• Luisa Graça
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Vogue Negócios: confira os destaques do debate sobre inclusão e disrupção no futuro da tecnologia (Foto: Luciana Prezia)

Vogue Negócios: confira os destaques do debate sobre inclusão e disrupção no futuro da tecnologia (Foto: Luciana Prezia)

Se nossa vida real se mescla à vida digital cada dia mais, o pensar sobre inclusão não pode se limitar a uma ou outra esfera. Para explorar o assunto, nossa redatora-chefe Maria Laura Neves recebeu um grupo de speakers de peso que conta com Maren Lau (Facebook/Meta), Paula Paschoal (Google), Samantha Almeida (TV Globo), Patrícia Borges (Diageo) e Helena Bertho (NuBank) para compartilhar esclarecimentos, provocações e um tantinho de esperança para um futuro tão incerto.

3ª edição do evento Vogue Negócios (Foto: Divulgação)

3ª edição do evento Vogue Negócios (Foto: Divulgação)

Essa tal diversidade

Diversidade e inovação andam de mãos dadas tendo em vista que ter pessoas com perfis e experiências diferentes ajuda a criar um contexto favorável para o desenvolvimento de ideias inovadoras. Mas se falta diversidade nas empresas onde o futuro é construído, não apenas o terreno de ideias se torna menos fértil, como torna-se impossível construir um amanhã diverso. "Se existe uma diversidade é porque existe um padrão. E estabelecido um padrão nesse mundo, não só na tecnologia  - que é liderada por homens brancos cisgênero de classe média/alta -, não é sobre tecnologia, é sobre todo o lugar onde tem poder", constata Samantha.

"Se não estiver todo mundo na 'sala' para discutir sobre esse assunto, a gente repete um padrão de lógica colonialista, achando que sabe do que todos precisam", completa Helena. "O machismo e o racismo são tecnologias que se atualizam. Está todo mundo aqui para construir esse futuro diverso e inclusivo?"

3ª edição do evento Vogue Negócios (Foto: Divulgação)

3ª edição do evento Vogue Negócios (Foto: Divulgação)


Isso se estende ainda aos espaços virtuais como o metaverso. Um novo mundo, sim, mas que não vai deixar de refletir algo do mundo em que vivemos. "O metaverso nunca vai substituir o mundo físico. Ele é um poder hibrido e pode oferecer uma experiência expressiva, didática. É o futuro da tecnologia social", esclarece Maren Lau. "Temos discutido muito sobre diversidade e inclusão, pois esse é um mundo que precisamos construir com intencionalidade".

Patrícia complementa ainda que é papel das marcas entenderem como podem usar sua plataforma para gerar algum impacto social, em vez de colaborar com a perpetuação de comportamentos exclusivos. "É importante a gente questionar nossa responsabilidade social enquanto marcas. Como podemos contribuir para algo maior? Como podemos usar o poder de investimento que temos?"

Vogue Negócios: confira os destaques do debate sobre inclusão e disrupção no futuro da tecnologia (Foto: Luciana Prezia)

Vogue Negócios: confira os destaques do debate sobre inclusão e disrupção no futuro da tecnologia (Foto: Luciana Prezia)

Inclusão e descentralização

Se a tecnologia tem de estar a serviço das pessoas e não o contrário, é o pensar nas necessidades delas que vai pavimentar esse futuro diverso e inclusivo. Segundo Paula, antes do início da pandemia 40% da população brasileira era desbancarizada. Enquanto ferramenta tecnológica, o pix contribuiu muito para diminuir essa taxa e dar mais autonomia à população. "Não dá pra gente falar em inclusão sem haver inclusão financeira e democratização dos serviços financeiros. Hoje não existem mais empresas de tecnologia, a tecnologia faz parte de todas as empresas", defende ela. "Parece que é sobre tecnologia, mas é um debate de classe. É sobre democratização do acesso, é sobre as pessoas", completa ainda Samantha.

"A tecnologia facilita a descentralização e, consequentemente, essa democratização. Eu acredito que o metaverso vai ser a melhor oportunidade para negócios de qualquer tamanho", vislumbra Maren, por fim.