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Por André Schaun

A Fiat Chrysler Automobiles (FCA) e a Peugeot SA (Groupe PSA) anunciaram a aprovação da fusão entre os grupos para criar a Stellantis. Ao todo, mais de 99% dos votos foram a favor da transação, formando o quarto maior grupo automotivo do mundo. A fusão envolveu 52 bilhões de euros, ou R$ 337,7 bilhões.

Englobando 14 marcas ao todo, com Fiat, Jeep, Maserati, Alfa Romeo, Dodge e RAM, do lado da FCA, e Peugeot, Citroën e DS, do lado da PSA, a união só fica atrás de Grupo Volkswagen, Grupo Toyota e da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi em vendas globais.

Se somarmos todas as marcas da Stellantis, o grupo é disparado o que mais vende no Brasil. Em 2020, dos 1.950.889 carros e comerciais leves emplacados no país, 458.948 pertencem a Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën. Em segundo vem a Chevrolet com 338.549 e, em seguida, a Volkswagen com 334.636 – Audi também entra nessa conta.

O nome Stellantis, que tem sua raiz em “iluminar com estrelas”, será usado exclusivamente para se referir à união — Foto: Divulgação
O nome Stellantis, que tem sua raiz em “iluminar com estrelas”, será usado exclusivamente para se referir à união — Foto: Divulgação

No Brasil, que é o maior mercado da Fiat fora da Itália, a FCA tem duas fábricas: uma em Betim, em Minas Gerais, que também produz motores, e outra em Goiana, em Pernambuco. Há ainda uma unidade exclusiva de motores em Campo Largo, no Paraná.

Já a PSA tem um polo automotivo em Porto Real, no Rio de Janeiro, que engloba a produção de carros e motores.

Mike Manley, presidente-executivo da FCA, que comandará as operações da Stellantis nas Américas, disse que não há previsão de fechar nenhuma dessas fábricas. Portanto, o Brasil terá três complexos produtivos de veículos e um exclusivo de motor. Todos devem ser modernizados.

De acordo com o grupo, em torno de 5 bilhões de euros, ou R$ 32,5 bilhões, ser��o economizados anualmente com a fusão. Cerca de 40% desse valor será destinado à convergência de plataformas, sistemas de motor e transmissão e de otimização de investimentos para o desenvolvimento de pesquisas.

Outros detalhes da fusão é que haverá um grande investimento em eletrificação, direção autônoma e conectividade em todo o mundo. E nenhuma categoria ficará de fora, seja hatch, luxo, SUV ou comercial leve.

A Stellantis espera produzir 8,7 milhões de veículos e receber mais de 180 bilhões de euros em faturamento total no primeiro ano. No total são 400 mil funcionários pelo mundo.

Fábrica da Jeep em Goiana, Pernambuco, deve ser modernizada (Foto: Rafael Neddemeyer/FCA)
Fábrica da Jeep em Goiana, Pernambuco, deve ser modernizada (Foto: Rafael Neddemeyer/FCA)

O Brasil deve receber uma grande parcela dos investimentos para as Américas devido ao grande potencial de produção e vendas de Fiat e Jeep. Já as marcas da PSA, que precisam reconquistar a confiança do público após a fusão.

Dessa forma, o Grupo Stellantis pode ter no Brasil um de seus principais mercados em todo o mundo.

A sede do grupo será na Holanda e o controle será dividido em 50% para a PSA e 50% para a FCA. Com a aprovação pelos acionistas e o recebimento das autorizações regulatórias finais ao longo do último mês, incluindo, notadamente, da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu, a FCA e o Groupe PSA esperam concluir a união em 16 de janeiro, data na qual mais detalhes serão revelados.

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