando os irmãos Bécquer contaram sobre as lendas de Trasmoz em suas obras – inclusive, Gustavo Adolfo Bécquer, poeta e escritor castelhano, chegou a falar sobre a bruxa Tía Casca, um dos personagens mais icônicos da cidade, em seus escritos. Hoje, o povoado abraçou sua reputação diabólica e a utiliza para atrair turistas: um exemplo disso é a realização de uma feira anual de bruxaria.