Conta secreta de Santana recebeu US$ 3 mi da Odebrecht, diz Procuradoria
Roberto Stuckert/Divulga��o | ||
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O marqueteiro Jo�o Santana faz reuni�o com Lula e Dilma durante campanha presidencial de 2010 |
O Minist�rio P�blico Federal e a Pol�cia Federal encontraram transfer�ncias de US$ 7,5 milh�es (R$ 30 milh�es, em valores desta segunda) de investigados da Opera��o Lava Jato para a conta da offshore Shellbill Finance S.A., controlada pelo marqueteiro Jo�o Santana e pela mulher e s�cia dele, M�nica Moura. A offshore, baseada no Panam�, n�o foi declarada �s autoridades brasileiras.
Deste montante, US$ 3 milh�es foram pagos ao marqueteiro por meio das contas das offshores Klienfeld e Innovation Services, que s�o atribu�das pelos investigadores � Odebrecht, entre 13 de abril de 2012 e 08 de mar�o de 2013. Para a Procuradoria, "pesam indicativos de que consiste em propina oriunda da Petrobras transferida aos publicit�rios em benef�cio do PT".
O publicit�rio e a empreiteira s�o alvos da 23� fase da Opera��o Lava Jato, iniciada na manh� desta segunda-feira (22). Santana foi respons�vel pelas campanhas presidenciais de Lula (2006) e Dilma Rousseff (2010 e 2014).
No �ltimo dia 12, a Folha revelou que a Lava Jato investiga ind�cios de pagamentos da Odebrecht ao marqueteiro das campanhas presidenciais em contas no exterior.
A Klienfeld e a Innovation Services foram escalas de dinheiro pago por subsidi�rias da Odebrecht no exterior a contas secretas dos ex-dirigentes da Petrobras Renato Duque, Jorge Zelada, Paulo Roberto Costa e Nestor Cerver� –de acordo com documentos banc�rios enviados pelas autoridades da Su��a e de M�naco e extratos entregues por delatores, como Costa, ex-diretor da �rea internacional, e o ex-gerente Pedro Barusco.
Klienfeld e Innovation Services receberam, pelo menos, US$ 120 milh�es de contas secretas de outras tr�s empresas baseadas em para�sos fiscais entre 2008 e 2010. Estas contas que abasteceram a Klienfeld e a Innovation tinham como controladores os executivos da Odebrecht Hilberto Mascarenhas Alves Silva Filho e Luiz Eduardo Rocha Soares. A PF tamb�m investiga outro executivo da empresa, Fernando Migliaccio da Silva, por liga��o com estes pagamentos.
Segundo a Procuradoria, Luiz Eduardo Rocha Soares e Fernando Migliaccio deixaram o Brasil logo ap�s a deflagra��o da fase Erga Omnes, que levou Marcelo Odebrecht e a c�pula do conglomerado para a pris�o em junho de 2015.
Os investigadores da Lava Jato tamb�m encontraram outra s�rie de transfer�ncias, realizadas entre 25 de setembro de 2013 e 4 de novembro de 2014. Foram nove repasses que totalizaram US$ 4,5 milh�es feitos por Zwi Skornicki, apontado como operador do estaleiro Kepel Fels, � Shellbill de Santana e M�nica, segundo a Procuradoria. Skornicki tamb�m teve a pris�o decretada pelo juiz Sergio Moro.
A empreiteira confirmou que seus escrit�rios de S�o Paulo, Rio de Janeiro e Bahia foram alvo de busca e apreens�o da Pol�cia Federal. Indagada sobre pagamentos feitos � offshore de Jo�o Santana, a Odebrecht ainda n�o se manifestou.
Em ocasi�es anteriores, quando a Klienfeld e a Innovation Services vieram � tona na investiga��o de pagamentos de propina a diretores da Petrobras, a Odebrecht negou reiteradas vezes ter o controle destas offshores.
Moro determinou o bloqueio das contas pessoais e das empresas de Jo�o Santana e de sua mulher, M�nica Moura. O bloqueio foi solicitado pelo Minist�rio P�blico Federal e atinge as contas das empresas Santana & Associados Marketing e Propaganda LTDA e a Polis Propaganda e Marketing LTDA. As contas de Zwi Skornicki e de Fernando Migliaccio tamb�m foram bloqueadas.
FASE 'ACARAJ�'
A fase "Acaraj�" � a etapa da Opera��o Lava Jato que pode ter maior repercuss�o para mandato de Dilma Rousseff, j� que s�o investigados repasses da empreiteira Odebrecht para Santana no exterior. H� no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) processo a respeito de eventuais recebimentos de recursos il�citos pela campanha da petista provenientes de empresas investigadas na Lava Jato.
A 23� fase da Lava Jato mobilizou cerca de 300 policiais federais. Na manh� desta segunda, eram cumpridos 51 mandados judiciais, sendo 38 de busca e apreens�o, dois de pris�o preventiva, seis de pris�o tempor�ria e cinco de condu��o coercitiva.
Os mandados s�o cumpridos nos Estados da Bahia (Salvador e Cama�ari), Rio de Janeiro (Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Petr�polis e Mangaratiba) e S�o Paulo (S�o Paulo, Campinas e Po�).
A Odebrecht confirmou que seus escrit�rios de S�o Paulo, Rio de Janeiro e Bahia s�o alvo de busca e apreens�o da Pol�cia Federal.
O delegado Eduardo Mauat, que conduz as buscas na sede da Odebrecht em S�o Paulo, disse que esta nesta fase levar�o mais material do que na 14� fase, que prendeu Marcelo Odebrecht em junho.
Ele tamb�m afirmou que trouxeram computadores apreendidos em junho com arquivos criptografados para que eles fossem desbloqueados por profissionais da empresa. No sede da Odebrecht em S�o Paulo h� 12 profissionais da PF, sendo dois peritos especialistas na �rea digital.
Na madrugada desta segunda (22), 16 equipes de policiais deixaram a sede da pol�cia federal, na lapa, em S�o Paulo, para cumprir mandados de busca e apreens�o no Estado.
Todos os funcion�rios da Odebrecht foram dispensados. A pol�cia federal est� no pr�dio desde as 6h da manh�. Comunicado da empresa informou que est� � disposi��o das autoridades para colaborar com a opera��o em andamento.
A construtora Odebrecht � uma das investigadas na opera��o e seus executivos foram acusados de pagar R$ 138 milh�es em propina para ser contratada em oito obras da Petrobras.
Com informa��es da Ag�ncia Brasil
Livraria da Folha
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