• Poder

    Saturday, 03-Aug-2024 05:22:46 -03

    Lava Jato

    Jo�o Santana, marqueteiro do PT, e Odebrecht s�o alvo da Lava Jato

    FL�VIO FERREIRA
    BELA MEGALE
    DE S�O PAULO
    JO�O PEDRO PITOMBO
    DE SALVADOR

    22/02/2016 06h43

    O publicit�rio Jo�o Santana, que encabe�ou campanhas presidenciais petistas, e a empreiteira Odebrecht s�o alvo da 23� fase da Opera��o Lava Jato, iniciada na manh� desta segunda-feira (22), intitulada "Acaraj�". A Lava Jato investiga o esquema de corrup��o na Petrobras.

    H� uma equipe da PF fazendo busca e apreens�o no apartamento de Jo�o Santana, em um pr�dio no Corredor da Vit�ria, em bairro nobre em Salvador. H� mandado de pris�o contra o marqueteiro, que foi respons�vel pelas campanhas presidenciais de Lula (2006) e Dilma Rousseff (2010 e 2014). Ele est� na Rep�blica Dominicana, onde trabalha na reelei��o do presidente Danilo Medina.

    Houve buscas tamb�m na resid�ncia de Santana no condom�nio Praia de Interlagos, em Cama�ari, na regi�o metropolitana de Salvador.

    No �ltimo dia 12, a Folha revelou que a Lava Jato investiga ind�cios de pagamentos da Odebrecht ao marqueteiro das campanhas presidenciais em contas no exterior.

    OS CLIENTES DE JO�O SANTANA - Marqueteiro trabalhou em campanhas no Brasil e no exterior

    Editoria de Arte/Folhapress

    Na semana passada, o juiz Sergio Moro negou acesso aos advogados do marqueteiro aos autos da investiga��o sobre remunera��o recebida pela Odebrecht.

    A empreiteira confirmou que seus escrit�rios de S�o Paulo, Rio de Janeiro e Bahia s�o alvo de busca e apreens�o da Pol�cia Federal.

    Os mandados s�o cumpridos nos Estados da Bahia (Salvador e Cama�ari), Rio de Janeiro (Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Petr�polis e Mangaratiba) e S�o Paulo (S�o Paulo, Campinas e Po�). Cerca de 300 policiais federais cumprem 51 mandados judiciais, sendo 38 de busca e apreens�o, dois de pris�o preventiva, seis de pris�o tempor�ria e cinco de condu��o coercitiva.

    Lava Jato - 23� Fase - Cerca de 300 policiais cumprem 51 mandados

    Opera��o "Acaraj�"
    A 23� fase da Opera��o Lava Jato foi deflagrada nesta segunda-feira

    O delegado Eduardo Mauat, que conduz as buscas na sede da Odebrecht em S�o Paulo, disse que esta nesta fase levar�o mais material do que na 14� fase, que prendeu Marcelo Odebrecht em junho.

    Ele tamb�m afirmou que trouxeram computadores apreendidos em junho com arquivos criptografados para que eles fossem desbloqueados por profissionais da empresa. No sede da Odebrecht em S�o Paulo h� 12 profissionais da PF, sendo dois peritos especialistas na �rea digital.

    Na madrugada desta segunda (22), 16 equipes de policiais deixaram a sede da pol�cia federal, na lapa, em S�o Paulo, para cumprir mandados de busca e apreens�o no Estado.

    Todos os funcion�rios da Odebrecht foram dispensados. A pol�cia federal est� no pr�dio desde as 6h da manh�. Comunicado da empresa informou que est� � disposi��o das autoridades para colaborar com a opera��o em andamento.

    A construtora Odebrecht � uma das investigadas na opera��o e seus executivos foram acusados de pagar R$ 138 milh�es em propina para ser contratada em oito obras da Petrobras

    Marcelo Odebrecht, herdeiro e ex-presidente da Odebrecht, foi preso em junho do ano passado e � um dos poucos empres�rios denunciados permanece atr�s das grades.

    A fase "Acaraj�" � a etapa da Lava jato que pode ter maior repercuss�o para mandato de Dilma Rousseff, j� que s�o investigados repasses da empreiteira Odebrecht para Santana no exterior. H� no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) processo a respeito de eventuais recebimentos de recursos il�citos pela campanha da petista provenientes de empresas investigadas na Lava Jato.

