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An�lise: Ap�s 11 anos, publicit�rio estrela volta a amea�ar governo petista
Victor Moriyama/Folhapress/Pedro Ladeira/Folhapress | ||
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Os publicit�rios Duda Mendon�a e Jo�o Santana, que trabalharam em campanhas presidenciais do PT |
Uma d�cada depois, um publicit�rio estrela volta a amea�ar um governo petista. Em 2005, Duda Mendon�a assombrou o pa�s ao confessar � CPI dos Correios que recebeu no exterior pela campanha de Luiz In�cio Lula da Silva de 2002, sem que os recursos fossem contabilizados. Lula balan�ou, mas ainda com reservas de popularidade e num momento de economia em in�cio de recupera��o, segurou-se no cargo. Duda acabou absolvido pelo STF.
Para Dilma Rousseff, a investida sobre Jo�o Santana � potencialmente mais desastrosa. O contexto econ�mico � ruinoso, e ela tem apenas fiapos de aceita��o popular. O eventual comprometimento de seu marqueteiro e de sua campanha de 2014 com pagamentos ilegais, possivelmente por meio da Odebrecht, principal empresa envolvida no petrol�o, seria o fim da linha. Seja via impeachment, at� aqui visto como improv�vel, seja pela cassa��o pelo Tribunal Superior Eleitoral, alternativa que come�a a ganhar for�a.
Jo�o Santana caiu rapidamente nas gra�as do PT em 2006, ap�s a derrocada de Duda. Era visto como um publicit�rio discreto –at� onde marqueteiros conseguem ser discretos, claro. Petistas se encantavam com o fato de ele gostar de discutir pol�tica, e n�o apenas pe�as de TV de apelo sentimentaloide, marca registrada do antecessor.
Na campanha de reelei��o de Lula, apostou no enfado da popula��o com a onda de den�ncias do mensal�o e venceu. Sua estrat�gia foi resumida num jingle cujo refr�o "deixa o homem trabalhar" viralizou numa �poca em que isso ainda n�o ocorria toda semana.
Em 2010, teve sua campanha mais f�cil: a elei��o de Dilma praticamente se fez sozinha, na esteira da popularidade astron�mica de Lula e de crescimento de mais de 7% do PIB.
Em 2014, no entanto, teve a grande derrapada. A aposta de minimizar a crise econ�mica e demonizar os advers�rios, principalmente Marina Silva, cobrou rapidamente a fatura. O s�mbolo, dessa vez, era a malfadada pe�a em que a comida sumiria do prato de uma fam�lia, em um hipot�tico governo Marina (assista abaixo).
Jo�o Santana, como Duda da d�cada passada, teve tisnada sua imagem de Midas. Primeiro pelos erros na comunica��o e agora, ao que tudo indica, por questionamentos sobre a maneira como recebeu seus recursos. O PT, que parece n�o conseguir encontrar um tesoureiro que n�o termine atr�s das grades, agora precisa tamb�m mandar benzer seus publicit�rios.
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