• Texto Stéphanie Durante | Realização Nuria Uliana | Repórter de imagem Suzel Fontes | Foto Lufe Gomes
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Lulis, moradora e coautora do projeto, está sentada na poltrona, da Privilégio antiguidades. Na sala, as cadeiras Mademoiselle, da Kartell, e o quadro do fotógrafo Valentino Fialdini, da Zipper Galeria, contrastam com as paredes claras e o piso de cimentí (Foto: Lufe Gomes)

Lulis, moradora e coautora do projeto, está sentada na poltrona, da Privilégio antiguidades. Na sala, as cadeiras Mademoiselle, da Kartell, e o quadro do fotógrafo Valentino Fialdini, da Zipper Galeria, contrastam com as paredes claras e o piso de cimentício, da Solarium. Acima da mesa Saarinen, luminária Bossa, da Lumini. Ao lado, cachepô de madeira com a planta ciclantus que tolera sombra. A poltrona estampada é da Maria Jovem. No pedestal, a imagem de Nossa Senhora é presente de uma amiga  (Foto: Lufe Gomes)

Projetado durante a obra, o espaço entre as janelas ganhou um sistema de drenagem e irrigação para manter o jardim vertical. No fundo, poltrona Mole, de Sergio rodrigues, à venda na dpot (Foto: Lufe Gomes)

Projetado durante a obra, o espaço entre as janelas ganhou um sistema de drenagem e irrigação para manter o jardim vertical. No fundo, poltrona Mole, de Sergio Rodrigues, à venda na Dpot (Foto: Lufe Gomes)

A saga para achar o apê ideal foi longa: o paisagista Gil Fialho, 48 anos, e a mulher, Anna Lucia Azevedo, 37, visitaram cerca de 50 apartamentos antes de fechar negócio. A enorme procura valeu a pena. “Apaixonamo-nos pela luz deste lugar”, conta Gil. A localização, no Jardim Paulista, em São Paulo, era outro ponto a favor. Lulis, como a moradora é conhecida pelos amigos, cresceu no bairro. A falta de varanda poderia ser um impedimento, mas o problema foi contornado com uma solução esperta: o nicho entre as duas janelas da sala se transformou em um jardim vertical recheado de samambaias, bromélias e orquídeas.

Os 200 m², distribuídos em planta original dos anos 1960, foram completamente modificados. “Fizemos a reforma juntos, a quatro mãos, pensando no nosso estilo de vida”, diz Lulis. Eles integraram a cozinha às salas para receber com mais espaço os amigos. Apesar dessa junção, duas portas de correr foram instaladas no canto da sala. Os moradores podem escolher se elas ficarão recolhidas ou se vão esconder a cozinha ou o hall de entrada, que foi transformado em escritório.

O paisagista, apaixonado por house e jazz, costuma discotecar para os amigos e, para evitar reclamações dos vizinhos, as paredes receberam isolamento acústico. Os três quartos originais se transformaram em duas suítes: a do casal – espaçosa e com direito a divisória de vidro entre o quarto e o banheiro – e a das gêmeas Helena e Sofia, de um ano e oito meses.

embutida na base da estante de alvenaria, a lareira é da casa das Lareiras. À esq., uma das primeiras fotos do casal fica próxima à coleção de vasos. repare nos bancos colocados nos nichos para apoiar livros e revistas. as peças de ipê foram desenhadas po (Foto: Lufe Gomes)

Embutida na base da estante de alvenaria, a lareira é da casa das Lareiras. À esq., uma das primeiras fotos do casal fica próxima à coleção de vasos. Repare nos bancos colocados nos nichos para apoiar livros e revistas. As peças de ipê foram desenhadas por Gil (Foto: Lufe Gomes)

os azulejos estampados, da calu Fontes, eoamarelo vibrante das banquetas, da Maria Jovem, deixam a cozinha divertida. os furos embaixo da bancada são o respiro para a máquina de gelo. (Foto: Lufe Gomes)

Os azulejos estampados, da Calu Fontes, e o amarelo vibrante das banquetas, da Maria Jovem, deixam a cozinha divertida. Os furos embaixo da bancada são o respiro para a máquina de gelo (Foto: Lufe Gomes)

o hall de entrada deu lugar ao escritório do casal, que criou a mesa executada pela arthem Marcenaria. ela é mais larga para eles desenharem seus projetos. Separados nos nichos da estante ficam livros de arte, design, arquitetura, paisagismo e fotografia (Foto: Lufe Gomes)