    A Opera��o Lava Jato � a maior investiga��o sobre corrup��o conduzida at� hoje no Brasil. Ela come�ou investigando uma rede de doleiros que atuavam em v�rios Estados e descobriu a exist�ncia de um vasto esquema de corrup��o, envolvendo pol�ticos de v�rios partidos e as maiores empreiteiras do pa�s.

    PAGAMENTOS

    A investiga��o de Santana na Lava Jato tem um de seus focos em valores recebidos por Santana em 2014, quando ele fez as campanhas de Dilma, no Brasil, e de Jos� Domingo Arias, derrotado no Panam� –pa�s onde a Odebrecht tem forte atua��o.

    Logo ap�s a publica��o da reportagem, advogados do marqueteiro pediram acesso � investiga��o junto � 13� Vara Federal de Curitiba.

    O juiz Moro, por�m, negou o acesso dos advogados aos autos da investiga��o alegando que a abertura dos dados ao publicit�rio poderia p�r em risco o rastreamento de recursos financeiros ou mesmo levar � destrui��o de provas.

    "Foram instauradas investiga��es que ainda tramitam em sigilo. Medida como rastreamento financeiro demanda para sua efic�cia sigilo sob risco de dissipa��o dos registros ou dos ativos. Como diz o ditado, dinheiro tem cora��o de coelho e patas de lebre", escreveu o juiz.

    Na negativa, Moro escreveu que o fato de "jornais e revistas terem especulado" sobre a investiga��o n�o altera a necessidade de sigilo.

    O magistrado provoca Santana: "Evidente, querendo, poder� o investigado antecipar-se � conclus�o da investiga��o e esclarecer junto � autoridade policial seu eventual relacionamento com o grupo Odebrecht".

    � DISPOSI��O

    Em rea��o ao despacho de Moro, a defesa de Jo�o Santana protocolou neste s�bado (20) peti��o na qual informa que prestar� depoimento t�o logo seja convocado.

    A manifesta��o assinada pelos criminalistas F�bio Tofic Simantob e D�bora Gon�alves Perez aponta que Santana e a mulher dele, est�o � disposi��o de Moro e de outras autoridades "para prestar todos os esclarecimentos necess�rios � descoberta da verdade".

    Na peti��o, os criminalistas afirmam que depoimentos de Santana e sua mulher em car�ter preliminar poder�o "evitar conclus�es precipitadas e prevenir danos irrepar�veis que costumam se seguir a elas, mormente porque neste caso os preju�zos extrapolariam o conturbado cen�rio pol�tico brasileiro, pois os peticion�rios est�o hoje incumbidos da campanha de reelei��o do Presidente Danilo Medina, da Rep�blica Dominicana".

    A defesa aponta que nem o fato de Santana e Moura estarem trabalhando fora do Brasil "seria motivo impeditivo para o comparecimento, j� que t�o logo agendado o depoimento –e n�o havendo incompatibilidade de agenda– os peticion�rios se comprometem a comparecer independente de intima��o pessoal, a qual poder� ser feita na pessoa do advogado subscritor".

    Em nota, a Odebrecht informou que "permanece � disposi��o das autoridades para colaborar, sempre que necess�rio". Segundo a empresa, "as equipes de pol�cia obtiveram todo aux�lio da Odebrecht para o cumprimento" dos mandados de busca e apreens�o emitidos pela Justi�a Federal para os escrit�rios da empresa em S�o Paulo, Rio e Bahia.

    A Odebrecht informou ainda que Benedito Barbosa da Silva J�nior � diretor presidente da Construtora Norberto Odebrecht, e n�o vice-presidente de infraestrutura da Odebrecht Engenharia e Constru��o no Brasil, conforme havia sido apontado pela PF em relat�rio.

    Editoria de Arte/Folhapress
    Editoria de Arte/Folhapress

    -

    Opera��o Acaraj�

    PRESOS

    • Zwi Skornicki - suposto repassador de propinas em contratos com a Petrobras
    • Vin�cius Veiga Borin - S�cio de consultoria especializada em administrar carteiras de investimentos de empresas
    • Maria L�cia Guimar�es Tavares - acusada de manter planilha de propinas
    • Marcelo Rodrigues - suposto operador do esquema de propina

    MANDADOS N�O CUMPRIDOS

    • Benedito Barbosa da Silva Junior - diretor-presidente da construtora Odebrecht
    • Jo�o Santana - marqueteiro de campanhas presidenciais do PT
    • Monica Moura - mulher e s�cia de Jo�o Santana
    • Fernando Migliaccio da Silva - executivo da Petrobras
    Edi��o impressa

    Fale com a Reda��o - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024