O hall de entrada deu lugar ao escritório do casal, que criou a mesa executada pela Arthem Marcenaria. Ela é mais larga para eles desenharem seus projetos. Separados nos nichos da estante ficam livros de arte, design, arquitetura, paisagismo e fotografia (Foto: Lufe Gomes)

 A reforma do apartamento foi a primeira parceria profissional dos dois, que foram apresentados por uma amiga em comum, no início de 2007. Dois meses depois do primeiro encontro, eles já moravam juntos e falavam em casamento, que foi marcado para maio do ano seguinte. “Foi intenso, mas deu muito certo”, diz Gil. A obra também foi um sucesso e fez com que Lulis largasse de vez seu emprego como publicitária para investir na decoração.

“Sempre gostei dessa área e resolvi arriscar. Me inscrevi em um curso de design de interiores e, durante as aulas, já comecei a fazer os meus primeiros projetos”, conta. Colorido e cheio de identidade, o apartamento exibe peças assinadas, como as poltronas Mole, do arquiteto Sergio Rodrigues, e Tensor, do venezuelano Pedro Useche, amigo do casal. A mesa Saarinen, no mesmo ambiente, é um dos xodós do morador. “Essa foi uma das primeiras peças de design que eu comprei. Já desenhei muitos projetos sobre ela.”

A estante baixa se estende por uma das paredes da sala e serve de apoio para o bar, para a coleção de vasos do paisagista, as revistas, a lareira a gás e o home theater. Como um livro aberto, ela revela seus gostos, suas paixões e alguns dos sentimentos construídos ao longo de suas vidas.

a suíte do casal tem piso de tacos, original do prédio. Fixadas na parede, luminárias Tolomeo, à venda na La Lampe. roupa de cama, da Trousseau. Na mesa lateral, bandeja amarela e copos, da calu Fontes, com arranjo de folhas. Nos pés, banco desenhado pelo (Foto: Lufe Gomes)

A suíte do casal tem piso de tacos, original do prédio. Fixadas na parede, luminárias Tolomeo, à venda na La Lampe. Roupa de cama, da Trousseau. Na mesa lateral, bandeja amarela e copos, da Calu Fontes, com arranjo de folhas. Nos pés, banco desenhado pelo paisagista. Tacho de madeira da L’oeil. À esq, a abertura com vidro permite ver quem está no banho (Foto: Lufe Gomes)

O que dá identidade ao apê de Gil e Lulis

Misturar peças que o casal tinha antes de se conhecer é uma maneira de unir histórias. (Foto: Lufe Gomes)

1 - Misturar peças que o casal tinha antes de se conhecer é uma maneira de unir histórias. Lulis e Gil, que já tinham alguns azulejos da artista plástica Calu Fontes em suas casas quando eram solteiros, aproveitaram os exemplares para fazer um mosaico na cozinha.

Mudar de casa não significa abrir mão dos móveis antigos. (Foto: Lufe Gomes)

2 - Mudar de casa não significa abrir mão dos móveis antigos. Mas vale a pena dar uma repaginada nas peças. Para isso, Lulis trocou o tecido de algumas poltronas e do sofá.

Para deixar a decoração com a sua cara, invista nas suas paixões. (Foto: Lufe Gomes)

3 - Para deixar a decoração com a sua cara, invista nas suas paixões. O casal, que adora quadros e obras de arte, formou uma pequena galeria particular na parede do escritório.

Abuse dos objetos personalizados, que, além de dar charme à casa, ainda contam histórias.  (Foto: Lufe Gomes)

4 - Abuse dos objetos personalizados, que, além de dar charme à casa, ainda contam histórias. O convite de casamento do casal foi parar no fundo de uma bandeja de madeira, protegido por vidro.

Se você gosta de plantas, mas o apartamento não tem varanda, inspire-se no painel planejado por Lulis e Gil, que faz as vezes de quadro verde na sala. (Foto: Lufe Gomes)

5 - Se você gosta de plantas, mas o apartamento não tem varanda, inspire-se no painel planejado por Lulis e Gil, que faz as vezes de quadro verde na sala. Além dele, espécies de sombra, dispostas em vasos e caixas, pontuam o espaço, dando a sensação de frescor.